Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome) relata.
Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas, apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, a lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês, pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das coisas, e não evolui".
E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho às edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das vezes muito melhor que as da nossa - muito.
André
Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não deixa de ter um viés realístico.
Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto lugusto@gmail.com escreveu:
Na verdade me soa como um texto ficcional
Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" victordalopes@gmail.com escreveu:
Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata...
Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc marcoaureliopc@gmail.com escreveu:
http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-d...
Wikipédia, a enciclopédia de luta livre
publicado em literatura por Luis de Freitas Branco
A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no ringue digital só contam os golpes baixos
Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para muitos, o principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de Letras, essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis para invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado, Guilherme cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse. Foi um choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial do escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das últimas entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque não, uma biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela Wikipédia, sendo que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria. Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que comoveu a cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um segredo que o escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher toda a vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor estava casado, no centro da cidade.
Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o caso, não fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia apagam as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor, falecido. Na seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que ele amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não tarda a assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que ele sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de livros autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros. Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que Guilherme além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma mulata da favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor tinha muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um racismo fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade.
“Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono, acompanhando a retaliação do inimigo. “Mentir não.”
Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela mulher, guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé cristã, doutrina que era devoto.
“Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena, conhecendo pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta.
Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a alcunha quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da amante e da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas cabinas de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de excitação e voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo mesmo que ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem o seu epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava pronto para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol. Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não entenderam a referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão, sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia decidiu na gerência interromper qualquer futura mudança na página, congelando as ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua.
“Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na sala de aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais complicada da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança, deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No entanto, é sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio onde morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor condicional com a mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta que era apenas uma apresentação de dez minutos.
“Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora de português, surpreendida com a provocação.
“Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”, explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço da cabeça.
“Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna.
Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na sala de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal foi uma excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo.
WikimediaBR-l mailing list
WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org
-- Victor de Andrade Lopes Jornalista Membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil Twitter | Blog |
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Honestamente, pra mim isso tudo é "mimimi".
Quando eu estava na escola (uns 15 anos atrás), já começavam as discussões sobre os alunos heróis e os preguiçosos: aqueles que tinham que ir à biblioteca fazer uma pesquisa na Barsa e transcrever o texto à mão em uma folha de papel almaço; e aqueles que tinham o Encarta instalada nos seus Windows 95/98 e uma impressora jato-de-tinta à disposição. Afinal, como seria o futuro da geração "copia-e-cola"?
Supondo toda essa história cuspida no blog como real e não fictícia, não consigo imaginar um futuro mais formidável para meus filhos: um futuro em que ninguém mais vai poder pegar em uma enciclopédia e achar que aquilo é, por qualquer motivo, verdade absoluta. Pelo contrário, nossos filhos serão "treinados" desde a escola primária a serem críticos, analisarem a informação, checarem as fontes e questionarem tudo o que for apresentado a eles, já que a maior parte da informação disponível a eles estará imprecisa.
Eu sou pesquisador há vários anos na USP (acho que ela se enquadra no quesito "grande universidade pública") e tenho contato com vários pesquisadores com "pós-doutorado a muito anos" (que os pesquisadores/amigos me perdoem, mas "grande porcaria", como se só um título concedesse autoridade a alguém), e fiquei pasmo ao ver que as eventuais contribuições deles à Wikipédia eram de péssima qualidade: com erros, mal formatadas, faziam uso da primeira pessoa e, obviamente, estavam sem fontes (a maioria dos computadores dos professores na USP possuem IPs fixos, então não é difícil caçar eventuais edições de um computador em particular). Alguns até falavam mal da Wikipédia e do fato de terem sido revertidos, e sempre diziam para os alunos "tomarem cuidado", tudo isso sem sequer tentar entender melhor o projeto e como ele funciona. Achavam que a Wikipédia era terra de ninguém e o fato de pessoas "não tituladas" desfazerem suas edições uma afronta, um rebaixamento à posição deles. Enfim, a livre docência não torna ninguém livre de ignorância.
Por outro lado, quem afirma que a Wiki-EN é, de qualquer forma, melhor gerenciada que a Wiki-PT, não deve mais duvidar disso. O inglês é a língua mais ensinada nas escolas, é a língua dos negócios, etc, etc, etc. Logo, nada mais normal que a de lá seja maior e mais desenvolvida que a daqui. Mas, de forma alguma, isso justifica dizer que lá funciona e aqui não, pois a metodologia é e sempre foi a mesma.
--- Diego Queiroz
2015-05-05 20:41 GMT-03:00 André Z. D. A. andrezda10@yandex.com:
Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome) relata.
Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas, apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, a lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês, pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das coisas, e não evolui".
E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho às edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das vezes muito melhor que as da nossa - muito.
André
Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não
deixa de ter um viés realístico.
Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto lugusto@gmail.com escreveu:
Na verdade me soa como um texto ficcional
Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" victordalopes@gmail.com
escreveu:
Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata...
Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc marcoaureliopc@gmail.com
escreveu:
http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-d...
Wikipédia, a enciclopédia de luta livre
publicado em literatura por Luis de Freitas Branco
A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no ringue
digital só contam os golpes baixos
Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para muitos,
o
principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de
Letras,
essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis para invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado, Guilherme cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse. Foi um choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial do escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das últimas entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque não, uma biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela Wikipédia,
sendo
que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria. Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que comoveu
a
cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um segredo
que o
escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher toda
a
vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor estava casado, no centro da cidade.
Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o caso, não fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia
apagam
as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor, falecido. Na seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que ele amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não tarda a assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que ele sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de livros autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros. Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que
Guilherme
além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma mulata
da
favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor tinha muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um
racismo
fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade.
“Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono, acompanhando a
retaliação do inimigo. “Mentir não.”
Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela mulher, guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé cristã, doutrina que era devoto.
“Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena, conhecendo pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta.
Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a alcunha quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da
amante e
da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas
cabinas
de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de excitação
e
voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo mesmo
que
ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem o seu epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava
pronto
para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol. Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não entenderam a referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão, sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia decidiu na gerência interromper qualquer futura mudança na página, congelando
as
ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua.
“Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na sala de aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais complicada da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança, deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No entanto, é sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio onde morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor condicional
com a
mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta que era apenas uma apresentação de dez minutos.
“Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora de
português, surpreendida com a provocação.
“Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”, explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço da cabeça.
“Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna.
Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na sala de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal foi
uma
excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo.
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-- Victor de Andrade Lopes Jornalista Membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil Twitter | Blog |
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Realmente eu acho que uma das maiores falhas da comunidade brasileira é o fato de não reconhecerem que esses problemas REALMENTE EXISTEM.
Se isso fosse mimimi, não veriamos pessoas experientes e com anos de trabalho e muita bagagem dizendo na esplanada "Até mais, pra mim já deu".
Tratamos mal atém quem ajuda muito e no geral recebemos muito mal os novos usuários, falta acompanhamento mais de perto, falta vontade em colaborar com temas e discussões importantes e projetos que agregam ao movimento wikimedia dentre outras questões.
Falta um pouco do conceito de grupo e principalmente grandes esforços de trabalho colaborativo, reflexo disso é o grande nível de insucesso dos WikiProjetos.
Grande parte do trabalho é feito de forma individual, por iniciativas próprias, por isso muitos acabam tratando certas áreas e artigos como o "meu precioso".
Concordo que título e formação não dizem tanto assim, mas um wikipedista responder uma edição de um especialista da área com um "f.... se vc é especialista da área, vc fez m.... e não sabe editar, tá revertido e bloqueado" não ajuda muito.
Boa parte da mídia e da academia brasileira ainda não compreende a dinamica da Wikipédia e de sua comunidade e com o nível de hostilidade atual, continuarão não compreendendo pois quem não é experiente, no geral não é bem-vindo para editar e sem editar não vão pegar experiêcia.
Nem todo mundo nasce com o gene do wikipedista, então, creio que precisamos fazer um esforço para receber melhor quem está chegando. E olha que aninda nem chegamos no tema dos estatutos e pessoas que se candidatam a ajudar mais a fundo e são vetadas por puro capricho de quem tem o poder de colocar mais gente pra dentro do projeto e não o faz.
Então, basicamente eu vejo 2 tipos de usuários, aquele que compra uma camera nova e sai usando e aprende com o erro e aquele que compra uma camera nova, pesquisa na internet, lê o manual, compra um livro e daí começa a tirar as primeiras fotos. Como podemos notar, grande parte dos usuários se enquadram no primeiro caso, se a gente chega pra ele, tomamos a camera e falamos "seu idiota, vc não sabe tirar fotos" , com certeza podemos estar perdendo um grande fotógrafo.
