Amazon apaga livros de Orwell no Kindle
Brad Stone, The New York Times 17 de julho de 2009
Lucas Jackson / Reuters Um passageiro usando um Amazon Kindle para ler no metrô de Nova Iorque.
Em 1984, de George Orwell, censores do governo apagam todos os vestígios de reportagens que constrangem o Grande Irmão, mandando-as para o tubo de incineração chamado de "buraco da memória".
Na sexta-feira, foi 1894 e outro livro de Orwell, A Revolução dos Bichos, que foram lançados no buraco da memória - pela Amazon.com.
Num jogada que irritou clientes e gerou ondas de insatisfação online, a Amazon apagou remotamente algumas edições digitais desses livros nos dispositivos Kindle de leitores que pagaram por elas.
Por e-mail, um porta-voz da Amazon, Drew Herdener, disse que os livros foram adicionados à loja Kindle por uma empresa que não tinha os respectivos direitos, usando uma função automática. "Quando notificados sobre isso pelo detentor dos direitos, removemos as cópias ilegais do nosso sistema e dos dispositivos dos clientes, e reembolsamos os clientes", disse.
A Amazon efetivamente reconheceu que as remoções foram uma má idéia. "Estamos mudando nosso sistema para que, no futuro, nós não removamos livros de dispositivos de clientes nessas circunstâncias", disse o Sr. Herdener.
Clientes cujos livros foram apagados informaram que a MobileReference, uma editora digital, havia os vendido. Um e-mail para a SoundTells, a empresa que é a proprietária da MobileReference, não foi prontamente respondido.
Livros digitais comprados para o Kindle são enviados para o dispositivo por uma rede sem fio. A Amazon também pode usar essa rede para sincronizar livros eletrônicos entre dispositivos - e aparentemente para fazê-los desaparecer.
Na noite de sexta-feira, uma edição digital autorizada de 1984 de seu editor americano, Houghton Mifflin Harcourt, ainda estava disponível na loja Kindle, mas não havia nenhuma versão de A Revolução dos Bichos.
Pessoas que compraram as edições invalidadas reagiram com indignação, reconhecendo a literal ironia do caso. "De todos os livros para recolher", disse Charles Slater, diretor de uma loja de partituras na Filadélfia, que comprou a edição digital de 1984 por 99 centavos no mês passado. "Eu nunca imaginei que a Amazon efetivamente tivesse o direito, o poder ou mesmo a possibilidade de apagar algo que eu já havia comprado".
Antoine Bruguier, um engenheiro do Vale do Silício, disse que havia percebido que sua cópia digital de 1984 parecia ser uma digitalização de uma edição em papel. "Se este Kindle quebrar, com certeza não vou comprar um novo", disse.
A Amazon aparenta ter apagado recentemente dos Kindles outros livros eletrônicos comprados. Comentando em fóruns na Internet, clientes relataram o desaparecimento de edições digitais dos livros de Harry Potter e dos romances de Ayn Rand em situações semelhantes.
Os termos de serviço publicados pela Amazon para o Kindle não parecem dar à empresa o direito de apagar compras depois de terem sido feitas. É dito que a Amazon concede aos clientes o direito de manter um "cópia permanente do respectivo conteúdo digital".
Vendedores de bens físicos obviamente não podem entrar sem autorização na casa de um cliente para retomar uma mercadoria, não importando quão ilícita a mercadoria tenha se revelado. Mesmo assim, a Amazon parece manter uma peculiar amarra ao conteúdo digital que vende para o Kindle.
"Isso ilustra quão poucos são os direitos que você tem quando compra um livro eletrônico da Amazon", disse Bruce Schneier, diretor de tecnologia de segurança da British Telecom e especialista em segurança e comércio eletrônicos. "Como proprietário de um Kindle, estou frustrado. Não posso emprestar livros para as pessoas e não posso vender livros que eu já tenha lido, e agora descobriu-se que não posso sequer contar com meus livros amanhã".
Justin Gawronski, de 17 anos, da região de Detroit, estava lendo 1984 em seu Kindle para um trabalho escolar de verão e perdeu todas as suas notas e apontamentos quando o arquivo desapareceu. "Eles não apenas pegaram meu livro de volta, eles roubaram meu trabalho", disse.
