Acho que cartas de repúdio à reportagem devem ser enviadas individualmente por cada um de
nós à IstoÉ. Uma única carta de repúdio enviada pelo movimento certamente sofrerá a
discriminação que os meios de comunicação costumam empregar: até abrem espaço para uma
manifestação do interessado, mas sempre têm a palavra final e a resposta do editor ou do
repórter sempre é colocada após a manifestação do interessado, encerrando o assunto com a
posição do meio de comunicação.
Não existe um diálogo fecundo e construtivo com esses meios de comunicação. Eles são uma
via de mão única e, quando muito, permitem algumas manifestações, tendo sempre a palavra
final. Acho que as manifestações numerosas de leitores provocam mais reflexão à revista,
porque demonstram que seu público (e, portanto, seu consumidor) está insatisfeito e pode
deixar de consumi-la. Quando o entrevistado reclama, eles fazem de tudo para parecer que
se trata de alguém que, tendo culpa no assunto, esperneia para tentar mudar a reportagem,
e assim se colocam como paladinos da verdade, da informação e do jornalismo.
Não sei quais são os canais de comunicação da IstoÉ, mas acho que devemos trabalhar em
todos: editoria de comportamento (que é a editoria responsável por essa reportagem), seção
de leitores, fale conosco, ombudsman, etc. Se cada pessoa desta lista manifestar
indignação e repúdio à reportagem por todos os canais (sempre embasando o repúdio com as
devidas justificativas), acredito que o efeito sobre a revista será maior. Além disso,
cada pessoa naturalmente dará destaque a determinados pontos negativos da reportagem, do
modo que o conjunto das manifestações de repúdio seja bastante completo e abrangente.
Enfim, acho que um repúdio coletivo é mais forte e efetivo por meio de numerosas
manifestações individuais. Já estou começando a pensar o que dizer para a IstoÉ.
Abraços,
Joaquim
________________________________
De: Alexandre Hannud Abdo <abdo(a)usp.br>
Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia.
<wikimediabr-l(a)lists.wikimedia.org>
Enviadas: Domingo, 1 de Março de 2009 6:25:09
Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] IstoÉ, Béria passando por cima da comunidade
Ni!
Antes de mais nada, bom começo de ano a todos, espero que tenham
pulado bastante no carnaval! =)
Vamos falar da mensagem do Rodrigo sobre a reportagem na Isto É...
Há um único assunto comprovadamente relevante a respeito desta
reportagem: a baixíssima qualidade, inclusive quanto a erros factuais,
e a extrema parcialidade dela.
Peço que desconsiderem os ataques pessoais e não tragam este assunto
de volta para esta lista. Não há necessidade de defesa, a mensagem do
Rodrigo claramente passou por cima dos valores de nossa proposta de
carta de princípios e deve ser considerada nula.
Naturalmente, se alguém, Rodrigo inclusive, quiser formular perguntas
civilizadamente no sentido de esclarecer o envolvimento de cada um com
a entrevista, sinta-se à vontade. A partir daí, poderemos averiguar se
há algo notável.
De toda forma, voltemos ao assunto de interesse.
Foi bom ter esse aprendizado com a Isto É.
Ajuda-nos a enxergar que a mídia centralizada vê a criação
colaborativa de conhecimento iminentemente como inimiga. E com boa
razão: o público sabe mais e melhor que eles.
Assim, não podemos nos entregar ao luxo da ingenuidade nesse relacionamento.
Acredito que seja de bom tom enviar uma carta à revista repudiando a
maneira como conduziram a reportagem e o tom inadequado dela.
Observando, em particular, que a reportagem comete erros jornalísticos
(de factualidade e neutralidade) muito piores que os vandalismos
apontados na enciclopédia.
E ressaltando o quanto, como comunidade, fomos solícitos ao diálogo e
a atender quaisquer questinamentos adicionais, oportunidade que não
interessou à reportagem.
Bem, é isso, bom domingo!
Abs,
ale
~~
On 3/1/09, Rodrigo Tetsuo Argenton <rodrigo.argenton(a)gmail.com> wrote:
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2051/artigo127163-1.htm
Tem uma página de Béria, uma foto monstro, um trecho sobre a vida de Béria e
um parágrafo absurdo:
"Cabe a um grupo de colaboradores assíduos, chamados de administradores,
manter as informações fidedignas e tentar evitar os erros. No Brasil, são
cerca de 70 pessoas que passam parte do dia acessando as mudanças mais
recentes nos artigos, como Béria, que dedica até seis horas diárias ao site"
Que não tem nenhuma, nenhuma informação correta. Bela defesa da Wikipédia
burocrata Béria.
--
Rodrigo Tetsuo Argenton
rodrigo.argenton(a)gmail.com
+55 11 7971-8884
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