Por isso com certeza precisamos melhorar a comunicação e a forma de tratar os novos usuários. Houve grande investimento de recursos e de tempo da equipe paga pela WMF na produção de conteúdo de ajuda/capacitação em português.
Esse material só foi publicado no commons após vários emails e muita discussão e o material sequer foi divulgado e referenciado por aí. Colocando um bot para enviar mensagens com os links do material para os novos usuários ja ajudaria muito, mas.....
Sobre a Wikipédia em Inglês, a questão não é somente pelo idioma ser mais falado que o PT, contribuições feitas lá são muito mais bem recebidas do que aqui, esse é o grande diferencial.
Enquanto em alguns projetos normalmente é adotado o principio da boa fé... aqui adotamos o da má fé, como se as edições feitas são para promover algo ou para se promover ou então são para gerar números de edições.
Se continuarmos aqui com essa visão de que o mundo está errado, a mídia está errada e que tudo isso é mimimi, nada vai mudar e grandes colaboradores como os que anunciaram sua saida/aposentadoria na esplanada continuarão abandonando o barco...
Atenciosamente
Rodrigo Padula
Em 5 de maio de 2015 21:56, Diego Queiroz queiroz.diego@gmail.com escreveu:
Honestamente, pra mim isso tudo é "mimimi".
Quando eu estava na escola (uns 15 anos atrás), já começavam as discussões sobre os alunos heróis e os preguiçosos: aqueles que tinham que ir à biblioteca fazer uma pesquisa na Barsa e transcrever o texto à mão em uma folha de papel almaço; e aqueles que tinham o Encarta instalada nos seus Windows 95/98 e uma impressora jato-de-tinta à disposição. Afinal, como seria o futuro da geração "copia-e-cola"?
Supondo toda essa história cuspida no blog como real e não fictícia, não consigo imaginar um futuro mais formidável para meus filhos: um futuro em que ninguém mais vai poder pegar em uma enciclopédia e achar que aquilo é, por qualquer motivo, verdade absoluta. Pelo contrário, nossos filhos serão "treinados" desde a escola primária a serem críticos, analisarem a informação, checarem as fontes e questionarem tudo o que for apresentado a eles, já que a maior parte da informação disponível a eles estará imprecisa.
Eu sou pesquisador há vários anos na USP (acho que ela se enquadra no quesito "grande universidade pública") e tenho contato com vários pesquisadores com "pós-doutorado a muito anos" (que os pesquisadores/amigos me perdoem, mas "grande porcaria", como se só um título concedesse autoridade a alguém), e fiquei pasmo ao ver que as eventuais contribuições deles à Wikipédia eram de péssima qualidade: com erros, mal formatadas, faziam uso da primeira pessoa e, obviamente, estavam sem fontes (a maioria dos computadores dos professores na USP possuem IPs fixos, então não é difícil caçar eventuais edições de um computador em particular). Alguns até falavam mal da Wikipédia e do fato de terem sido revertidos, e sempre diziam para os alunos "tomarem cuidado", tudo isso sem sequer tentar entender melhor o projeto e como ele funciona. Achavam que a Wikipédia era terra de ninguém e o fato de pessoas "não tituladas" desfazerem suas edições uma afronta, um rebaixamento à posição deles. Enfim, a livre docência não torna ninguém livre de ignorância.
Por outro lado, quem afirma que a Wiki-EN é, de qualquer forma, melhor gerenciada que a Wiki-PT, não deve mais duvidar disso. O inglês é a língua mais ensinada nas escolas, é a língua dos negócios, etc, etc, etc. Logo, nada mais normal que a de lá seja maior e mais desenvolvida que a daqui. Mas, de forma alguma, isso justifica dizer que lá funciona e aqui não, pois a metodologia é e sempre foi a mesma.
Diego Queiroz
2015-05-05 20:41 GMT-03:00 André Z. D. A. andrezda10@yandex.com:
Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais
para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome) relata.
Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas, apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, a lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês, pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das coisas, e não evolui".
E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho às edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das vezes muito melhor que as da nossa - muito.
André
Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não
deixa de ter um viés realístico.
Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto lugusto@gmail.com escreveu:
Na verdade me soa como um texto ficcional
Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" <
victordalopes@gmail.com> escreveu:
Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata...
Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc marcoaureliopc@gmail.com
escreveu:
http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-d...
Wikipédia, a enciclopédia de luta livre
publicado em literatura por Luis de Freitas Branco
A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no ringue
digital só contam os golpes baixos
Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para
muitos, o
principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de
Letras,
essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis para invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado, Guilherme cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse. Foi um choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial do escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das
últimas
entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque não,
uma
biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela Wikipédia,
sendo
que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria. Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que
comoveu a
cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um segredo
que o
escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher
toda a
vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor estava casado, no centro da cidade.
Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o caso,
não
fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia
apagam
as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor, falecido.
Na
seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que ele amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não tarda a assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que ele sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de livros autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros. Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que
Guilherme
além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma
mulata da
favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor tinha muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um
racismo
fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade.
“Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono, acompanhando a
retaliação do inimigo. “Mentir não.”
Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela
mulher,
guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé
cristã,
doutrina que era devoto.
“Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena, conhecendo pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta.
Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a alcunha quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da
amante e
da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas
cabinas
de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de
excitação e
voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo mesmo
que
ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem o
seu
epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava
pronto
para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol. Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não entenderam a referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão, sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia
decidiu
na gerência interromper qualquer futura mudança na página,
congelando as
ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua.
“Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na sala
de
aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais
complicada
da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança, deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No entanto, é sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio
onde
morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor condicional
com a
mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta que era apenas uma apresentação de dez minutos.
“Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora de
português, surpreendida com a provocação.
“Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”, explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço da cabeça.
“Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna.
Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na
sala
de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal foi
uma
excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo.
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Rodrigo.
Eu sou um desses usuários. Estou sem tempo para editar e, mais do que isso, também estou cansado da Wikipédia e do tom agressivo costumeiro.
Mas os que se sentem assim (incluindo eu) são os desesperados, que querem "consertar" a Wikipédia (como se houvesse algo quebrado), que acham que estão fazendo "A coisa mais importante do mundo", cada um à sua maneira, seja com o preciosismo que mencionou, seja em acreditar que sabe mais do que os outros, seja em buscar mérito pelo que faz. Eu falo isso com a sanidade necessária para dizer que sou um desses editores. Uma discussão que não flui da maneira como eu gostaria me deixa chateado, revoltado, me tira o sono, me impede de fazer outras coisas, enfim, muitas coisas que não me orgulho. Só que todas essas coisas são falhas minhas, pois sou humano.
Por outro lado, sou autocrítico o suficiente para não sair por aí falando mal da Wikipédia, pois sei que um projeto como a Wikipédia não vai crescer com o esforço de um único editor, ou de um grupo qualquer de editores dedicados. A Wikipédia é um projeto sem fim declarado, que estará sempre em revisão e aprimoramento pela *humanidade*. Não haverá um "ponto ótimo" e sempre haverá altos e baixos (e no curto prazo, os pontos baixos serão sempre maiores). Essa é a graça da coisa e é onde está a genialidade de quem propôs o modelo Wiki de edição.
Se não fosse assim que devesse ser, haveria alguma preocupação da WMF em controlar o conteúdo e não simplesmente lançar a enciclopédia a sorte para ver no que dá.
Dizer que a falta de um projeto ou que o afastamento de editores causa qualquer impacto a longo prazo, para mim, é pensar pequeno, muito pequeno.
Não estou dizendo que nosso trabalho é inútil. Projetos podem ser propostos e acho que devem ser sempre bem vindos. Se os nossos editores aprenderem a serem educados, com certeza eles viverão mais (o que rola de ameaça de morte offwiki não é pouco). Mas entenda que tudo isso não faz a menor diferença, pois não é necessário para que o projeto evolua. Talvez isso sirva para acabar com a sanidade dos nossos editores, mas sempre haverá uma nova geração nascendo e surgindo para se perder como a anterior.
Enfim, o mundo não está errado, nunca esteve. Nós que estamos errados. Estamos errados por sermos egocêntricos e acharmos que nossa contribuição ou a de alguém é essencial, quando não é.
--- Diego Queiroz
2015-05-06 10:13 GMT-03:00 Rodrigo Padula rodrigopadula@gmail.com:
Realmente eu acho que uma das maiores falhas da comunidade brasileira é o fato de não reconhecerem que esses problemas REALMENTE EXISTEM.
