Ignore "pela eficiência" antes de "pelos resultados". Eu esqueço que não posso editar os emails depois de enviar. Maldita wiki, me deixou mal acostumado.
Em 12 de junho de 2014 15:15, Raylton P. Sousa raylton.sousa@gmail.com escreveu:
Entendo. Só falei que não da para ter uma meta rígida em um programa como esse, pq não existe uma ação clara e objetiva que vai levar ao resultado esperado. Uma vez que esse resultado (aumentar a comunidade) não costuma ser alcançado com facilidade!
Por isso percebo que na pratica o programa foi/é principalmente sobre ter verba e liberdade de testar coisas diferentes e aprender com elas.
Então eu pelo menos não meço a eficiência do programa pela eficiência pelos resultados intangíveis, mas sim pelo feedback que fica disponível no processo. E nisso percebo que deixou a desejar. Inclusive sugeri o micro-report para ajudar nesse sentido (dentre outras coisas).
Só estou tentando não ser romântico quanto a objetivos grandes demais. A experiência diz que não virão. Mas analizando o micro, podemos ver que muito trabalho é feito e muitas coisas são alcançadas!
Em 12 de junho de 2014 09:01, Everton Zanella Alvarenga tom@okfn.org.br escreveu:
Pontos importantes a serem destacados:
- os subsídios do IEG não pagam o trabalho dos voluntários no sentido de
horas de dedicadas para a execução de projetos, mas os projetos em si < https://meta.wikimedia.org/wiki/Grants:IEG/pt-br%3E. Para exemplificar, não paga para alguém editar ou organizar um evento, mas os custos necessários para que esse ocorra. Então isso é bem diferente do catalisador, que paga profissionais para a execução (ou tentativa de execução) de projetos.
- O catalisador deveria, sim, suprir algumas demandas que os voluntários
ativos (mais do mundo offline) não estavam dando conta, mas também tinha que criar estratégias e projetos focados em atrair *editores para a Wikipédia*. Digo mais sobre o mundo offline, pois certamente um funcionário ou consultor da WMF não pode ser pago para fazer atividades de edição da enciclopédia, mas sim catalisar para que isso ocorra.
- Não ter metas rígidas? Humm... De fato, para sistemas como a
Wikipédia, me parece praticamente impossível prever algo. No entanto, há coisas muito simples que podem ser desenhas para serem entregues (e. g., um blog com vários posts sobre as atividades e projetos é um exemplo, mas a WMF criar muito obstáculos por conta da marca, a comunidade ativa no offline não sabe a importância disso e a Oona não tem ousadia o suficiente para peitar uma mosca). E esses entregáveis não parecem ter sidos desenhados ou algumas coisas foram feitas às pressas, como o programa de educação em que fui contratado em dezembro de 2011 só 20 horas por semana e não houve tempo para planejar nada (bem, houve esses vários eventos dispersos que, se for para o objetivo inicial proposto quando fui contratado, aumentar editores da Wikipédia, não servem para praticamente *nada* - exceto gerar fotinho, mas isso já fazíamos quando havia um grupo com o mínimo de atividades por aqui).
Se for para ter alguém para aprender, o que acho válido, isso vale a pena se for para uma *comunidade ativa*. O que não é o caso no que diz respeito a atividades offline. Se for alguém para estudar a comunidade online (principalmente a Wikipédia, o projeto Wikimedia que possui alguma dinâmica mais viva), temos uma pessoa já contratada para isso, mas nem sei direito o que está sendo entregue ou analisado. Posso não estar procurando direito (novamente, entra a falha da comunicação, talvez) ou sou cego mesmo.
- Cara, é mais de R$ 1 mi para um ano. Você acha mesmo que vale isso a
partir do que está sendo entregue? Do legado sendo deixado?
Não vejo muita diferença do que está sendo feito em relação ao que já era feito quando havia uma comunidade offline mais ativa, que entrou em certo conflito com o catalisador desde que sua execução foi anunciada durante a Wikimania de Haifa, em 2011. Alguns correram para criar uma entidade legal e atender as (toscas, na minha opinião) exigências da WMF para ser reconhecido como um capítulo. Lembro nitidamente a preocupação de alguns colegas ativos no offline e online de terem que executar tarefas desse novo "diretor da Wikimedia no Brasil", com o sentimento, me parece, de que estavam contratando alguém pois não éramos competentes para esse papel.
Mas até mesmo a forma como a vaga foi criada estava errada. Basta ver com ela foi anunciada na busca da pessoa que seria contratada e o que realmente a comunidade esperava (além da expectativa dos candidatos diante do que foi anunciado! Imagine o que alguém lê ao ver uma vaga sobre ser diretor da Wikimedia no Brasil ;)
Em 12 de junho de 2014 04:24, Raylton P. Sousa raylton.sousa@gmail.com escreveu:
Sobre o que o Tom falou de contratar pessoas, preferencialmente, da
comunidade pra fazerem o que já fazem só que por mais tempo. Acho que isso já existe em parte com o próprio IEG. E em parte a maioria das contratações é preferencialmente assim.
E nesse contexto (para não perder o fio do papel do catalisador) podemos , e é particularmente interessante, voltar ao passado e definir o movimento que é por definição um movimento protagonizado por pessoas construindo coisas em seu tempo livre. E essas pessoas originalmente cuidavam de todas as tarefas elas próprias (e isso incluía fazer vaquinha para manter os servidores e rezar para ele suportar o numero de acessos). E a ONG nasce para suprir uma demanda legal relacionada as doações para manter os servidores funcionando (vaquinha de mais de x "dinheiros", sem impostos/transparência é crime). Em algum momento as doações que eram para os servidores superam a demanda dos mesmos, e foi nesse momento que os principais voluntários que mantinham o software passaram a ser remunerados pra fazer o que já faziam (o Jimbo cita o Brion como exemplo disso). Algum tempo depois surgiram outras funções na ONG. Como comunicação, suporte jurídico (ou sei la o nome). E finalmente vem os grants pra um retornar o dinheiro sobressalente para comunidade.
Então a ONG chega com a proposta de suportar legalmente um movimento que começava a gerir dinheiro para cobrir os custos. E secundariamente aparece com o objetivo de suprir demandas que não podem ser supridas com voluntários, seja por falta de conhecimento ou de tempo. E nesse sentido. O catalizador vem para suprir tarefas que os voluntários se mostravam ineficientes em fazer (como as que pontuou muito bem o jo), principalmente por falta de conhecimento. Sendo inclusive uma delas aumentar sua própria comunidade. Mas por ser temporário o catalizador vinha com a ideia de coadjuvar. Vinha com a ideia de que se hoje a comunicação da comunidade com o externo passou a ser de alguma forma protagonizada pelo programa, seu papel é ceder o protagonismo aos voluntários, é transbordar a experiencia que justifica sua e existência.
Mas por outro lado acho que também não é o caminho ter metas rígidas, pq se o programa se propões a fazer algo que nenhum voluntario foi capaz (aumentar a comunidade). Então seu principal papel é aprender, e talvez seu principal objetivo tangível seja transbordar esse aprendizado.
Sobre o correio. Acho que a presença do catalisador desperta um pouco de representatividade sim. Da mesma forma que os admins. Mas não tem uma solução simples para isso. É aquela velha história da divisão de tarefas. Se tem alguem fixado em uma tarefa. A outra pessoa pode deixar de se sentir responsável por ela. E se sentir responsável e dono da wiki*, é muito importante.
Desculpe a falta de objetividade. Melhor o na próxima. Carinho!
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