Na Internet, é claro, não há coisas como um buraco da memória. Embora, nos Estados Unidos, o copyright de 1984 não expire até 2044, ele já expirou em outros países, incluindo Canadá, Austrália e Rússia. Nesses países, sites oferecem cópias digitais gratuitas do livro para todos os interessados.
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Obrigado pela gentileza. O que não dá para entender, independe agora do idioma. É a multilinguística sanha por lucro.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br:
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Brad Stone, The New York Times 17 de julho de 2009
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Em 1984, de George Orwell, censores do governo apagam todos os vestígios de reportagens que constrangem o Grande Irmão, mandando-as para o tubo de incineração chamado de "buraco da memória".
Na sexta-feira, foi 1894 e outro livro de Orwell, A Revolução dos Bichos, que foram lançados no buraco da memória - pela Amazon.com.
Num jogada que irritou clientes e gerou ondas de insatisfação online, a Amazon apagou remotamente algumas edições digitais desses livros nos dispositivos Kindle de leitores que pagaram por elas.
Por e-mail, um porta-voz da Amazon, Drew Herdener, disse que os livros foram adicionados à loja Kindle por uma empresa que não tinha os respectivos direitos, usando uma função automática. "Quando notificados sobre isso pelo detentor dos direitos, removemos as cópias ilegais do nosso sistema e dos dispositivos dos clientes, e reembolsamos os clientes", disse.
A Amazon efetivamente reconheceu que as remoções foram uma má idéia. "Estamos mudando nosso sistema para que, no futuro, nós não removamos livros de dispositivos de clientes nessas circunstâncias", disse o Sr. Herdener.
Clientes cujos livros foram apagados informaram que a MobileReference, uma editora digital, havia os vendido. Um e-mail para a SoundTells, a empresa que é a proprietária da MobileReference, não foi prontamente respondido.
Livros digitais comprados para o Kindle são enviados para o dispositivo por uma rede sem fio. A Amazon também pode usar essa rede para sincronizar livros eletrônicos entre dispositivos - e aparentemente para fazê-los desaparecer.
Na noite de sexta-feira, uma edição digital autorizada de 1984 de seu editor americano, Houghton Mifflin Harcourt, ainda estava disponível na loja Kindle, mas não havia nenhuma versão de A Revolução dos Bichos.
Pessoas que compraram as edições invalidadas reagiram com indignação, reconhecendo a literal ironia do caso. "De todos os livros para recolher", disse Charles Slater, diretor de uma loja de partituras na Filadélfia, que comprou a edição digital de 1984 por 99 centavos no mês passado. "Eu nunca imaginei que a Amazon efetivamente tivesse o direito, o poder ou mesmo a possibilidade de apagar algo que eu já havia comprado".
Antoine Bruguier, um engenheiro do Vale do Silício, disse que havia percebido que sua cópia digital de 1984 parecia ser uma digitalização de uma edição em papel. "Se este Kindle quebrar, com certeza não vou comprar um novo", disse.
A Amazon aparenta ter apagado recentemente dos Kindles outros livros eletrônicos comprados. Comentando em fóruns na Internet, clientes relataram o desaparecimento de edições digitais dos livros de Harry Potter e dos romances de Ayn Rand em situações semelhantes.
Os termos de serviço publicados pela Amazon para o Kindle não parecem dar à empresa o direito de apagar compras depois de terem sido feitas. É dito que a Amazon concede aos clientes o direito de manter um "cópia permanente do respectivo conteúdo digital".
Vendedores de bens físicos obviamente não podem entrar sem autorização na casa de um cliente para retomar uma mercadoria, não importando quão ilícita a mercadoria tenha se revelado. Mesmo assim, a Amazon parece manter uma peculiar amarra ao conteúdo digital que vende para o Kindle.
"Isso ilustra quão poucos são os direitos que você tem quando compra um livro eletrônico da Amazon", disse Bruce Schneier, diretor de tecnologia de segurança da British Telecom e especialista em segurança e comércio eletrônicos. "Como proprietário de um Kindle, estou frustrado. Não posso emprestar livros para as pessoas e não posso vender livros que eu já tenha lido, e agora descobriu-se que não posso sequer contar com meus livros amanhã".
Justin Gawronski, de 17 anos, da região de Detroit, estava lendo 1984 em seu Kindle para um trabalho escolar de verão e perdeu todas as suas notas e apontamentos quando o arquivo desapareceu. "Eles não apenas pegaram meu livro de volta, eles roubaram meu trabalho", disse.