Se isso fosse mimimi, não veriamos pessoas experientes e com anos de trabalho e muita bagagem dizendo na esplanada "Até mais, pra mim já deu".
Tratamos mal atém quem ajuda muito e no geral recebemos muito mal os novos usuários, falta acompanhamento mais de perto, falta vontade em colaborar com temas e discussões importantes e projetos que agregam ao movimento wikimedia dentre outras questões.
Falta um pouco do conceito de grupo e principalmente grandes esforços de trabalho colaborativo, reflexo disso é o grande nível de insucesso dos WikiProjetos.
Grande parte do trabalho é feito de forma individual, por iniciativas próprias, por isso muitos acabam tratando certas áreas e artigos como o "meu precioso".
Concordo que título e formação não dizem tanto assim, mas um wikipedista responder uma edição de um especialista da área com um "f.... se vc é especialista da área, vc fez m.... e não sabe editar, tá revertido e bloqueado" não ajuda muito.
Boa parte da mídia e da academia brasileira ainda não compreende a dinamica da Wikipédia e de sua comunidade e com o nível de hostilidade atual, continuarão não compreendendo pois quem não é experiente, no geral não é bem-vindo para editar e sem editar não vão pegar experiêcia.
Nem todo mundo nasce com o gene do wikipedista, então, creio que precisamos fazer um esforço para receber melhor quem está chegando. E olha que aninda nem chegamos no tema dos estatutos e pessoas que se candidatam a ajudar mais a fundo e são vetadas por puro capricho de quem tem o poder de colocar mais gente pra dentro do projeto e não o faz.
Então, basicamente eu vejo 2 tipos de usuários, aquele que compra uma camera nova e sai usando e aprende com o erro e aquele que compra uma camera nova, pesquisa na internet, lê o manual, compra um livro e daí começa a tirar as primeiras fotos. Como podemos notar, grande parte dos usuários se enquadram no primeiro caso, se a gente chega pra ele, tomamos a camera e falamos "seu idiota, vc não sabe tirar fotos" , com certeza podemos estar perdendo um grande fotógrafo.
Por isso com certeza precisamos melhorar a comunicação e a forma de tratar os novos usuários. Houve grande investimento de recursos e de tempo da equipe paga pela WMF na produção de conteúdo de ajuda/capacitação em português.
Esse material só foi publicado no commons após vários emails e muita discussão e o material sequer foi divulgado e referenciado por aí. Colocando um bot para enviar mensagens com os links do material para os novos usuários ja ajudaria muito, mas.....
Sobre a Wikipédia em Inglês, a questão não é somente pelo idioma ser mais falado que o PT, contribuições feitas lá são muito mais bem recebidas do que aqui, esse é o grande diferencial.
Enquanto em alguns projetos normalmente é adotado o principio da boa fé... aqui adotamos o da má fé, como se as edições feitas são para promover algo ou para se promover ou então são para gerar números de edições.
Se continuarmos aqui com essa visão de que o mundo está errado, a mídia está errada e que tudo isso é mimimi, nada vai mudar e grandes colaboradores como os que anunciaram sua saida/aposentadoria na esplanada continuarão abandonando o barco...
Atenciosamente
Rodrigo Padula
Em 5 de maio de 2015 21:56, Diego Queiroz queiroz.diego@gmail.com escreveu:
Honestamente, pra mim isso tudo é "mimimi".
Quando eu estava na escola (uns 15 anos atrás), já começavam as discussões sobre os alunos heróis e os preguiçosos: aqueles que tinham que ir à biblioteca fazer uma pesquisa na Barsa e transcrever o texto à mão em uma folha de papel almaço; e aqueles que tinham o Encarta instalada nos seus Windows 95/98 e uma impressora jato-de-tinta à disposição. Afinal, como seria o futuro da geração "copia-e-cola"?
Supondo toda essa história cuspida no blog como real e não fictícia, não consigo imaginar um futuro mais formidável para meus filhos: um futuro em que ninguém mais vai poder pegar em uma enciclopédia e achar que aquilo é, por qualquer motivo, verdade absoluta. Pelo contrário, nossos filhos serão "treinados" desde a escola primária a serem críticos, analisarem a informação, checarem as fontes e questionarem tudo o que for apresentado a eles, já que a maior parte da informação disponível a eles estará imprecisa.
Eu sou pesquisador há vários anos na USP (acho que ela se enquadra no quesito "grande universidade pública") e tenho contato com vários pesquisadores com "pós-doutorado a muito anos" (que os pesquisadores/amigos me perdoem, mas "grande porcaria", como se só um título concedesse autoridade a alguém), e fiquei pasmo ao ver que as eventuais contribuições deles à Wikipédia eram de péssima qualidade: com erros, mal formatadas, faziam uso da primeira pessoa e, obviamente, estavam sem fontes (a maioria dos computadores dos professores na USP possuem IPs fixos, então não é difícil caçar eventuais edições de um computador em particular). Alguns até falavam mal da Wikipédia e do fato de terem sido revertidos, e sempre diziam para os alunos "tomarem cuidado", tudo isso sem sequer tentar entender melhor o projeto e como ele funciona. Achavam que a Wikipédia era terra de ninguém e o fato de pessoas "não tituladas" desfazerem suas edições uma afronta, um rebaixamento à posição deles. Enfim, a livre docência não torna ninguém livre de ignorância.
Por outro lado, quem afirma que a Wiki-EN é, de qualquer forma, melhor gerenciada que a Wiki-PT, não deve mais duvidar disso. O inglês é a língua mais ensinada nas escolas, é a língua dos negócios, etc, etc, etc. Logo, nada mais normal que a de lá seja maior e mais desenvolvida que a daqui. Mas, de forma alguma, isso justifica dizer que lá funciona e aqui não, pois a metodologia é e sempre foi a mesma.
Diego Queiroz
2015-05-05 20:41 GMT-03:00 André Z. D. A. andrezda10@yandex.com:
Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais
para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome) relata.
Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas, apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, a lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês, pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das coisas, e não evolui".
E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho às edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das vezes muito melhor que as da nossa - muito.
André
Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não
deixa de ter um viés realístico.
Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto lugusto@gmail.com escreveu:
Na verdade me soa como um texto ficcional
Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" <
victordalopes@gmail.com> escreveu:
Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata...
Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc <
marcoaureliopc@gmail.com> escreveu:
>
http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-d...
> > Wikipédia, a enciclopédia de luta livre > > publicado em literatura por Luis de Freitas Branco > > A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no ringue
digital só contam os golpes baixos
> > Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para
muitos, o
> principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de
Letras,
> essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis para > invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado, Guilherme > cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse. Foi
um
> choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial do > escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do > principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das
últimas
> entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento > biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque não,
uma
> biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela Wikipédia,
sendo
> que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria. > Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que
comoveu a
> cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um segredo
que o
> escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher
toda a
> vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor > estava casado, no centro da cidade. > > Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o caso,
não
> fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia
apagam
> as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor, falecido.
Na
> seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que ele > amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não tarda
a
> assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que ele > sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de livros > autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros. > Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente > deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia > responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que
Guilherme
> além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma
mulata da
> favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor
tinha
> muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um
racismo
> fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade. > > “Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono, acompanhando
a retaliação do inimigo. “Mentir não.”
> > Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela
mulher,
> guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé
cristã,
> doutrina que era devoto. > > “Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena, conhecendo > pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta. > > Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome > Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a
alcunha
> quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da
amante e
> da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação > meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas
cabinas
> de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de
excitação e
> voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo mesmo
que
> ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem o
seu
> epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava
pronto
> para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido > pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol. > Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não entenderam
a
> referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão, > sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos > herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia
decidiu
> na gerência interromper qualquer futura mudança na página,
congelando as
> ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua. > > “Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na > literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na sala
de
> aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se > preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais
complicada
> da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde > criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança, > deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No entanto,
é
> sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio
onde
> morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor condicional
com a
> mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta
que
> era apenas uma apresentação de dez minutos. > > “Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora de
português, surpreendida com a provocação.
> > “Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”, > explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço da > cabeça. > > “Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna. > > Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na
sala
> de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é > escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal
foi uma
> excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de > Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo. > > _______________________________________________ > > WikimediaBR-l mailing list > > WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org > > https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
-- Victor de Andrade Lopes Jornalista Membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil Twitter | Blog |
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Acho que sua ultima frase diz tudo:
"Enfim, o mundo não está errado, nunca esteve. Nós que estamos errados. Estamos errados por sermos egocêntricos e acharmos que nossa contribuição ou a de alguém é essencial, quando não é. --Diego Queiroz "
Concordo que uma andorinha não faz verão, mas discordo desse padrão colocado pela indústria e RHs da vida onde todo mundo é substituível e todos são dispensáveis.
