pelo noticiário corrente, constatamos que foi uma boa idéia não constituirem o capítulo como uma ONG. Ou estou enganado?
On 27-10-2011 22:07, nevio carlos de alarcão wrote:
pelo noticiário corrente, constatamos que foi uma boa idéia não constituirem o capítulo como uma ONG. Ou estou enganado?
O capítulo será uma ONG, isso é inevitável, e não é uma decisão nossa. Não depende da vontade de ninguém, e nem é uma qualificação, mas apenas uma denominação comum.
ONG é uma organização do Terceiro Setor. Ou, se preferir, uma organização sem fins lucrativos que não é partido político e nem instituição religiosa. Para não sermos uma ONG, teríamos que ser uma empresa privada (sociedade), e repartirmos os lucros entre os sócios. Sem qualquer benefício fiscal, nem para a empresa e nem para os doadores.
O que escolhemos foi ser uma OSCIP, que é um tipo de ONG habilitada a firmar convênios e termos de parceria com o setor público e com benefícios fiscais para si e para alguns doadores (as empresas que tributam pelo lucro real).
As ONGs citadas na reportagem provavelmente^1 são, ao mesmo tempo, OSCIP.
Caso as denúncias sejam verdadeiras, aquelas organizações teriam aceitado repartir parte da verba recebida de convênios para que as próprias verbas fossem liberadas. Ainda de acordo com as denúncias, fizeram esse repasse em espécie (num tal pacote no estacionamento do Ministério, segundo diz o policial). Isso é corrupção, e ocorre a toda hora com empresas privadas em licitações diversas, lamentavelmente.
Portanto, não há nada de novo e nada a temer. O fato de uma organização facilitar/permitir/aceitar corrupção não obriga todas as demais similares a fazerem o mesmo. O Ministério dos Esportes não será extinto, os estacionamentos não serão fechados, o futebol não será proibido e ONGs e OSCIPs continuarão funcionando. O que precisa ser combatido é a corrupção, e qualquer pessoa ou organização envolvida nisso deve ser investigada e punida, se comprovado crime. Mas não se pode julgar as organizações que nem nasceram por um suposto erro das outras, e neste caso, um suposto erro maior ainda do Estado (que não é ONG e nem OSCIP).
Ainda assim, esse episódio nos prejudica porque pode reduzir algumas oportunidades importantes de financiamento. Quem quer trabalhar de maneira correta acaba sempre pagando pelos desonestos.
CB
^1 "Provavelmente", porque existem outras hipóteses, menos frequentes hoje em dia, como as entidades de "utilidade pública" e existem outras formas de repasses (concurso de projetos, licitações, etc.). Não sei os detalhes desse caso aí e por isso não afirmo com certeza que são ou que não são OSCIP, mas com ctza são ONG.
help!!
De que noticiário e denuncias estão a falar?
(A globo é cara aqui ;) ) _____ *Béria Lima* http://wikimedia.pt/(351) 925 171 484
*Imagine um mundo onde é dada a qualquer pessoa a possibilidade de ter livre acesso ao somatório de todo o conhecimento humano. É isso o que estamos a fazer http://wikimediafoundation.org/wiki/Nossos_projetos.*
2011/10/28 Castelo michelcastelobranco@gmail.com
On 27-10-2011 22:07, nevio carlos de alarcão wrote:
pelo noticiário corrente, constatamos que foi uma boa idéia não constituirem o capítulo como uma ONG. Ou estou enganado?
O capítulo será uma ONG, isso é inevitável, e não é uma decisão nossa. Não depende da vontade de ninguém, e nem é uma qualificação, mas apenas uma denominação comum.
ONG é uma organização do Terceiro Setor. Ou, se preferir, uma organização sem fins lucrativos que não é partido político e nem instituição religiosa. Para não sermos uma ONG, teríamos que ser uma empresa privada (sociedade), e repartirmos os lucros entre os sócios. Sem qualquer benefício fiscal, nem para a empresa e nem para os doadores.
O que escolhemos foi ser uma OSCIP, que é um tipo de ONG habilitada a firmar convênios e termos de parceria com o setor público e com benefícios fiscais para si e para alguns doadores (as empresas que tributam pelo lucro real).