Na Internet, é claro, não há coisas como um buraco da memória. Embora, nos Estados Unidos, o copyright de 1984 não expire até 2044, ele já expirou em outros países, incluindo Canadá, Austrália e Rússia. Nesses países, sites oferecem cópias digitais gratuitas do livro para todos os interessados.
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Welcome to the desert of the real. :-)
________________________________ De: nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Terça-feira, 21 de Julho de 2009 23:28:03 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] 1984 é agora (pt)
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Na sexta-feira, foi 1894 e outro livro de Orwell, A Revolução dos Bichos, que foram lançados no buraco da memória - pela Amazon.com.
Num jogada que irritou clientes e gerou ondas de insatisfação online, a Amazon apagou remotamente algumas edições digitais desses livros nos dispositivos Kindle de leitores que pagaram por elas.
Por e-mail, um porta-voz da Amazon, Drew Herdener, disse que os livros foram adicionados à loja Kindle por uma empresa que não tinha os respectivos direitos, usando uma função automática. "Quando notificados sobre isso pelo detentor dos direitos, removemos as cópias ilegais do nosso sistema e dos dispositivos dos clientes, e reembolsamos os clientes", disse.
A Amazon efetivamente reconheceu que as remoções foram uma má idéia. "Estamos mudando nosso sistema para que, no futuro, nós não removamos livros de dispositivos de clientes nessas circunstâncias", disse o Sr. Herdener.
Clientes cujos livros foram apagados informaram que a MobileReference, uma editora digital, havia os vendido. Um e-mail para a SoundTells, a empresa que é a proprietária da MobileReference, não foi prontamente respondido.
Livros digitais comprados para o Kindle são enviados para o dispositivo por uma rede sem fio. A Amazon também pode usar essa rede para sincronizar livros eletrônicos entre dispositivos - e aparentemente para fazê-los desaparecer.
Na noite de sexta-feira, uma edição digital autorizada de 1984 de seu editor americano, Houghton Mifflin Harcourt, ainda estava disponível na loja Kindle, mas não havia nenhuma versão de A Revolução dos Bichos.
Pessoas que compraram as edições invalidadas reagiram com indignação, reconhecendo a literal ironia do caso. "De todos os livros para recolher", disse Charles Slater, diretor de uma loja de partituras na Filadélfia, que comprou a edição digital de 1984 por 99 centavos no mês passado. "Eu nunca imaginei que a Amazon efetivamente tivesse o direito, o poder ou mesmo a possibilidade de apagar algo que eu já havia comprado".
Antoine Bruguier, um engenheiro do Vale do Silício, disse que havia percebido que sua cópia digital de 1984 parecia ser uma digitalização de uma edição em papel. "Se este Kindle quebrar, com certeza não vou comprar um novo", disse.
A Amazon aparenta ter apagado recentemente dos Kindles outros livros eletrônicos comprados. Comentando em fóruns na Internet, clientes relataram o desaparecimento de edições digitais dos livros de Harry Potter e dos romances de Ayn Rand em situações semelhantes.
Os termos de serviço publicados pela Amazon para o Kindle não parecem dar à empresa o direito de apagar compras depois de terem sido feitas. É dito que a Amazon concede aos clientes o direito de manter um "cópia permanente do respectivo conteúdo digital".
Vendedores de bens físicos obviamente não podem entrar sem autorização na casa de um cliente para retomar uma mercadoria, não importando quão ilícita a mercadoria tenha se revelado. Mesmo assim, a Amazon parece manter uma peculiar amarra ao conteúdo digital que vende para o Kindle.
"Isso ilustra quão poucos são os direitos que você tem quando compra um livro eletrônico da Amazon", disse Bruce Schneier, diretor de tecnologia de segurança da British Telecom e especialista em segurança e comércio eletrônicos. "Como proprietário de um Kindle, estou frustrado. Não posso emprestar livros para as pessoas e não posso vender livros que eu já tenha lido, e agora descobriu-se que não posso sequer contar com meus livros amanhã".
Justin Gawronski, de 17 anos, da região de Detroit, estava lendo 1984 em seu Kindle para um trabalho escolar de verão e perdeu todas as suas notas e apontamentos quando o arquivo desapareceu. "Eles não apenas pegaram meu livro de volta, eles roubaram meu trabalho", disse.