Acho que todo mundo é diferente e com um conjunto de experiências e vivências que torna cada pessoa importante e especialmente única no processo como um todo.
Com certeza falta um pouco mais de racionalidade e cordialidade na comunidade brasileira. Já vi muita gente bacana saindo e deixando de contribuir, e claro, muita gente boa entrando, mas no geral, pela movimentação que vejo e ritmo de crescimento e qualidade, me parece que o saldo tem sido negativo, posso estar errado.
Assim como você, tenho tentado fazer a minha parte, com o tempo e competências/habilidades que tenho para contribuir com o movimento. Não falo mal do projeto, pq ele realmente é fantastico e tem grande potencial, mas minhas experiências desde o inicio das minhas edições em 2006 tem sido bem desanimadoras, sigo em frente, mas a gente passa por cada situação, que vai do conflito de idéias ao julgamento de caráter e acusações pessoais, que realmente dá vontade de botar a viola no saco e ir embora cuidar da horta :-)
Nos ultimos anos tenho refletido mais sobre minha forma de atuar, lidar com problemas e principalmente com as pessoas, creio que todos aqui deveriam refletir sobre essas questões. E ao ler criticas na mídia e comentários lançados por outros usuários, tentar avaliar sem levar pro lado pessoal e religioso da coisa.
Abraços a todos
Rodrigo Padula
Em 6 de maio de 2015 10:47, Diego Queiroz queiroz.diego@gmail.com escreveu:
Rodrigo.
Eu sou um desses usuários. Estou sem tempo para editar e, mais do que isso, também estou cansado da Wikipédia e do tom agressivo costumeiro.
Mas os que se sentem assim (incluindo eu) são os desesperados, que querem "consertar" a Wikipédia (como se houvesse algo quebrado), que acham que estão fazendo "A coisa mais importante do mundo", cada um à sua maneira, seja com o preciosismo que mencionou, seja em acreditar que sabe mais do que os outros, seja em buscar mérito pelo que faz. Eu falo isso com a sanidade necessária para dizer que sou um desses editores. Uma discussão que não flui da maneira como eu gostaria me deixa chateado, revoltado, me tira o sono, me impede de fazer outras coisas, enfim, muitas coisas que não me orgulho. Só que todas essas coisas são falhas minhas, pois sou humano.
Por outro lado, sou autocrítico o suficiente para não sair por aí falando mal da Wikipédia, pois sei que um projeto como a Wikipédia não vai crescer com o esforço de um único editor, ou de um grupo qualquer de editores dedicados. A Wikipédia é um projeto sem fim declarado, que estará sempre em revisão e aprimoramento pela *humanidade*. Não haverá um "ponto ótimo" e sempre haverá altos e baixos (e no curto prazo, os pontos baixos serão sempre maiores). Essa é a graça da coisa e é onde está a genialidade de quem propôs o modelo Wiki de edição.
Se não fosse assim que devesse ser, haveria alguma preocupação da WMF em controlar o conteúdo e não simplesmente lançar a enciclopédia a sorte para ver no que dá.
Dizer que a falta de um projeto ou que o afastamento de editores causa qualquer impacto a longo prazo, para mim, é pensar pequeno, muito pequeno.
Não estou dizendo que nosso trabalho é inútil. Projetos podem ser propostos e acho que devem ser sempre bem vindos. Se os nossos editores aprenderem a serem educados, com certeza eles viverão mais (o que rola de ameaça de morte offwiki não é pouco). Mas entenda que tudo isso não faz a menor diferença, pois não é necessário para que o projeto evolua. Talvez isso sirva para acabar com a sanidade dos nossos editores, mas sempre haverá uma nova geração nascendo e surgindo para se perder como a anterior.
Enfim, o mundo não está errado, nunca esteve. Nós que estamos errados. Estamos errados por sermos egocêntricos e acharmos que nossa contribuição ou a de alguém é essencial, quando não é.
Diego Queiroz
2015-05-06 10:13 GMT-03:00 Rodrigo Padula rodrigopadula@gmail.com:
Realmente eu acho que uma das maiores falhas da comunidade brasileira é o
fato de não reconhecerem que esses problemas REALMENTE EXISTEM.
Se isso fosse mimimi, não veriamos pessoas experientes e com anos de trabalho e muita bagagem dizendo na esplanada "Até mais, pra mim já deu".
Tratamos mal atém quem ajuda muito e no geral recebemos muito mal os novos usuários, falta acompanhamento mais de perto, falta vontade em colaborar com temas e discussões importantes e projetos que agregam ao movimento wikimedia dentre outras questões.
Falta um pouco do conceito de grupo e principalmente grandes esforços de trabalho colaborativo, reflexo disso é o grande nível de insucesso dos WikiProjetos.
Grande parte do trabalho é feito de forma individual, por iniciativas próprias, por isso muitos acabam tratando certas áreas e artigos como o "meu precioso".
Concordo que título e formação não dizem tanto assim, mas um wikipedista responder uma edição de um especialista da área com um "f.... se vc é especialista da área, vc fez m.... e não sabe editar, tá revertido e bloqueado" não ajuda muito.
Boa parte da mídia e da academia brasileira ainda não compreende a dinamica da Wikipédia e de sua comunidade e com o nível de hostilidade atual, continuarão não compreendendo pois quem não é experiente, no geral não é bem-vindo para editar e sem editar não vão pegar experiêcia.
Nem todo mundo nasce com o gene do wikipedista, então, creio que precisamos fazer um esforço para receber melhor quem está chegando. E olha que aninda nem chegamos no tema dos estatutos e pessoas que se candidatam a ajudar mais a fundo e são vetadas por puro capricho de quem tem o poder de colocar mais gente pra dentro do projeto e não o faz.
Então, basicamente eu vejo 2 tipos de usuários, aquele que compra uma camera nova e sai usando e aprende com o erro e aquele que compra uma camera nova, pesquisa na internet, lê o manual, compra um livro e daí começa a tirar as primeiras fotos. Como podemos notar, grande parte dos usuários se enquadram no primeiro caso, se a gente chega pra ele, tomamos a camera e falamos "seu idiota, vc não sabe tirar fotos" , com certeza podemos estar perdendo um grande fotógrafo.
Por isso com certeza precisamos melhorar a comunicação e a forma de tratar os novos usuários. Houve grande investimento de recursos e de tempo da equipe paga pela WMF na produção de conteúdo de ajuda/capacitação em português.
Esse material só foi publicado no commons após vários emails e muita discussão e o material sequer foi divulgado e referenciado por aí. Colocando um bot para enviar mensagens com os links do material para os novos usuários ja ajudaria muito, mas.....
Sobre a Wikipédia em Inglês, a questão não é somente pelo idioma ser mais falado que o PT, contribuições feitas lá são muito mais bem recebidas do que aqui, esse é o grande diferencial.
Enquanto em alguns projetos normalmente é adotado o principio da boa fé... aqui adotamos o da má fé, como se as edições feitas são para promover algo ou para se promover ou então são para gerar números de edições.
Se continuarmos aqui com essa visão de que o mundo está errado, a mídia está errada e que tudo isso é mimimi, nada vai mudar e grandes colaboradores como os que anunciaram sua saida/aposentadoria na esplanada continuarão abandonando o barco...
Atenciosamente
Rodrigo Padula
Em 5 de maio de 2015 21:56, Diego Queiroz queiroz.diego@gmail.com escreveu:
Honestamente, pra mim isso tudo é "mimimi".
Quando eu estava na escola (uns 15 anos atrás), já começavam as discussões sobre os alunos heróis e os preguiçosos: aqueles que tinham que ir à biblioteca fazer uma pesquisa na Barsa e transcrever o texto à mão em uma folha de papel almaço; e aqueles que tinham o Encarta instalada nos seus Windows 95/98 e uma impressora jato-de-tinta à disposição. Afinal, como seria o futuro da geração "copia-e-cola"?
Supondo toda essa história cuspida no blog como real e não fictícia, não consigo imaginar um futuro mais formidável para meus filhos: um futuro em que ninguém mais vai poder pegar em uma enciclopédia e achar que aquilo é, por qualquer motivo, verdade absoluta. Pelo contrário, nossos filhos serão "treinados" desde a escola primária a serem críticos, analisarem a informação, checarem as fontes e questionarem tudo o que for apresentado a eles, já que a maior parte da informação disponível a eles estará imprecisa.