As ONGs citadas na reportagem provavelmente1 são, ao mesmo tempo, OSCIP.
Caso as denúncias sejam verdadeiras, aquelas organizações teriam aceitado repartir parte da verba recebida de convênios para que as próprias verbas fossem liberadas. Ainda de acordo com as denúncias, fizeram esse repasse em espécie (num tal pacote no estacionamento do Ministério, segundo diz o policial). Isso é corrupção, e ocorre a toda hora com empresas privadas em licitações diversas, lamentavelmente.
Portanto, não há nada de novo e nada a temer. O fato de uma organização facilitar/permitir/aceitar corrupção não obriga todas as demais similares a fazerem o mesmo. O Ministério dos Esportes não será extinto, os estacionamentos não serão fechados, o futebol não será proibido e ONGs e OSCIPs continuarão funcionando. O que precisa ser combatido é a corrupção, e qualquer pessoa ou organização envolvida nisso deve ser investigada e punida, se comprovado crime. Mas não se pode julgar as organizações que nem nasceram por um suposto erro das outras, e neste caso, um suposto erro maior ainda do Estado (que não é ONG e nem OSCIP).
Ainda assim, esse episódio nos prejudica porque pode reduzir algumas oportunidades importantes de financiamento. Quem quer trabalhar de maneira correta acaba sempre pagando pelos desonestos.
CB
1 "Provavelmente", porque existem outras hipóteses, menos frequentes hoje em dia, como as entidades de "utilidade pública" e existem outras formas de repasses (concurso de projetos, licitações, etc.). Não sei os detalhes desse caso aí e por isso não afirmo com certeza que são ou que não são OSCIP, mas com ctza são ONG.
WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
Em 28/10/2011 07:00, "Béria Lima" berialima@gmail.com escreveu:
help!!
De que noticiário e denuncias estão a falar?
Me perguntei o mesmo.
Por dedução, acho que o Névio está falando dos escândalos das ONGs com o Ministério dos Esportes, que levaram à queda do ex-Ministro Orlando Silva (mas às vezes meus poderes de vidência como Ozymandias falham um pouco...)
Em 28 de outubro de 2011 09:58, Everton Zanella Alvarenga < everton137@gmail.com> escreveu:
Em 28/10/2011 07:00, "Béria Lima" berialima@gmail.com escreveu:
help!!
De que noticiário e denuncias estão a falar?
Me perguntei o mesmo.
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É isso mesmo, está na capa do jornal de hoje
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,nao-sou-amigo-nem-inimigo-do-tei... http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,aldo-diz-que-nao-pretende-fazer-...
* http://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio:Jo_Lorib
Jo Lorib* pt.wikipédia.org http://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio:Jo_Lorib
Em 28 de outubro de 2011 10:03, Rodrigo P. wikiozymandias@gmail.comescreveu:
Por dedução, acho que o Névio está falando dos escândalos das ONGs com o Ministério dos Esportes, que levaram à queda do ex-Ministro Orlando Silva (mas às vezes meus poderes de vidência como Ozymandias falham um pouco...)
Em 28 de outubro de 2011 09:58, Everton Zanella Alvarenga < everton137@gmail.com> escreveu:
Em 28/10/2011 07:00, "Béria Lima" berialima@gmail.com escreveu:
help!!
De que noticiário e denuncias estão a falar?
Me perguntei o mesmo.
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WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
Ni!
On 10/28/2011 01:07 AM, Castelo wrote:
O capítulo será uma ONG, isso é inevitável, e não é uma decisão nossa.
O capítulo não é nem nunca será uma ONG. O capítulo é uma comunidade que interage com diversas instituições, uma das quais poderá ser uma ONG criada especificamente para facilitar processos relativos a essa comunidade.
Há uma deficiência no movimento wikimedia de não exigir que essa postura seja explícita e reforçada ao redor do globo. Nós já influenciamos um bocado para mudar isso e não devemos serví-la gratuitamente no linguajar.