Na Internet, é claro, não há coisas como um buraco da memória. Embora, nos Estados Unidos, o copyright de 1984 não expire até 2044, ele já expirou em outros países, incluindo Canadá, Austrália e Rússia. Nesses países, sites oferecem cópias digitais gratuitas do livro para todos os interessados.
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Por falar em deserto e em grana, estou sendo alvo de assédio por alguém que pegou informações do site http://softwarelivre.org/assets/people. Nasceu na costa do marfin, ficou órfã, vive no senegal como refugiada e quer ajuda para resgatar DOIS MILHÒES de doletas de um banco escocês. Prato cheio para o wikiteatro do Thomas!
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br:
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De: nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. <ém-l@lists.wikimedia.org> Enviadas: Terça-feira, 21 de Julho de 2009 23:28:03 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] 1984 é agora (pt)
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Na sexta-feira, foi 1894 e outro livro de Orwell, A Revolução dos Bichos, que foram lançados no buraco da memória - pela Amazon.com.
Num jogada que irritou clientes e gerou ondas de insatisfação online, a Amazon apagou remotamente algumas edições digitais desses livros nos dispositivos Kindle de leitores que pagaram por elas.
Por e-mail, um porta-voz da Amazon, Drew Herdener, disse que os livros foram adicionados à loja Kindle por uma empresa que não tinha os respectivos direitos, usando uma função automática. "Quando notificados sobre isso pelo detentor dos direitos, removemos as cópias ilegais do nosso sistema e dos dispositivos dos clientes, e reembolsamos os clientes", disse.
A Amazon efetivamente reconheceu que as remoções foram uma má idéia. "Estamos mudando nosso sistema para que, no futuro, nós não removamos livros de dispositivos de clientes nessas circunstâncias", disse o Sr. Herdener.
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Antoine Bruguier, um engenheiro do Vale do Silício, disse que havia percebido que sua cópia digital de 1984 parecia ser uma digitalização de uma edição em papel. "Se este Kindle quebrar, com certeza não vou comprar um novo", disse.
A Amazon aparenta ter apagado recentemente dos Kindles outros livros eletrônicos comprados. Comentando em fóruns na Internet, clientes relataram o desaparecimento de edições digitais dos livros de Harry Potter e dos romances de Ayn Rand em situações semelhantes.
Os termos de serviço publicados pela Amazon para o Kindle não parecem dar à empresa o direito de apagar compras depois de terem sido feitas. É dito que a Amazon concede aos clientes o direito de manter um "cópia permanente do respectivo conteúdo digital".
Vendedores de bens físicos obviamente não podem entrar sem autorização na casa de um cliente para retomar uma mercadoria, não importando quão ilícita a mercadoria tenha se revelado. Mesmo assim, a Amazon parece manter uma peculiar amarra ao conteúdo digital que vende para o Kindle.
"Isso ilustra quão poucos são os direitos que você tem quando compra um livro eletrônico da Amazon", disse Bruce Schneier, diretor de tecnologia de segurança da British Telecom e especialista em segurança e comércio eletrônicos. "Como proprietário de um Kindle, estou frustrado. Não posso emprestar livros para as pessoas e não posso vender livros que eu já tenha lido, e agora descobriu-se que não posso sequer contar com meus livros amanhã".
Justin Gawronski, de 17 anos, da região de Detroit, estava lendo 1984 em seu Kindle para um trabalho escolar de verão e perdeu todas as suas notas e apontamentos quando o arquivo desapareceu. "Eles não apenas pegaram meu livro de volta, eles roubaram meu trabalho", disse.
Na Internet, é claro, não há coisas como um buraco da memória. Embora, nos Estados Unidos, o copyright de 1984 não expire até 2044, ele já expirou em outros países, incluindo Canadá, Austrália e Rússia. Nesses países, sites oferecem cópias digitais gratuitas do livro para todos os interessados.
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A rede do SoftwareLivre.org tá cheia de spammers eu mesmo por experiência própria, passei a receber vários spams eu meu email depois de me cadastrar lá.