Eu sou pesquisador há vários anos na USP (acho que ela se enquadra no quesito "grande universidade pública") e tenho contato com vários pesquisadores com "pós-doutorado a muito anos" (que os pesquisadores/amigos me perdoem, mas "grande porcaria", como se só um título concedesse autoridade a alguém), e fiquei pasmo ao ver que as eventuais contribuições deles à Wikipédia eram de péssima qualidade: com erros, mal formatadas, faziam uso da primeira pessoa e, obviamente, estavam sem fontes (a maioria dos computadores dos professores na USP possuem IPs fixos, então não é difícil caçar eventuais edições de um computador em particular). Alguns até falavam mal da Wikipédia e do fato de terem sido revertidos, e sempre diziam para os alunos "tomarem cuidado", tudo isso sem sequer tentar entender melhor o projeto e como ele funciona. Achavam que a Wikipédia era terra de ninguém e o fato de pessoas "não tituladas" desfazerem suas edições uma afronta, um rebaixamento à posição deles. Enfim, a livre docência não torna ninguém livre de ignorância.
Por outro lado, quem afirma que a Wiki-EN é, de qualquer forma, melhor gerenciada que a Wiki-PT, não deve mais duvidar disso. O inglês é a língua mais ensinada nas escolas, é a língua dos negócios, etc, etc, etc. Logo, nada mais normal que a de lá seja maior e mais desenvolvida que a daqui. Mas, de forma alguma, isso justifica dizer que lá funciona e aqui não, pois a metodologia é e sempre foi a mesma.
Diego Queiroz
2015-05-05 20:41 GMT-03:00 André Z. D. A. andrezda10@yandex.com:
Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais
para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome) relata.
Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas, apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, a lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês, pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das coisas, e não evolui".
E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho às edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das vezes muito melhor que as da nossa - muito.
André
Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não
deixa de ter um viés realístico.
Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto lugusto@gmail.com
escreveu:
Na verdade me soa como um texto ficcional
Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" <
victordalopes@gmail.com> escreveu:
> Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata... > > Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc <
marcoaureliopc@gmail.com> escreveu:
> >>
http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-d...
>> >> Wikipédia, a enciclopédia de luta livre >> >> publicado em literatura por Luis de Freitas Branco >> >> A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no
ringue digital só contam os golpes baixos
>> >> Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para
muitos, o
>> principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de
Letras,
>> essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis
para
>> invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado, Guilherme >> cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse. Foi
um
>> choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial
do
>> escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do >> principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das
últimas
>> entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento >> biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque não,
uma
>> biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela Wikipédia,
sendo
>> que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria. >> Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que
comoveu a
>> cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um segredo
que o
>> escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher
toda a
>> vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor >> estava casado, no centro da cidade. >> >> Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o caso,
não
>> fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia
apagam
>> as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor,
falecido. Na
>> seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que ele >> amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não
tarda a
>> assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que
ele
>> sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de livros >> autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros. >> Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente >> deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia >> responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que
Guilherme
>> além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma
mulata da
>> favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor
tinha
>> muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um
racismo
>> fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade. >> >> “Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono, acompanhando
a retaliação do inimigo. “Mentir não.”
>> >> Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela
mulher,
>> guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé
cristã,
>> doutrina que era devoto. >> >> “Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena, conhecendo >> pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta. >> >> Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome >> Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a
alcunha
>> quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da
amante e
>> da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação >> meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas
cabinas
>> de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de
excitação e
>> voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo
mesmo que
>> ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem o
seu
>> epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava
pronto
>> para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido >> pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol. >> Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não
entenderam a
>> referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão, >> sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos >> herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia
decidiu
>> na gerência interromper qualquer futura mudança na página,
congelando as
>> ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua. >> >> “Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na >> literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na
sala de
>> aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se >> preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais
complicada
>> da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde >> criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança, >> deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No
entanto, é
>> sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio
onde
>> morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor condicional
com a
>> mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta
que
>> era apenas uma apresentação de dez minutos. >> >> “Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora
de português, surpreendida com a provocação.
>> >> “Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”, >> explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço da >> cabeça. >> >> “Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna. >> >> Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na
sala
>> de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é >> escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal
foi uma
>> excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de >> Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo. >> >> _______________________________________________ >> >> WikimediaBR-l mailing list >> >> WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org >> >> https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l > > -- > Victor de Andrade Lopes > Jornalista > Membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil > Twitter | Blog | > > _______________________________________________ > > WikimediaBR-l mailing list > > WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org > > https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
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Tem esse texto do José Luiz Ribeiro que li outro dia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio:Jbribeiro1/N%C3%A3o_tente_salvar_...
Não vejo as coisas exatamente como ele, mas foi interessantíssimo ler o texto e acho que tem a ver com essa conversa aqui.
Abs!
Em 6 de maio de 2015 11:14, Rodrigo Padula rodrigopadula@gmail.com escreveu:
Acho que sua ultima frase diz tudo:
"Enfim, o mundo não está errado, nunca esteve. Nós que estamos errados. Estamos errados por sermos egocêntricos e acharmos que nossa contribuição ou a de alguém é essencial, quando não é. --Diego Queiroz "
Concordo que uma andorinha não faz verão, mas discordo desse padrão colocado pela indústria e RHs da vida onde todo mundo é substituível e todos são dispensáveis.
Acho que todo mundo é diferente e com um conjunto de experiências e vivências que torna cada pessoa importante e especialmente única no processo como um todo.
Com certeza falta um pouco mais de racionalidade e cordialidade na comunidade brasileira. Já vi muita gente bacana saindo e deixando de contribuir, e claro, muita gente boa entrando, mas no geral, pela movimentação que vejo e ritmo de crescimento e qualidade, me parece que o saldo tem sido negativo, posso estar errado.
Assim como você, tenho tentado fazer a minha parte, com o tempo e competências/habilidades que tenho para contribuir com o movimento. Não falo mal do projeto, pq ele realmente é fantastico e tem grande potencial, mas minhas experiências desde o inicio das minhas edições em 2006 tem sido bem desanimadoras, sigo em frente, mas a gente passa por cada situação, que vai do conflito de idéias ao julgamento de caráter e acusações pessoais, que realmente dá vontade de botar a viola no saco e ir embora cuidar da horta :-)
Nos ultimos anos tenho refletido mais sobre minha forma de atuar, lidar com problemas e principalmente com as pessoas, creio que todos aqui deveriam refletir sobre essas questões. E ao ler criticas na mídia e comentários lançados por outros usuários, tentar avaliar sem levar pro lado pessoal e religioso da coisa.
Abraços a todos
Rodrigo Padula
Em 6 de maio de 2015 10:47, Diego Queiroz queiroz.diego@gmail.com escreveu:
Rodrigo.
Eu sou um desses usuários. Estou sem tempo para editar e, mais do que isso, também estou cansado da Wikipédia e do tom agressivo costumeiro.
Mas os que se sentem assim (incluindo eu) são os desesperados, que querem "consertar" a Wikipédia (como se houvesse algo quebrado), que acham que estão fazendo "A coisa mais importante do mundo", cada um à sua maneira, seja com o preciosismo que mencionou, seja em acreditar que sabe mais do que os outros, seja em buscar mérito pelo que faz. Eu falo isso com a sanidade necessária para dizer que sou um desses editores. Uma discussão que não flui da maneira como eu gostaria me deixa chateado, revoltado, me tira o sono, me impede de fazer outras coisas, enfim, muitas coisas que não me orgulho. Só que todas essas coisas são falhas minhas, pois sou humano.
Por outro lado, sou autocrítico o suficiente para não sair por aí falando mal da Wikipédia, pois sei que um projeto como a Wikipédia não vai crescer com o esforço de um único editor, ou de um grupo qualquer de editores dedicados. A Wikipédia é um projeto sem fim declarado, que estará sempre em revisão e aprimoramento pela *humanidade*. Não haverá um "ponto ótimo" e sempre haverá altos e baixos (e no curto prazo, os pontos baixos serão sempre maiores). Essa é a graça da coisa e é onde está a genialidade de quem propôs o modelo Wiki de edição.
Se não fosse assim que devesse ser, haveria alguma preocupação da WMF em controlar o conteúdo e não simplesmente lançar a enciclopédia a sorte para ver no que dá.
Dizer que a falta de um projeto ou que o afastamento de editores causa qualquer impacto a longo prazo, para mim, é pensar pequeno, muito pequeno.
