Não é que é "menos violenta". Acho que você não entendeu: o Estado é
violento por definição. Uma polícia ou justiça pública é mantida com
dinheiro coletado à força, através do que se chama de "imposto". Uma
polícia ou justiça privada só seria violenta se ela fizesse o uso da força
injustamente contra alguém.
Sempre é a vítima é que escolhe o tipo da punição, que nunca deve ser
maior que a violência recebida.
Outra coisa: não vem com esse papo de "eu pego seu carro". É uma
argumentação ridícula que não se sustenta. A propriedade que o socialismo
defende que deve ser coletivizada é a propriedade do meio de produção, mais
nada além disso.
Ah é? O que você chama de "meio de produção"? Ele surge do nada? Você
acredita que dinheiro nasce em árvore? Ou você sabe que para um meio de
produção qualquer ser construído é necessário que haja antes algum tipo de
poupança?
2009/1/28 Felipe Micaroni Lalli <micaroni(a)gmail.com>
>
> 2009/1/28 Porantim <porantim(a)gmail.com>
>
>> Felipe,
>>
>> Quando alguém te coloca um 38 na cara e diz: "perdeu, preibói" você
>> tem a alternativa de revidar. É uma escolha pela morte certa, mas é uma
>> escolha.
>>
>
> Colocar um 38 na cara de alguém é um ato de violência. Oferecer um
> emprego não.
>
>
>>
>> Se você acha que escolher entre a opressão e a morte é, de verdade,
>> uma escolha, então partimos de lógicas diferentes e não temos patamar mínimo
>> de argumentação.
>
>
> Opressão? Quem oprime quem? Eu sou contra qualquer tipo de violência,
> seja lá se ela é feita por um capitalista, pelo Estado, por fulano ou
> sicrano.
>
>
>
>>
>>
>> Se você acha que escolher entre ver seu filho morrer de fome e se
>> sujeitar a trabalhar por comida é uma escolha...
>
>
> Você está falando do quê exatamente? Quem estava morrendo de fome e
> teve somente essas duas opções? Se alguém teve somente essas duas opções
> essa pessoa estava sendo violentada, porque que eu saiba todos são livres
> para criar qualquer tipo de solução para os outros em troca de comida,
> dinheiro ou seja o que for. Você acha certo então roubar dos outros para
> que alguém não morra de fome? É isso? Não seria mais honesto que um grupo de
> pessoas sensibilizadas com a fome alheia se unissem para voluntariamente
> fazer alguma coisa a respeito? Usar a violência não se justifica em nenhum
> caso.
>
>
>
>>
>> É muito fácil pra quem come todo dia falar em "escolhas". Quem comanda
>> o Estado é o capital. O Estado segue a lógica do capital.
>
>
> É claro que o Estado segue a lógica do capital. O Estado quer roubar o
> máximo possível através da violência. É muito fácil pregar contra a
> propriedade quando nossas propriedades estão garantidas, não é mesmo? Posso
> pegar o seu carro de vez em quando para dar umas voltas? Eu não tenho carro,
> seria justo usar o seu sem sua autorização?
>
>
>
>
>>
>>
>> O liberalismo é que não se contenta com ser "pouco" violento. Ele
>> defende que os que tem dinheiro têm tudo, pisam, matam, estupram, violentam,
>> tudo inpunemente, já que também são donos da polícia (coisa defendida pelos
>> ultra-liberais anarco-capitalistas).
>
>
> ahhahahahaha, que piada. É exatamente o oposto do liberalismo que eu
> conheço. Quem mata, estupra, violenta etc. independente de ter ou não
> dinheiro deve ser rigorosamente punido, por polícia e justiça particular,
> diga-se de passagem.
>
>
>
>>
>>
>> O ultra-liberalismo defende que a violência policial deixa de ser
>> praticada pelo estado e passe a ser praticada pelas empresas privadas. Mas a
>> violência permanece.