2009/7/22 nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com:
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2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br:
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De: nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. <ém-l@lists.wikimedia.org> Enviadas: Terça-feira, 21 de Julho de 2009 23:28:03 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] 1984 é agora (pt)
Obrigado pela gentileza. O que não dá para entender, independe agora do idioma. É a multilinguística sanha por lucro.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br:
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Lucas Jackson / Reuters Um passageiro usando um Amazon Kindle para ler no metrô de Nova Iorque.
Em 1984, de George Orwell, censores do governo apagam todos os vestígios de reportagens que constrangem o Grande Irmão, mandando-as para o tubo de incineração chamado de "buraco da memória".
Na sexta-feira, foi 1894 e outro livro de Orwell, A Revolução dos Bichos, que foram lançados no buraco da memória - pela Amazon.com.
Num jogada que irritou clientes e gerou ondas de insatisfação online, a Amazon apagou remotamente algumas edições digitais desses livros nos dispositivos Kindle de leitores que pagaram por elas.
Por e-mail, um porta-voz da Amazon, Drew Herdener, disse que os livros foram adicionados à loja Kindle por uma empresa que não tinha os respectivos direitos, usando uma função automática. "Quando notificados sobre isso pelo detentor dos direitos, removemos as cópias ilegais do nosso sistema e dos dispositivos dos clientes, e reembolsamos os clientes", disse.
A Amazon efetivamente reconheceu que as remoções foram uma má idéia. "Estamos mudando nosso sistema para que, no futuro, nós não removamos livros de dispositivos de clientes nessas circunstâncias", disse o Sr. Herdener.
Clientes cujos livros foram apagados informaram que a MobileReference, uma editora digital, havia os vendido. Um e-mail para a SoundTells, a empresa que é a proprietária da MobileReference, não foi prontamente respondido.
Livros digitais comprados para o Kindle são enviados para o dispositivo por uma rede sem fio. A Amazon também pode usar essa rede para sincronizar livros eletrônicos entre dispositivos - e aparentemente para fazê-los desaparecer.
Na noite de sexta-feira, uma edição digital autorizada de 1984 de seu editor americano, Houghton Mifflin Harcourt, ainda estava disponível na loja Kindle, mas não havia nenhuma versão de A Revolução dos Bichos.
Pessoas que compraram as edições invalidadas reagiram com indignação, reconhecendo a literal ironia do caso. "De todos os livros para recolher", disse Charles Slater, diretor de uma loja de partituras na Filadélfia, que comprou a edição digital de 1984 por 99 centavos no mês passado. "Eu nunca imaginei que a Amazon efetivamente tivesse o direito, o poder ou mesmo a possibilidade de apagar algo que eu já havia comprado".
Antoine Bruguier, um engenheiro do Vale do Silício, disse que havia percebido que sua cópia digital de 1984 parecia ser uma digitalização de uma edição em papel. "Se este Kindle quebrar, com certeza não vou comprar um novo", disse.
A Amazon aparenta ter apagado recentemente dos Kindles outros livros eletrônicos comprados. Comentando em fóruns na Internet, clientes relataram o desaparecimento de edições digitais dos livros de Harry Potter e dos romances de Ayn Rand em situações semelhantes.
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Vendedores de bens físicos obviamente não podem entrar sem autorização na casa de um cliente para retomar uma mercadoria, não importando quão ilícita a mercadoria tenha se revelado. Mesmo assim, a Amazon parece manter uma peculiar amarra ao conteúdo digital que vende para o Kindle.
"Isso ilustra quão poucos são os direitos que você tem quando compra um livro eletrônico da Amazon", disse Bruce Schneier, diretor de tecnologia de segurança da British Telecom e especialista em segurança e comércio eletrônicos. "Como proprietário de um Kindle, estou frustrado. Não posso emprestar livros para as pessoas e não posso vender livros que eu já tenha lido, e agora descobriu-se que não posso sequer contar com meus livros amanhã".
Justin Gawronski, de 17 anos, da região de Detroit, estava lendo 1984 em seu Kindle para um trabalho escolar de verão e perdeu todas as suas notas e apontamentos quando o arquivo desapareceu. "Eles não apenas pegaram meu livro de volta, eles roubaram meu trabalho", disse.
Na Internet, é claro, não há coisas como um buraco da memória. Embora, nos Estados Unidos, o copyright de 1984 não expire até 2044, ele já expirou em outros países, incluindo Canadá, Austrália e Rússia. Nesses países, sites oferecem cópias digitais gratuitas do livro para todos os interessados.
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