Não estou dizendo que nosso trabalho é inútil. Projetos podem ser propostos e acho que devem ser sempre bem vindos. Se os nossos editores aprenderem a serem educados, com certeza eles viverão mais (o que rola de ameaça de morte offwiki não é pouco). Mas entenda que tudo isso não faz a menor diferença, pois não é necessário para que o projeto evolua. Talvez isso sirva para acabar com a sanidade dos nossos editores, mas sempre haverá uma nova geração nascendo e surgindo para se perder como a anterior.
Enfim, o mundo não está errado, nunca esteve. Nós que estamos errados. Estamos errados por sermos egocêntricos e acharmos que nossa contribuição ou a de alguém é essencial, quando não é.
Diego Queiroz
2015-05-06 10:13 GMT-03:00 Rodrigo Padula rodrigopadula@gmail.com:
Realmente eu acho que uma das maiores falhas da comunidade brasileira é o
fato de não reconhecerem que esses problemas REALMENTE EXISTEM.
Se isso fosse mimimi, não veriamos pessoas experientes e com anos de trabalho e muita bagagem dizendo na esplanada "Até mais, pra mim já deu".
Tratamos mal atém quem ajuda muito e no geral recebemos muito mal os novos usuários, falta acompanhamento mais de perto, falta vontade em colaborar com temas e discussões importantes e projetos que agregam ao movimento wikimedia dentre outras questões.
Falta um pouco do conceito de grupo e principalmente grandes esforços de trabalho colaborativo, reflexo disso é o grande nível de insucesso dos WikiProjetos.
Grande parte do trabalho é feito de forma individual, por iniciativas próprias, por isso muitos acabam tratando certas áreas e artigos como o "meu precioso".
Concordo que título e formação não dizem tanto assim, mas um wikipedista responder uma edição de um especialista da área com um "f.... se vc é especialista da área, vc fez m.... e não sabe editar, tá revertido e bloqueado" não ajuda muito.
Boa parte da mídia e da academia brasileira ainda não compreende a dinamica da Wikipédia e de sua comunidade e com o nível de hostilidade atual, continuarão não compreendendo pois quem não é experiente, no geral não é bem-vindo para editar e sem editar não vão pegar experiêcia.
Nem todo mundo nasce com o gene do wikipedista, então, creio que precisamos fazer um esforço para receber melhor quem está chegando. E olha que aninda nem chegamos no tema dos estatutos e pessoas que se candidatam a ajudar mais a fundo e são vetadas por puro capricho de quem tem o poder de colocar mais gente pra dentro do projeto e não o faz.
Então, basicamente eu vejo 2 tipos de usuários, aquele que compra uma camera nova e sai usando e aprende com o erro e aquele que compra uma camera nova, pesquisa na internet, lê o manual, compra um livro e daí começa a tirar as primeiras fotos. Como podemos notar, grande parte dos usuários se enquadram no primeiro caso, se a gente chega pra ele, tomamos a camera e falamos "seu idiota, vc não sabe tirar fotos" , com certeza podemos estar perdendo um grande fotógrafo.
Por isso com certeza precisamos melhorar a comunicação e a forma de tratar os novos usuários. Houve grande investimento de recursos e de tempo da equipe paga pela WMF na produção de conteúdo de ajuda/capacitação em português.
Esse material só foi publicado no commons após vários emails e muita discussão e o material sequer foi divulgado e referenciado por aí. Colocando um bot para enviar mensagens com os links do material para os novos usuários ja ajudaria muito, mas.....
Sobre a Wikipédia em Inglês, a questão não é somente pelo idioma ser mais falado que o PT, contribuições feitas lá são muito mais bem recebidas do que aqui, esse é o grande diferencial.
Enquanto em alguns projetos normalmente é adotado o principio da boa fé... aqui adotamos o da má fé, como se as edições feitas são para promover algo ou para se promover ou então são para gerar números de edições.
Se continuarmos aqui com essa visão de que o mundo está errado, a mídia está errada e que tudo isso é mimimi, nada vai mudar e grandes colaboradores como os que anunciaram sua saida/aposentadoria na esplanada continuarão abandonando o barco...
Atenciosamente
Rodrigo Padula
Em 5 de maio de 2015 21:56, Diego Queiroz queiroz.diego@gmail.com escreveu:
Honestamente, pra mim isso tudo é "mimimi".
Quando eu estava na escola (uns 15 anos atrás), já começavam as discussões sobre os alunos heróis e os preguiçosos: aqueles que tinham que ir à biblioteca fazer uma pesquisa na Barsa e transcrever o texto à mão em uma folha de papel almaço; e aqueles que tinham o Encarta instalada nos seus Windows 95/98 e uma impressora jato-de-tinta à disposição. Afinal, como seria o futuro da geração "copia-e-cola"?
Supondo toda essa história cuspida no blog como real e não fictícia, não consigo imaginar um futuro mais formidável para meus filhos: um futuro em que ninguém mais vai poder pegar em uma enciclopédia e achar que aquilo é, por qualquer motivo, verdade absoluta. Pelo contrário, nossos filhos serão "treinados" desde a escola primária a serem críticos, analisarem a informação, checarem as fontes e questionarem tudo o que for apresentado a eles, já que a maior parte da informação disponível a eles estará imprecisa.
Eu sou pesquisador há vários anos na USP (acho que ela se enquadra no quesito "grande universidade pública") e tenho contato com vários pesquisadores com "pós-doutorado a muito anos" (que os pesquisadores/amigos me perdoem, mas "grande porcaria", como se só um título concedesse autoridade a alguém), e fiquei pasmo ao ver que as eventuais contribuições deles à Wikipédia eram de péssima qualidade: com erros, mal formatadas, faziam uso da primeira pessoa e, obviamente, estavam sem fontes (a maioria dos computadores dos professores na USP possuem IPs fixos, então não é difícil caçar eventuais edições de um computador em particular). Alguns até falavam mal da Wikipédia e do fato de terem sido revertidos, e sempre diziam para os alunos "tomarem cuidado", tudo isso sem sequer tentar entender melhor o projeto e como ele funciona. Achavam que a Wikipédia era terra de ninguém e o fato de pessoas "não tituladas" desfazerem suas edições uma afronta, um rebaixamento à posição deles. Enfim, a livre docência não torna ninguém livre de ignorância.
Por outro lado, quem afirma que a Wiki-EN é, de qualquer forma, melhor gerenciada que a Wiki-PT, não deve mais duvidar disso. O inglês é a língua mais ensinada nas escolas, é a língua dos negócios, etc, etc, etc. Logo, nada mais normal que a de lá seja maior e mais desenvolvida que a daqui. Mas, de forma alguma, isso justifica dizer que lá funciona e aqui não, pois a metodologia é e sempre foi a mesma.
Diego Queiroz
2015-05-05 20:41 GMT-03:00 André Z. D. A. andrezda10@yandex.com:
Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais
para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome) relata.
Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas, apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, a lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês, pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das coisas, e não evolui".
E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho às edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das vezes muito melhor que as da nossa - muito.
André
Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não
deixa de ter um viés realístico.
Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto lugusto@gmail.com
escreveu:
> Na verdade me soa como um texto ficcional > > Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" <
victordalopes@gmail.com> escreveu:
> >> Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata... >> >> Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc <
marcoaureliopc@gmail.com> escreveu:
>> >>>
http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-d...
>>> >>> Wikipédia, a enciclopédia de luta livre >>> >>> publicado em literatura por Luis de Freitas Branco >>> >>> A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no
ringue digital só contam os golpes baixos
>>> >>> Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para
muitos, o
>>> principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de
Letras,
>>> essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis
para
>>> invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado,
Guilherme
>>> cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse.
Foi um
>>> choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial
do
>>> escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do >>> principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das
últimas
>>> entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento >>> biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque
não, uma
>>> biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela
Wikipédia, sendo
>>> que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria. >>> Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que
comoveu a
>>> cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um
segredo que o
>>> escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher
toda a
>>> vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor >>> estava casado, no centro da cidade. >>> >>> Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o
caso, não
>>> fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia
apagam
>>> as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor,
falecido. Na
>>> seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que
ele
>>> amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não
tarda a
>>> assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que
ele
>>> sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de
livros
>>> autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros. >>> Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente >>> deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia >>> responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que
Guilherme
>>> além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma
mulata da
>>> favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor
tinha
>>> muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um
racismo
>>> fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade. >>> >>> “Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono,
acompanhando a retaliação do inimigo. “Mentir não.”
