"Eu não sou o único problema aqui"
Padula, você não é um problema. O problema maior é justamente essa postura
onde quando alguém comete um erro, a inquisição vem com toda força como uma
caçada às bruxas. Daí como o perfil das pessoas que geralmente se envolver
com os projetos Wikimedia não pode deixar barato, as divergências terminam,
quase sempre, num wiki-drama.
Seria muito produtivo para o catalisador e para a própria WMF ouvirem
pessoas que não estavam acostumadas com essa ambiente e o que sentiram ao
começar a trabalhar nos projetos Wikimedia. Meu envolvimento com os
projetos Wikimedia tornou-se maior no final de 2008. Comecei a trabalhar
para a WMF 3 anos depois. Eu me deparei com situações bastante difíceis,
mesmo após 3 anos de experiência mais ativa e outros tantos anos mais de
experiência com a Wikipédia - mais como leitor, mas sempre li as discussões
lá, tanto é que por isso quis criar um wiki paralelo no Stoa (stoa.usp.br),
pois não acreditava que professores teriam paciência com wikidramas. O
tonto aqui acreditou que seria possível envolver professores na Wikipédia
por causa da propaganda dos embaixadores, mas diante de alguns perfis da
comunidade wiki e sua aversão ao conhecimento, não acredito mais numa forte
adesão de professores, exceto no esquema (editem nesse cantinho aqui, mas
cuidado para não interferir no dia-a-dia da comunidade).
As coisas só vão deixar de ser esse marasmo quando em situações como a que
desencadeou isso daqui tiveram antes o que a Oona sugeriu, as pessoas
pararem para conversar antes de querer competir quem falar mais alto ou por
último.
Abraços,
Tom
Em 6 de agosto de 2014 08:37, Rodrigo Padula <rodrigopadula(a)gmail.com>
escreveu:
Obrigado Oona pelos esclarecimentos, excelente email.
Quanto as minhas criticas ao modelo catalisador do qual eu faço parte,
continuam valendo e atuais, bem como a forma que passamos a fazer parte da
equipe da Ação Educativa e toda a crise existencial nesse processo que
sempre gerou problemas de entendimento e até mesmo muita confusão de minha
parte quanto a forma de atuação.
Mas além de reconhecer os problemas reconheço também as possibilidades que
foram abertas por termos uma organização local nos apoiando com um depto
financeiro e jurídico.
Se não fosse a parceria e apoio da Ação Educativa, não teriamos como
realizar o Wiki Loves Earth. O financeiro e jurídico deram respaldo para
fazermos o concurso sem registro na caixa econômica federal e de forma
segura pagarmos a premiação, de forma totalmente legal e legítima e isso
não poderia ser feito pela equipe do catalisador como consultores diretos
da WMF.
Eu, Oona e o pessoal da Ação passamos horas conversando e trocando emails
e digo o mesmo quanto a contratação de designer e a produtora de videos que
foram contratadas via Ação Educativa para fazer e dar acabamento no
material de outreach em produção.
Por questões como essa eu sou a favor de criação de grupos, organizações e
o capitulo. Existem varias possibilidades a serem exploradas q seriam
facilitadas e possibilitadas através disso, mas cabe ao movimento se
organizar para um dia chegar a esse objetivo.
Enquanto isso sigo o meu trabalho com informática aplicada a educação
entre barreiras... Pedradas e problemas.
Todos aqui temos defeitos e virtudes, cada um tem sua forma de atuar e
trabalhar.
Os projetos Wikimedia são abertos e ninguém pode proibir ninguém de atuar
neles se suas regras são respeitadas.
Pretendo dar continuidade no meu trabalho nos projetos independente de
visões pessoais de 4 ou 5 wikimedistas pois os projetos são bem maiores e
importantes do que isso.
No segundo semestre terei ainda mais tempo e liberdade para me dedicar,
com pouco esforço consigo produzir muita coisa bacana, quem é realmente meu
amigo sabe disso e é por essas e outras que eu sigo na luta.
Somente recomendo um debate mais educado e menos pessoal, pois isso que
tem queimado o filme do movimento principalmente na mídia.
Quanto a conversas e problemas pessoais, estou totalmente aberto para
conversas cara a cara, inclusive aqui na Wikimania.
Eu não sou o único problema aqui, o problema já foi várias pessoas(muitas
já sairam, foram bloqueadas) e o movimento brasileiro continua na mesma. As
pedradas só mudam de telhado.
Aprender e evoluir com os conflitos é sempre o melhor a se fazer, como
disse o próprio Tom.