Para não sermos uma ONG, teríamos que ser uma empresa privada (sociedade)
Não, poderíamos ser apenas uma comunidade sem instituição específica para cuidar dos seus processos e encontrar um arranjo com a WMF que satisfizesse isso, como a utilização de outras instituições e um escritório local ou coisas assim.
Não sei se isso é preferível. Estou contente com a ideia duma ONG específica mas minimalista, de mero apoio, que não tenha um papel central. E acho que, existindo essa ong, haver também um escritório da WMF no Brasil é um desperdício de recursos dos doadores.
O que escolhemos foi ser uma OSCIP, que é um tipo de ONG habilitada a firmar convênios e termos de parceria com o setor público e com benefícios fiscais para si e para alguns doadores (as empresas que tributam pelo lucro real).
Ou seja, habilitada a (1) trabalhar pro governo e (2) desviar, ainda que legalmente, dinheiro de impostos para atividades da opção de grandes empresas do setor privado.
Eu considero essa segunda possibilidade tão ou mais corrupta quanto qualquer outro desvio envolvendo ONGs e penso que deveríamos se possível ter no estatuto que jamais faríamos isso, mas cada macaco no seu galho.
A questão de prestar serviço pro governo é aceitável, mas é discutível se uma ONG específica para servir o movimento wikimedia deveria ter esse tipo de relação com governos.
Isso é corrupção, e ocorre a toda hora com empresas privadas em licitações diversas, lamentavelmente.
De fato, o caso de corrupção reportado pelo Névio não tem muita consequência para nossas escolhas.
Por outro lado, ressalta a oportunidade de plantarmos nossos pés no modelo wiki de transparência radical em todas as ações.
Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGs em termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com imagens digitalizadas dos documentos relativos.
Abs,
q.
Concordo plenamente com:
"Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGs em termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com imagens digitalizadas dos documentos relativos."
(incluindo as notas fiscais das saunas do Argenton).
Em 28 de outubro de 2011 14:17, Alexandre Hannud Abdo abdo@member.fsf.orgescreveu:
Ni!
On 10/28/2011 01:07 AM, Castelo wrote:
O capítulo será uma ONG, isso é inevitável, e não é uma decisão nossa.
O capítulo não é nem nunca será uma ONG. O capítulo é uma comunidade que interage com diversas instituições, uma das quais poderá ser uma ONG criada especificamente para facilitar processos relativos a essa comunidade.
Há uma deficiência no movimento wikimedia de não exigir que essa postura seja explícita e reforçada ao redor do globo. Nós já influenciamos um bocado para mudar isso e não devemos serví-la gratuitamente no linguajar.
Para não sermos uma ONG, teríamos que ser uma empresa privada (sociedade)
Não, poderíamos ser apenas uma comunidade sem instituição específica para cuidar dos seus processos e encontrar um arranjo com a WMF que satisfizesse isso, como a utilização de outras instituições e um escritório local ou coisas assim.
Não sei se isso é preferível. Estou contente com a ideia duma ONG específica mas minimalista, de mero apoio, que não tenha um papel central. E acho que, existindo essa ong, haver também um escritório da WMF no Brasil é um desperdício de recursos dos doadores.
O que escolhemos foi ser uma OSCIP, que é um tipo de ONG habilitada a firmar convênios e termos de parceria com o setor público e com benefícios fiscais para si e para alguns doadores (as empresas que tributam pelo lucro real).
Ou seja, habilitada a (1) trabalhar pro governo e (2) desviar, ainda que legalmente, dinheiro de impostos para atividades da opção de grandes empresas do setor privado.
Eu considero essa segunda possibilidade tão ou mais corrupta quanto qualquer outro desvio envolvendo ONGs e penso que deveríamos se possível ter no estatuto que jamais faríamos isso, mas cada macaco no seu galho.
A questão de prestar serviço pro governo é aceitável, mas é discutível se uma ONG específica para servir o movimento wikimedia deveria ter esse tipo de relação com governos.
Isso é corrupção, e ocorre a toda hora com empresas privadas em licitações diversas, lamentavelmente.
De fato, o caso de corrupção reportado pelo Névio não tem muita consequência para nossas escolhas.
Por outro lado, ressalta a oportunidade de plantarmos nossos pés no modelo wiki de transparência radical em todas as ações.
Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGs em termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com imagens digitalizadas dos documentos relativos.
Abs,
q.
WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
Sugiro que o processo de publicidade e transparência seja responsabilidade do conselho fiscal, após o recebimento das informações dos responsáveis.
Abraços,
Pietro
________________________________ De: Rodrigo P. wikiozymandias@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Sexta-feira, 28 de Outubro de 2011 14:44 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] ongs
Concordo plenamente com:
"Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGsem termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com
imagens digitalizadas dos documentos relativos."
(incluindo as notas fiscais das saunas do Argenton).
Em 28 de outubro de 2011 14:17, Alexandre Hannud Abdo abdo@member.fsf.org escreveu:
Ni!
On 10/28/2011 01:07 AM, Castelo wrote:
O capítulo será uma ONG, isso é inevitável, e não é uma decisão nossa.
O capítulo não é nem nunca será uma ONG. O capítulo é uma comunidade que interage com diversas instituições, uma das quais poderá ser uma ONG criada especificamente para facilitar processos relativos a essa comunidade.
Há uma deficiência no movimento wikimedia de não exigir que essa postura seja explícita e reforçada ao redor do globo. Nós já influenciamos um bocado para mudar isso e não devemos serví-la gratuitamente no linguajar.
Para não sermos uma ONG, teríamos que ser uma empresa privada (sociedade)
Não, poderíamos ser apenas uma comunidade sem instituição específica para cuidar dos seus processos e encontrar um arranjo com a WMF que satisfizesse isso, como a utilização de outras instituições e um escritório local ou coisas assim.
Não sei se isso é preferível. Estou contente com a ideia duma ONG específica mas minimalista, de mero apoio, que não tenha um papel central. E acho que, existindo essa ong, haver também um escritório da WMF no Brasil é um desperdício de recursos dos doadores.
O que escolhemos foi ser uma OSCIP, que é um tipo de ONG habilitada a firmar convênios e termos de parceria com o setor público e com benefícios fiscais para si e para alguns doadores (as empresas que tributam pelo lucro real).
Ou seja, habilitada a (1) trabalhar pro governo e (2) desviar, ainda que legalmente, dinheiro de impostos para atividades da opção de grandes empresas do setor privado.
Eu considero essa segunda possibilidade tão ou mais corrupta quanto qualquer outro desvio envolvendo ONGs e penso que deveríamos se possível ter no estatuto que jamais faríamos isso, mas cada macaco no seu galho.
A questão de prestar serviço pro governo é aceitável, mas é discutível se uma ONG específica para servir o movimento wikimedia deveria ter esse tipo de relação com governos.
Isso é corrupção, e ocorre a toda hora com empresas privadas em licitações diversas, lamentavelmente.
De fato, o caso de corrupção reportado pelo Névio não tem muita consequência para nossas escolhas.
Por outro lado, ressalta a oportunidade de plantarmos nossos pés no modelo wiki de transparência radical em todas as ações.
Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGs em termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com imagens digitalizadas dos documentos relativos.
Abs,
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WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
_______________________________________________ WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
Concordo com o Pietro, é função do C.F., e ele será eleito justamente para levantar a bandeira da transparência como OSCIP.
_____________________ MateusNobre MetalBrasil on Wikimedia projects (+55) 85 88393509 30440865
Date: Fri, 28 Oct 2011 11:43:49 -0700 From: pietro@usp.br To: wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Subject: Re: [Wikimedia Brasil] ongs
Sugiro que o processo de publicidade e transparência seja responsabilidade do conselho fiscal, após o recebimento das informações dos responsáveis. Abraços, Pietro
De: Rodrigo P. wikiozymandias@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Sexta-feira, 28 de Outubro de 2011 14:44 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] ongs
Concordo plenamente com: "Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGsem termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com imagens digitalizadas dos documentos relativos."
(incluindo as notas fiscais das saunas do Argenton).
Em 28 de outubro de 2011 14:17, Alexandre Hannud Abdo abdo@member.fsf.org escreveu:
Ni!
On 10/28/2011 01:07 AM, Castelo wrote:
O capítulo será uma ONG, isso é inevitável, e não é uma decisão nossa.