>>> >>> Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela
mulher,
>>> guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé
cristã,
>>> doutrina que era devoto. >>> >>> “Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena,
conhecendo
>>> pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta. >>> >>> Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome >>> Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a
alcunha
>>> quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da
amante e
>>> da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação >>> meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas
cabinas
>>> de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de
excitação e
>>> voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo
mesmo que
>>> ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem
o seu
>>> epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava
pronto
>>> para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido >>> pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol. >>> Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não
entenderam a
>>> referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão, >>> sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos >>> herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia
decidiu
>>> na gerência interromper qualquer futura mudança na página,
congelando as
>>> ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua. >>> >>> “Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na >>> literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na
sala de
>>> aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se >>> preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais
complicada
>>> da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde >>> criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança, >>> deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No
entanto, é
>>> sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio
onde
>>> morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor
condicional com a
>>> mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta
que
>>> era apenas uma apresentação de dez minutos. >>> >>> “Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora
de português, surpreendida com a provocação.
>>> >>> “Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”, >>> explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço
da
>>> cabeça. >>> >>> “Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna. >>> >>> Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na
sala
>>> de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é >>> escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal
foi uma
>>> excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de >>> Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo. >>> >>> _______________________________________________ >>> >>> WikimediaBR-l mailing list >>> >>> WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org >>> >>> https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l >> >> -- >> Victor de Andrade Lopes >> Jornalista >> Membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil >> Twitter | Blog | >> >> _______________________________________________ >> >> WikimediaBR-l mailing list >> >> WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org >> >> https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l > > _______________________________________________ > > WikimediaBR-l mailing list > > WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org > > https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
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Bom dia povo,
Eu gostaria de fazer minha contribuição neste tópico, talvez, eu posso fazer uma visão um pouco diferente, especialmente porque sou "novo" em Wikipédia em Português e velho em Wikipédia em Espanhol.
Com o tempo se a criado uma quantidade inacreditáveis de ferramentas e mecanismos para "combater" o vandalismo, os usuários velhos se centram em colocar templates genéricos para usuários novatos carentes de qualquer tacto pessoal. Adicionalmente se reverte muitas vesses sim exprimir por que se a feito isto.
Sim deixar o fato que os artigos na Wikipédia em Português sobre a cultura portuguesa/brasileira som menos completos em Wikipédia em Português que em Wikipédia em Inglês ou simplesmente inexistentes.
Alguns membros da comunidade parecera sentir-se donos dos artigos e da ração, isto va em contra do espírito flexível e dinâmico da enciclopédia.
Em commons ocorre um problema terrível e uma ruim percepção de usuários Brasileiros, uma ma fama criada principalmente por o usuario RTA, quiem permito me o atrevimento de citar.
Parecera ser que drama, intrigas comuns em telenovelas brasileiras e um vicio que encontramos em a comunidade, que gosta de sentimentos de victimização e o uso constante de falácias genéricas com o único ojetivo de destruir qualquer proposta o projeto que vaia em pro da comunidade. O gosto por o protagonismo e reconhecimento, incapacidade de olhar os própios erros e compreender que isto não funciona si todos nos não fizermos a nossa parte.
Em 6 de maio de 2015 10:13, Rodrigo Padula rodrigopadula@gmail.com escreveu:
Realmente eu acho que uma das maiores falhas da comunidade brasileira é o fato de não reconhecerem que esses problemas REALMENTE EXISTEM.
Se isso fosse mimimi, não veriamos pessoas experientes e com anos de trabalho e muita bagagem dizendo na esplanada "Até mais, pra mim já deu".
Tratamos mal atém quem ajuda muito e no geral recebemos muito mal os novos usuários, falta acompanhamento mais de perto, falta vontade em colaborar com temas e discussões importantes e projetos que agregam ao movimento wikimedia dentre outras questões.
Falta um pouco do conceito de grupo e principalmente grandes esforços de trabalho colaborativo, reflexo disso é o grande nível de insucesso dos WikiProjetos.
Grande parte do trabalho é feito de forma individual, por iniciativas próprias, por isso muitos acabam tratando certas áreas e artigos como o "meu precioso".
Concordo que título e formação não dizem tanto assim, mas um wikipedista responder uma edição de um especialista da área com um "f.... se vc é especialista da área, vc fez m.... e não sabe editar, tá revertido e bloqueado" não ajuda muito.
Boa parte da mídia e da academia brasileira ainda não compreende a dinamica da Wikipédia e de sua comunidade e com o nível de hostilidade atual, continuarão não compreendendo pois quem não é experiente, no geral não é bem-vindo para editar e sem editar não vão pegar experiêcia.
Nem todo mundo nasce com o gene do wikipedista, então, creio que precisamos fazer um esforço para receber melhor quem está chegando. E olha que aninda nem chegamos no tema dos estatutos e pessoas que se candidatam a ajudar mais a fundo e são vetadas por puro capricho de quem tem o poder de colocar mais gente pra dentro do projeto e não o faz.
Então, basicamente eu vejo 2 tipos de usuários, aquele que compra uma camera nova e sai usando e aprende com o erro e aquele que compra uma camera nova, pesquisa na internet, lê o manual, compra um livro e daí começa a tirar as primeiras fotos. Como podemos notar, grande parte dos usuários se enquadram no primeiro caso, se a gente chega pra ele, tomamos a camera e falamos "seu idiota, vc não sabe tirar fotos" , com certeza podemos estar perdendo um grande fotógrafo.
Por isso com certeza precisamos melhorar a comunicação e a forma de tratar os novos usuários. Houve grande investimento de recursos e de tempo da equipe paga pela WMF na produção de conteúdo de ajuda/capacitação em português.
Esse material só foi publicado no commons após vários emails e muita discussão e o material sequer foi divulgado e referenciado por aí. Colocando um bot para enviar mensagens com os links do material para os novos usuários ja ajudaria muito, mas.....
Sobre a Wikipédia em Inglês, a questão não é somente pelo idioma ser mais falado que o PT, contribuições feitas lá são muito mais bem recebidas do que aqui, esse é o grande diferencial.
Enquanto em alguns projetos normalmente é adotado o principio da boa fé... aqui adotamos o da má fé, como se as edições feitas são para promover algo ou para se promover ou então são para gerar números de edições.
Se continuarmos aqui com essa visão de que o mundo está errado, a mídia está errada e que tudo isso é mimimi, nada vai mudar e grandes colaboradores como os que anunciaram sua saida/aposentadoria na esplanada continuarão abandonando o barco...
Atenciosamente
Rodrigo Padula
Em 5 de maio de 2015 21:56, Diego Queiroz queiroz.diego@gmail.com escreveu:
Honestamente, pra mim isso tudo é "mimimi".
Quando eu estava na escola (uns 15 anos atrás), já começavam as discussões sobre os alunos heróis e os preguiçosos: aqueles que tinham que ir à biblioteca fazer uma pesquisa na Barsa e transcrever o texto à mão em uma folha de papel almaço; e aqueles que tinham o Encarta instalada nos seus Windows 95/98 e uma impressora jato-de-tinta à disposição. Afinal, como seria o futuro da geração "copia-e-cola"?
Supondo toda essa história cuspida no blog como real e não fictícia, não consigo imaginar um futuro mais formidável para meus filhos: um futuro em que ninguém mais vai poder pegar em uma enciclopédia e achar que aquilo é, por qualquer motivo, verdade absoluta. Pelo contrário, nossos filhos serão "treinados" desde a escola primária a serem críticos, analisarem a informação, checarem as fontes e questionarem tudo o que for apresentado a eles, já que a maior parte da informação disponível a eles estará imprecisa.
Eu sou pesquisador há vários anos na USP (acho que ela se enquadra no quesito "grande universidade pública") e tenho contato com vários pesquisadores com "pós-doutorado a muito anos" (que os pesquisadores/amigos me perdoem, mas "grande porcaria", como se só um título concedesse autoridade a alguém), e fiquei pasmo ao ver que as eventuais contribuições deles à Wikipédia eram de péssima qualidade: com erros, mal formatadas, faziam uso da primeira pessoa e, obviamente, estavam sem fontes (a maioria dos computadores dos professores na USP possuem IPs fixos, então não é difícil caçar eventuais edições de um computador em particular). Alguns até falavam mal da Wikipédia e do fato de terem sido revertidos, e sempre diziam para os alunos "tomarem cuidado", tudo isso sem sequer tentar entender melhor o projeto e como ele funciona. Achavam que a Wikipédia era terra de ninguém e o fato de pessoas "não tituladas" desfazerem suas edições uma afronta, um rebaixamento à posição deles. Enfim, a livre docência não torna ninguém livre de ignorância.