>
>
> A violência deve ser combatida a qualquer custo. Seja ela partindo de
> entidade privada ou seja ela travestida de boazinha com o nome "Estado".
>
>
>
>
>>
>>
>> -- Porantim
>>
>>
>> 2009/1/28 Felipe Micaroni Lalli <micaroni(a)gmail.com>
>>
>>> 2009/1/28 Porantim <porantim(a)gmail.com>
>>>
>>>>
>>>> Nunca existiu um capitalismo sem Estado.
>>>>
>>>
>>> Nunca mesmo.
>>>
>>>
>>>>
>>>>
>>>> Sua afirmação contradiz a história. A escassez artificial é
>>>> necessária à lógica de mercado. Por exemplo, a escassez artificial do
>>>> emprego. O desemprego é necessário para manter a relação oferta/procura
>>>> favorável ao baixo salário.
>>>
>>>
>>> Ã? Pirou?
>>>
>>>
>>>
>>>> Antes do Estado se meter e criar leis que limitavam a jornada de
>>>> trabalho, as pessoas eram obrigadas a trabalhar 12, 15 horas por dia. A
>>>> alternativa a isso era a morte por inanição.
>>>
>>>
>>> O Estado sempre acha que sua decisão é melhor que a decisão própria
>>> de cada um. Isso é o Estado: violência pura. Quem concorda com isso está
>>> entre estas alternativas: 1. ignorância 2. tem algum vínculo e/ou depende do
>>> Estado
>>>
>>> Se as pessoas eram "obrigadas" a trabalhar isso se chama
escravidão.
>>> Não creio que você esteja falando de escravidão.
>>>
>>>
>>>
>>>>
>>>>
>>>> Não há escolha no capitalismo. Isso é uma ilusão que não se
>>>> sustenta.
>>>
>>>
>>> Ilusão é achar que a violência ou injustiça pode ser justificada por
>>> "um bem maior".
>>>
>>>
>>>
>>>>
>>>>
>>>> -- Porantim
>>>>
>>>>
>>>> 2009/1/28 Felipe Micaroni Lalli <micaroni(a)gmail.com>
>>>>
>>>>> Errado Porantim, ela é criada pelo absurdo chamado Estado. No
>>>>> capitalismo (sem Estado) nunca existiu e nunca existirá escassez
artificial
>>>>> por um simples motivo: forçar uma escassez artificialmente é uma
forma de
>>>>> violência e não é uma "troca voluntária", é uma imposição
forçosa.
>>>>>
>>>>> abrçs!
>>>>>
>>>>>
>>>>> 2009/1/28 Porantim <porantim(a)gmail.com>
>>>>>
>>>>>> "escassez artificial" é criada pelo capitalismo,
Lipe... Voltamos
>>>>>> àquela discussão...
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>> 2009/1/28 Felipe Micaroni Lalli <micaroni(a)gmail.com>
>>>>>>
>>>>>>> Anti-ético é o Estado, através de leis violentas, criar
escassez
>>>>>>> artificial para inventar uma coisa chamada "propriedade
intelectual",
>>>>>>> quando na verdade o conceito de "propriedade" só
pode ser aplicado a algo
>>>>>>> que é escasso. Isso sim é anti-ético. Colocar restrições só
ajuda a
>>>>>>> "concordar" com essas leis violentas. Quanto mais
materiais existirem com
>>>>>>> nenhuma restrição mais ridícula ficará qualquer lei de
direitos autorais,
>>>>>>> por isso acho que todo mundo tem que fazer sua parte: BSD ou
>>>>>>> CC-by já.
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> 2009/1/28 Porantim <porantim(a)gmail.com>
>>>>>>>
>>>>>>>> Então... Eu particularmente gosto do Share Alike. A
"restrição"
>>>>>>>> que ele cria é que toda obra derivada será livre também,
coisa que me soa
>>>>>>>> muito bem. Tem desvantagens em alguns casos, mas nesse
caso acho legal.