O capítulo não é nem nunca será uma ONG. O capítulo é uma comunidade que
interage com diversas instituições, uma das quais poderá ser uma ONG
criada especificamente para facilitar processos relativos a essa comunidade.
Há uma deficiência no movimento wikimedia de não exigir que essa postura
seja explícita e reforçada ao redor do globo. Nós já influenciamos um
bocado para mudar isso e não devemos serví-la gratuitamente no linguajar.
Para não sermos uma ONG, teríamos que ser uma empresa privada (sociedade)
Não, poderíamos ser apenas uma comunidade sem instituição específica
para cuidar dos seus processos e encontrar um arranjo com a WMF que
satisfizesse isso, como a utilização de outras instituições e um
escritório local ou coisas assim.
Não sei se isso é preferível. Estou contente com a ideia duma ONG
específica mas minimalista, de mero apoio, que não tenha um papel
central. E acho que, existindo essa ong, haver também um escritório da
WMF no Brasil é um desperdício de recursos dos doadores.
O que escolhemos foi ser uma OSCIP, que é um tipo de ONG habilitada a
firmar convênios e termos de parceria com o setor público e com
benefícios fiscais para si e para alguns doadores (as empresas que
tributam pelo lucro real).
Ou seja, habilitada a (1) trabalhar pro governo e (2) desviar, ainda que
legalmente, dinheiro de impostos para atividades da opção de grandes
empresas do setor privado.
Eu considero essa segunda possibilidade tão ou mais corrupta quanto
qualquer outro desvio envolvendo ONGs e penso que deveríamos se possível
ter no estatuto que jamais faríamos isso, mas cada macaco no seu galho.
A questão de prestar serviço pro governo é aceitável, mas é discutível
se uma ONG específica para servir o movimento wikimedia deveria ter esse
tipo de relação com governos.
Isso é corrupção, e ocorre a toda
hora com empresas privadas em licitações diversas, lamentavelmente.
De fato, o caso de corrupção reportado pelo Névio não tem muita
consequência para nossas escolhas.
Por outro lado, ressalta a oportunidade de plantarmos nossos pés no
modelo wiki de transparência radical em todas as ações.
Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGs
em termos de transparência e responsabilidade, e influenciar
transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo
circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com
imagens digitalizadas dos documentos relativos.
Abs,
q.
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Não concordo em tudo com o Ale, porque com "capítulo", me referia neste tópico à organização que suporta, em certos aspectos, o movimento Wikimedia no Brasil. ONG é um termo destinado a organizações (pessoas jurídicas), que obviamente não se aplica a movimentos informais.
Porém, neste ponto sobre a transparência ele foi brilhante. Em outra ONG que participei até recentemente, a gente tinha uma regrinha informal: quem dava uma boa ideia, a tocava adiante. Se isso puder valer aqui, ou pelo menos neste caso, sugiro que o próprio Ale participe do primeiro Conselho Fiscal, e ajude a criar um processo de verificação dos documentos, publicação e transparência que impeça esse tipo de coisa e favoreça a conferência, com as implicações necessárias (sigilo bancário, dados pessoais, etc.). Acho ótima ideia buscarmos ser referência em transparência e gestão participativa. Será que o Instituto Ethos tem alguma recomendação ou certificação assim? Alguém conhece outras organizações com boas práticas na área para que possamos trocar umas figurinhas?
CB
On 28-10-2011 17:45, Mateus Nobre wrote:
Concordo com o Pietro, é função do C.F., e ele será eleito justamente para levantar a bandeira da transparência como OSCIP.
MateusNobre /MetalBrasil on Wikimedia projects (+55) 85 88393509 30440865 /
Date: Fri, 28 Oct 2011 11:43:49 -0700 From: pietro@usp.br To: wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Subject: Re: [Wikimedia Brasil] ongs
Sugiro que o processo de publicidade e transparência seja responsabilidade do conselho fiscal, após o recebimento das informações dos responsáveis.
Abraços,
Pietro
*De:* Rodrigo P. wikiozymandias@gmail.com *Para:* Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org *Enviadas:* Sexta-feira, 28 de Outubro de 2011 14:44 *Assunto:* Re: [Wikimedia Brasil] ongs
Concordo plenamente com:
"Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGs em termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor.
Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com imagens digitalizadas dos documentos relativos."
(incluindo as notas fiscais das saunas do Argenton).
Em 28 de outubro de 2011 14:17, Alexandre Hannud Abdo <abdo@member.fsf.org mailto:abdo@member.fsf.org> escreveu:
Ni! On 10/28/2011 01:07 AM, Castelo wrote: > O capítulo será uma ONG, isso é inevitável, e não é uma decisão nossa. O capítulo não é nem nunca será uma ONG. O capítulo é uma comunidade que interage com diversas instituições, uma das quais poderá ser uma ONG criada especificamente para facilitar processos relativos a essa comunidade. Há uma deficiência no movimento wikimedia de não exigir que essa postura seja explícita e reforçada ao redor do globo. Nós já influenciamos um bocado para mudar isso e não devemos serví-la gratuitamente no linguajar. > Para não sermos uma ONG, teríamos que ser uma empresa privada (sociedade) Não, poderíamos ser apenas uma comunidade sem instituição específica para cuidar dos seus processos e encontrar um arranjo com a WMF que satisfizesse isso, como a utilização de outras instituições e um escritório local ou coisas assim. Não sei se isso é preferível. Estou contente com a ideia duma ONG específica mas minimalista, de mero apoio, que não tenha um papel central. E acho que, existindo essa ong, haver também um escritório da WMF no Brasil é um desperdício de recursos dos doadores. > O que escolhemos foi ser uma OSCIP, que é um tipo de ONG habilitada a > firmar convênios e termos de parceria com o setor público e com > benefícios fiscais para si e para alguns doadores (as empresas que > tributam pelo lucro real). Ou seja, habilitada a (1) trabalhar pro governo e (2) desviar, ainda que legalmente, dinheiro de impostos para atividades da opção de grandes empresas do setor privado. Eu considero essa segunda possibilidade tão ou mais corrupta quanto qualquer outro desvio envolvendo ONGs e penso que deveríamos se possível ter no estatuto que jamais faríamos isso, mas cada macaco no seu galho. A questão de prestar serviço pro governo é aceitável, mas é discutível se uma ONG específica para servir o movimento wikimedia deveria ter esse tipo de relação com governos. > Isso é corrupção, e ocorre a toda > hora com empresas privadas em licitações diversas, lamentavelmente. De fato, o caso de corrupção reportado pelo Névio não tem muita consequência para nossas escolhas. Por outro lado, ressalta a oportunidade de plantarmos nossos pés no modelo wiki de transparência radical em todas as ações. Podemos, inclusive, marcar um ponto de referência claro para outras ONGs em termos de transparência e responsabilidade, e influenciar transformações também nesse setor. Por isso acho fundamental que cada nota fiscal referente a cada centavo circulado por nossa ONG sejam imediatamente publicados na wiki, com imagens digitalizadas dos documentos relativos. Abs, q. _______________________________________________ WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org <mailto:WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org> https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
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Ni!
On 10/28/2011 11:44 PM, Castelo wrote:
Será que o Instituto Ethos tem alguma recomendação ou certificação assim? Alguém conhece outras organizações com boas práticas na área para que possamos trocar umas figurinhas?
A noção de transparência e participação das ONGs que são referência nisso, inclusive do próprio Ethos, é fraca demais para o que queremos. Eu conheço os fundadores e vários funcionários do Ethos e muitos deles não seriam nem capazes de entender do que estamos falando.
O que as melhores ONGs fazem em termos de transparência é tão ruim que chega a ser pior que alguns governos.
Pra terem uma ideia, a Wikimedia Foundation, com todas as dificuldades que às vezes encontramos, está léguas e léguas à frente de praticamente qualquer outra ONG.
E não é só uma questão pro conselho fiscal não, é uma questão do processo como um todo.
Transparência diz respeito a notas fiscais tanto quanto diz respeito a registros de reuniões e justificativas de decisões, publicidade da agenda, etc. E não pode ser dissociada dos mecanismos de participação e divisão do trabalho.