Por outro lado, quem afirma que a Wiki-EN é, de qualquer forma, melhor gerenciada que a Wiki-PT, não deve mais duvidar disso. O inglês é a língua mais ensinada nas escolas, é a língua dos negócios, etc, etc, etc. Logo, nada mais normal que a de lá seja maior e mais desenvolvida que a daqui. Mas, de forma alguma, isso justifica dizer que lá funciona e aqui não, pois a metodologia é e sempre foi a mesma.
Diego Queiroz
2015-05-05 20:41 GMT-03:00 André Z. D. A. andrezda10@yandex.com:
Não duvido que seja verdade. E até tentei encontrar artigos potenciais
para serem o exemplo claro que a crônica (com sua permissão, para o nome) relata.
Tive edições totalmente desfeitas várias vezes (na conta que tenho atualmente, associada a esse endereço, e outras muitas e muitas edições anônimas que fiz até a cerca de 10 anos atrás, quando comecei a contribuir com mais frequência, e que faço até hoje). Ao invés de serem melhoradas, apontadas ou questionadas, as edições simplesmente são apagadas.
Recentemente, um amigo me contou que um professor, já com pós doutorado a muitos anos, contou que teve as suas edições apagadas na Wikipédia em português. Edições que ele fez de artigos de um assunto que ensina graduação e pós-graduação, e no qual também fez pesquisas importantes. É um professor de uma grande universidade pública. E no fim, a lição que ele deixou é simples: "consultem sempre a Wikipédia em inglês, pois a daqui comete os erros mais básicos, com as ideias mais fáceis das coisas, e não evolui".
E, embora muito insatisfeito e triste de dizer isso, eu tenho que concordar com esse professor. A receptividade e construtividade que acho às edições feitas (falo por mim!) na Wikipédia em inglês e em algumas de outras línguas (embora muito poucas) que às vezes edito, é na maioria das vezes muito melhor que as da nossa - muito.
André
Tá na seção "literatura" do site, pela escrita é um romance, mas não
deixa de ter um viés realístico.
Em 4 de maio de 2015 14:47, Luiz Augusto lugusto@gmail.com escreveu:
Na verdade me soa como um texto ficcional
Em 04/05/2015 13:58, "Victor de Andrade Lopes" <
victordalopes@gmail.com> escreveu:
Não consegui entender de qual artigo exatamente a matéria trata...
Em 3 de maio de 2015 21:38, Marco Aureliopc <
marcoaureliopc@gmail.com> escreveu:
>
http://obviousmag.org/bacalhau_sacopenapa/2015/04/wikipedia-a-enciclopedia-d...
> > Wikipédia, a enciclopédia de luta livre > > publicado em literatura por Luis de Freitas Branco > > A morte do escritor mais conceituado da cidade revela que no ringue
digital só contam os golpes baixos
> > Guilherme era o escritor mais conceituado da sua cidade. Para
muitos, o
> principal favorito a renovar um lugar na Academia Brasileira de
Letras,
> essa organização conceituada, antigo complô de Machado de Assis para > invadir o Brasil. Apesar da corrida pender para seu lado, Guilherme > cometeu um erro básico, morreu, impedindo uma tomada de posse. Foi
um
> choque na cidade, sobretudo para Fred, o amigo e biógrafo oficial do > escritor, que se estendeu num longo discurso de elogios, capa do > principal diário. A morte de Guilherme coincidiu com o fim das
últimas
> entrevistas que deu ao Fred, que preparava um novo lançamento > biográfico. Aproveitando a morte do amigo, Fred decide porque não,
uma
> biografia mais picante. Testando o terreno, começa pela Wikipédia,
sendo
> que qualquer das formas, o texto da página já era da sua autoria. > Atualiza o falecimento, com detalhes calorosos do funeral que
comoveu a
> cidade. Passa para a seção de vida privada e acrescenta um segredo
que o
> escritor confidenciou. Ele tinha uma amante. Manteve essa mulher
toda a
> vida, com apartamento próprio em Jacarepaguá, enquanto o escritor > estava casado, no centro da cidade. > > Os herdeiros sabiam dessa amante e decidem retaliar, negar o caso,
não
> fosse essa mulher decidir gozar parte dos espólios. Na Wikipédia
apagam
> as novidades, mantendo apenas o estado atual do escritor, falecido.
Na
> seção de vida privada deixam também o seu cunho, escrevendo que ele > amava loucamente a mulher. O biógrafo, atento internauta, não tarda
a
> assistir em direto à mudança na página, apagando o escárnio, que ele > sabia que era estratégia dos herdeiros. Na sala carregada de livros > autografados por Guilherme, condena os malditos dos herdeiros. > Fascistas. Venezuelanos. Cubanos. Malditos. Fred não ia certamente > deixar o pensamento da imprensa livre ser assim espezinhado, ia > responder na mesma moeda, na provocação. Furioso, escreve que
Guilherme
> além de ter uma amante durante toda a vida, ainda escondia uma
mulata da
> favela, que tinha vergonha de admitir como namorada. O escritor
tinha
> muitas qualidades, mas defeitos também, sendo o mais célebre um
racismo
> fervoroso, impedindo que esta invenção do biógrafo fosse verdade. > > “Mulata!”, desesperam todos os herdeiros em uníssono, acompanhando
a retaliação do inimigo. “Mentir não.”
> > Apagam logo as calúnias, sublinhando o amor que ele tinha pela
mulher,
> guardando mesmo a virgindade para o casamento, como manda a fé
cristã,
> doutrina que era devoto. > > “Fé cristã!”, ri irônico Fred. “É o desespero”, condena, conhecendo > pessoalmente o ódio do escritor a todas as religiões do planeta. > > Com os dedos aos saltos não perde tempo, teclando ao lado do nome > Guilherme um epíteto, “O Ateu”. Segundo o novo texto ganhou a
alcunha
> quando deu um tapa no bispo da cidade. Volta a copiar o texto da
amante e
> da mulata da favela, acrescentando em grande destaque, uma relação > meramente sexual com um padre da Candelária. Tudo acontecia nas
cabinas
> de confissão, explica. Os herdeiros não estremecem, suam de
excitação e
> voltam ao ataque, dando realce ao amor pela mulher, admitindo mesmo
que
> ele na verdade era castrado desde criança. Ao lado do nome fazem o
seu
> epíteto, “O Eunuco”. Antes mesmo de ler as novidades, Fred estava
pronto
> para o contra-ataque, escrevendo como Guilherme era um conhecido > pedófilo e a grande influência na escrita dele era Lewis Carrol. > Especialmente as fotografias do inglês. Os herdeiros não entenderam
a
> referência, mas apagam mesmo assim, acrescentando a sua versão, > sucedendo uma imediata resposta do biógrafo e outra correção dos > herdeiros. A brincadeira atingiu os seus limites e a Wikipédia
decidiu
> na gerência interromper qualquer futura mudança na página,
congelando as
> ações dos dois lados, estacionando no meio da retaliação mútua. > > “Além de ser um dos nossos representantes mais famosos na > literatura”, continua Gisele, terminando a sua apresentação na sala
de
> aula. “Era também uma figura muito controversa”, acrescenta, se > preparando para ler de seguida a parte gramaticalmente mais
complicada
> da apresentação. “Era um pedófilo famoso, apesar de castrado desde > criança. Quando ficou cego e amputado das mãos, também em criança, > deixou de ter qualquer pensamento ou observação sexual. No entanto,
é
> sabido que ele usava os cotos para violar as domésticas do prédio
onde
> morava”. Gisele não falou das várias amantes e do amor condicional
com a
> mulher, mas achou essa informação menos relevante, tendo em conta
que
> era apenas uma apresentação de dez minutos. > > “Menina Gisele! Saia já da sala! Ordinária!”, reage a professora de
português, surpreendida com a provocação.
> > “Professora fiz toda a consulta na Wikipédia, não estou mentindo”, > explica sem sair da sala, prendendo calmamente o cabelo no lenço da > cabeça. > > “Vamos ver”, sorri a professora, determinada a humilhar a aluna. > > Liga o projetor, que faz de espelho para o visor do computador na
sala
> de aula. Vai à página de Guilherme, na Wikipédia. Bem, acho que é > escusado contar que a Gilete teve a melhor nota da turma. Afinal
foi uma
> excelente apresentação, sem pontapés na gramática. O caixão de > Guilherme, esse estava tudo chutado, de cima abaixo. > > _______________________________________________ > > WikimediaBR-l mailing list > > WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org > > https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
-- Victor de Andrade Lopes Jornalista Membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil Twitter | Blog |
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