>>>>>>>>
>>>>>>>> Sobre o nc, depende do objetivo. Particularmente acho
eticamente
>>>>>>>> reprovável utilizar uma obra construída coletivamente
para fins comerciais.
>>>>>>>>
>>>>>>>> -- Porantim
>>>>>>>>
>>>>>>>>
>>>>>>>>
>>>>>>>>
>>>>>>>>
>>>>>>>> 2009/1/28 Felipe Micaroni Lalli
<micaroni(a)gmail.com>
>>>>>>>>
>>>>>>>>> Quanto menos restrições melhor. Sempre. Até por uma
questão de
>>>>>>>>> ética e quem se interessar por isso contacte-me em
PVT que eu explico o que
>>>>>>>>> a ética tem a ver com isso. O lance do "by"
é uma questão moral e, por causa
>>>>>>>>> das leis violentas de hoje, necessária (como bem
disse o Gustavo).
>>>>>>>>> abraço,
>>>>>>>>> Felipe.
>>>>>>>>>
>>>>>>>>>
>>>>>>>>>
>>>>>>>>> 2009/1/28 Gustavo D'Andrea
<direito(a)gmail.com>
>>>>>>>>>
>>>>>>>>>> É, acho importante a citação da fonte, não por
ímpeto
>>>>>>>>>> possessivo, mas para a própria segurança de quem
for usar o conteúdo em
>>>>>>>>>> outros meios.
>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>> Pergunta: se eu escrevo um texto e publico sob
uma licença
>>>>>>>>>> livre qualquer, eu mesmo, como autor original,
posso vender a minha obra? Se
>>>>>>>>>> vocês acharem que sim, então a atribuição se
torna ainda mais importante.
>>>>>>>>>> O uso não-comercial pode limitar as
possibilidades tb. Por
>>>>>>>>>> exemplo, para fazer uma compilação impressa,
seria necessário conseguir
>>>>>>>>>> patrocínio ou doações.
>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>> Gustavo D'Andrea
>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>> 2009/1/28 Porantim <porantim(a)gmail.com>
>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>> Pra usar o by da CC, minha proposta seria
mais um
>>>>>>>>>>> CC-by-nc-sa:
>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/
>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>> 2009/1/28 Felipe Micaroni Lalli
<micaroni(a)gmail.com>
>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>> Porantim, creio que toda licença deve
citar sua fonte, até
>>>>>>>>>>>> mesmo a domínio público (como acontece no
Commons), pois é a única maneira
>>>>>>>>>>>> de quem recebe a informação poder
verificar se o autor original realmente
>>>>>>>>>>>> disponibilizou aquele material naquela
licença, sacou? Isso é uma questão de
>>>>>>>>>>>> transparência.
>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>> Por isso gosto muito da CC-by.
>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>> abrçs!
>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>> 2009/1/28 Porantim
<porantim(a)gmail.com>
>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> Everton, desculpe a brincadeira. Você
tem toda razão.
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> A escolha da licença não é uma
discussão menor. A
>>>>>>>>>>>>> obrigatoriedade de herança da licença
(share alike) tem suas vantagens e
>>>>>>>>>>>>> desvantagens. Por um lado, obriga que
qualquer obra derivada mantenha a
>>>>>>>>>>>>> liberdade de distribuição do
conhecimento. Por outro lado, limita a
>>>>>>>>>>>>> compatibilidade entre licenças e o
uso comercial da obra derivada.
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> No caso em particular da
Forensepédia, não vejo com bons
>>>>>>>>>>>>> olhos a permissão de derivação da
obra para fins comerciais. Claro que o
>>>>>>>>>>>>> conhecimento em si pode (e vai) ser
usado em troca de paga, mas usar o texto
>>>>>>>>>>>>> em si acho meio forçado.
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> Pensar no "copy &
paste" para a Wikipédia acho bobagem
>>>>>>>>>>>>> também. O conhecimento tá disponível,
basta escrever outro texto,
>>>>>>>>>>>>> convenhamos.