O lado positivo é que, apesar de termos de "portar" para outro contexo, o que sugere-se é apenas aplicar o Wikido.
Abs,
q.
Ei Abdo,
E existe uma lista-top das ONGs com maior reconhecimento em transparência no Brasil? Onde fica essa?
Eu concordo com o que tu falaste embaixo. Sou da opinião que a maior das transparências no Brasil não chega a ser nada transparente em outros países, realmente transparentes. Creio que tendemos a ser pouco transparentes e mais fechados no Brasil, talvez consequência da cultura que as ditaduras deixaram. Como comentamos em outro e-mail, o Brasil é um país pouco liberal.
_____________________ MateusNobre MetalBrasil on Wikimedia projects (+55) 85 88393509 30440865
Date: Sat, 29 Oct 2011 16:45:29 -0200 From: abdo@member.fsf.org To: wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Subject: Re: [Wikimedia Brasil] ongs
Ni!
On 10/28/2011 11:44 PM, Castelo wrote:
Será que o Instituto Ethos tem alguma recomendação ou certificação assim? Alguém conhece outras organizações com boas práticas na área para que possamos trocar umas figurinhas?
A noção de transparência e participação das ONGs que são referência nisso, inclusive do próprio Ethos, é fraca demais para o que queremos. Eu conheço os fundadores e vários funcionários do Ethos e muitos deles não seriam nem capazes de entender do que estamos falando.
O que as melhores ONGs fazem em termos de transparência é tão ruim que chega a ser pior que alguns governos.
Pra terem uma ideia, a Wikimedia Foundation, com todas as dificuldades que às vezes encontramos, está léguas e léguas à frente de praticamente qualquer outra ONG.
E não é só uma questão pro conselho fiscal não, é uma questão do processo como um todo.
Transparência diz respeito a notas fiscais tanto quanto diz respeito a registros de reuniões e justificativas de decisões, publicidade da agenda, etc. E não pode ser dissociada dos mecanismos de participação e divisão do trabalho.
O lado positivo é que, apesar de termos de "portar" para outro contexo, o que sugere-se é apenas aplicar o Wikido.
Abs,
q.
WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
2011/10/30 Mateus Nobre mateus.nobre@live.co.uk:
E existe uma lista-top das ONGs com maior reconhecimento em transparência no Brasil? Onde fica essa?
Ni!
Tudo em paz Mateus : )
Não acho que existe uma lista que sirva diretamente aos nossos propósitos.
Existem pequenas associações que certamente são bem transparentes com seus membros, mas o problema que nós enfrentamos é de outra escala e escopo. E dessas não se faz lista.
Também existem ONGs de atuação mais ampla, não ligadas a uma comunidade circunscrita, mas essas geralmente emulam o funcionamento de empresas privadas. As mais "bacanas" acham que o ápice da transparência é publicar um relatório anual e ter uma auditoria revendo suas contas.
Não há no universo das ONGs uma noção de responsabilidade universal de trnasparência e participação com toda a sociedade. ONGs são legalmente corporações privadas. Sem fins lucrativos, mas ainda privadas.
A WMF tentar escapar dessa postura, o que está muito ligado à sua origem num movimento de base universal - e não apenas de temática universalista.
Ainda assim, essa natureza privada já claramente influencia o caráter com que evoluem seus demais capítulos.
Com isso, considero que os exemplos que nos interessam são muito mais no âmbito público do que privado.
Quando penso na transparência e participatividade que desejo entre nós, eu penso mais em transparência governamental do que transparência de ONGs.
Aí, talvez, o exemplo de organização dos partidos piratas europeus (suécia e alemanha) pode ser interessante de conhecer-se.
Abs, l e
"""De fato, o caso de corrupção reportado pelo Névio não tem muita consequência para nossas escolhas"""
Ale, se ler a mensagem que enviei, vai ler que não reportei caso nenhum. Abs
Enviado do meu iPad
No dia 28/10/2011, às 14:17, Alexandre Hannud Abdo abdo@member.fsf.org escreveu:
De fato, o caso de corrupção reportado pelo Névio não tem muita consequência para nossas escolhas
wikimediabr-l@lists.wikimedia.org