2009/3/20 Pietro Roveri pietro@usp.br:
É sobre isso que me refiro, precisa haver mais coesão. No caso da física, uma ciência madura, é mais fácil. Porém, quando vai para a linha das ciências sociais, fica complicado.
De fato, não havia pensado nisso. Mas vamos pensar num exemplo de uma outra área para tentar imaginar o que ocorreria. Vou pegar história pois é algo que, infelizmente, sei muito pouco, já que meus professores quase não apareciam na sala de aula da E. T. E. Guaracy Silveira.
Suponha que quero escrever um material didático sobre história do Brasil no século XX. Como poderíamos fazer?
Atualmente estou tentando entender um pouquinho sobre a ditadura, que nunca nem sequer citaram na época do colégio. O material do livro 'História insdiscreta da ditadura e da abertura', de Ronaldo Costa Couto, me parece riquíssimo, até onde estou lendo. Os livros do Elio Gaspari sobre o assunto também ouvi falar muito bem. Será que poderia sair algo interessante se pedíssemos para esses autores escreverem textos *independentes* sobre a ditadura volados para estudantes do ensino médio?
Por que independentes? Não estou certo que muito desse pessoal saberia ou aceitaria ter um texto deles modificado por outros. Então o que podemos tentar fazer é pedir que usem uma licença que permita a criação de obras derivas.
Teríamos 2 versões de textos didático sobre esse assunto e alguém poderia tentar mesclar (claro que também haveria links para os textos originais como referência). E assim tentamos fazer com outros períodos e assuntos da história do Brasil.
Isso me faz lembrar, inclusive, uma observação de uma colega alemã que criou uma ONG voltada a educação numa favela ao lado da USP. Ela disse que a maior parte dos estudantes tomam uma única versão sobre um acontecimento como verdade, seja o que o professor falou, seja o que viram num livro ou outro fonte de informação. Lembrando da forma como nos colégios que estudei, dá para entender um pouco esas crítica.
Talvez um livro didático nessa linha poderia até mudar um pouco essa cultura centrada numa única fonte de informação, sem se questionar de onde vem.
São só idéias.
Abraços,
Tom