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> Acho que o central em uma licença de
"conhecimento" é que
>>>>>>>>>>>>> esse conhecimento deve ser
distribuído livremente. A licença não pode
>>>>>>>>>>>>> limitar o *uso *e o *acesso *ao
conhecimento, ela vai
>>>>>>>>>>>>> limitar o uso da *forma *como esse
conhecimento se
>>>>>>>>>>>>> apresenta.
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> Sobre a atribuição de crédito, acho
bobagem, já que a fonte
>>>>>>>>>>>>> é de produção coletiva.
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> Assim, no caso da Forense, penso que
a licença deve prever:
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> 1. Permite obra derivada
>>>>>>>>>>>>> 2. Não necessita citar fonte
>>>>>>>>>>>>> 3. Obra derivada deve manter a
licença
>>>>>>>>>>>>> 4. Não permite uso comercial
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> As licenças do CC obrigam a
atribuição, ou seja, precisa
>>>>>>>>>>>>> "citar a fonte", coisa que
não acho que deva ter.
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> -- Porantim
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> 2009/1/28 Everton Zanella Alvarenga
<everton137(a)gmail.com>
>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>> 2009/1/28 Rodrigo Tetsuo Argenton
<
>>>>>>>>>>>>>> rodrigo.argenton(a)gmail.com>gt;:
>>>>>>>>>>>>>> > É fácil, faz a Forensepedia
com uma linsença livre, eu
>>>>>>>>>>>>>> sou a que tudo
>>>>>>>>>>>>>> > tenha multi-licença e
copyleft, mas duvido muito que a
>>>>>>>>>>>>>> advogaiada vai
>>>>>>>>>>>>>> > adotar, mas coloquem uma
licença editável, com um
>>>>>>>>>>>>>> crtl+c, ctrl+v, o
>>>>>>>>>>>>>> > conteúdo vai para a
Wikipédia e os colaboradores ajustam
>>>>>>>>>>>>>> o texto para
>>>>>>>>>>>>>> > ficar mais
"legível".
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> Êeee generalizações...
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> O tópico do Gustavo no outro
fórum
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>>
http://groups.google.com/group/forensepedia/browse_thread/thread/fe805f4fc9…
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> O Gustavo, advogado, ia usar uma
licença GPL (viral).
>>>>>>>>>>>>>> Falei para ele
>>>>>>>>>>>>>> sobre as licenças da Creative
Commons e seus vários
>>>>>>>>>>>>>> sabores.
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> A Carolina Rossini, que estuda
propriedade intelectual,
>>>>>>>>>>>>>> chegou a
>>>>>>>>>>>>>> recomendar para ele uma licença
CC apenas com atribuição,
>>>>>>>>>>>>>> nada de
>>>>>>>>>>>>>> viral ou não comercial (e
argumentou porque).
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> O lance da compatibilidade das
licenças e para que fins
>>>>>>>>>>>>>> você quer que
>>>>>>>>>>>>>> os textos sejam usadas por
terceiros é fundamental.
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> A discussão não é trivial, no
sentido, "Share alike.
>>>>>>>>>>>>>> Ponto." Aqui está
>>>>>>>>>>>>>> uma apresentação da Carolina,
onde ela aborda alguns
>>>>>>>>>>>>>> desses problemas
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>>
http://stoa.usp.br/ewout/files/1283/7267/OER+CR+eng.ppt
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> No Stoa
<http://stoa.usp.br>, por exemplo, colocamos a
>>>>>>>>>>>>>> possibilidade
>>>>>>>>>>>>>> da pessoa escolher a licença que
quer (até todos direitos
>>>>>>>>>>>>>> reservados)
>>>>>>>>>>>>>> para cada post do blog.
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> []'s,
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> Tom
>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>> --
>>>>>>>>>>>>>>
http://stoa.usp.br/tom
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