Em tempo, Anatel poderá regulamentar uso da internet no País
<http://economia.estadao.com.br/noticias/economia%20geral,anatel-podera-regulamentar-uso-da-internet-no-pais,137475,0.htm>.
Em 10 de dezembro de 2012 03:25, Alexandre Hannud Abdo
<abdo(a)member.fsf.org> escreveu:
On Wed, 2012-12-05 at 09:35 -0200, erdnacarneiro
wrote:
Eu NÃO gosto da ideia de que a pessoa possa
entrar na internet
"escondido", possa publicar/acessar coisas "escondido", eu entendo
que
temos que caminhar para cada um ser senhor de si, assumindo suas
ações.
Ni!
Essa oposição entre 'escondido' e 'assumindo suas ações' simplesmente
não corresponde à realidade quando lidamos com a Internet, e tentar
forçá-la viola os mais básicos direitos humanos pela própria estrutura
da rede e como ela transforma as condições físicas sobre as quais se
sustentam o público e o privado (também, mas não apenas, no sentido de
privacidade).
Vale a pena estudar um pouco sobre o assunto, sugiro procurar textos do
Bruce Schneier e Alexander Galloway.
Então, ainda não cabe a ONU...
Nem nunca vai caber. A ONU não foi criada para governar. Alguns
processos internacionais de governança são coordenados usando-se da
estrutura da ONU, mas isso é muito diferente da ONU governar.
E, apesar de exaltar a democracia como valor para os governos, a ONU não
é democrática nem em sua constituição, pois a função dela não é
governar, mas sim produzir estabilidade e promover os direitos humanos.
Votei na letra "b"... Mesmo sem
conhecer que organizações
independentes são essas, sem saber qual o grau de independência
(acredito que praticamente nenhum...), mas pelo menos são mais de
uma...
IETF, ICANN, ITU, empresas de telecomunicação e agências apoiadas nos
governos nacionais (no brasil seria o "CGI.br"). A Diplo Foundation tem
um material bom sobre isso. A Wikipédia também, tanto em inglês como em
português.
O que acredito é que devemos caminhar para passar
o "controle" da
informação, passar a definição de quem pode o que, quando, onde,
como... para a sociedade, por isso defendo a urgente necessidade da
elaboração de forma democrática e transparente do planejamento
estratégico da informação pública brasileira...
Para a Internet isso foi feito, com suas imperfeições mas já um grande
passo, e trata-se justamente do Marco Civil da Internet no Brasil, que
reconhece a pluralidade de atores, o multilateralismo e o papel dos
diferentes poderes na rede.
Caso a sociedade, o Estado (a sociedade como um
todo), assumisse o
"controle" da informação, eu entendo que caberia a letra "c".
Mas quando vemos a composição da delegação brasileira para esse
encontro (governo: 23; empresas 25; academia: 2; civil: 2) percebemos
o longo caminho ainda a trilhar...
A Internet é transnacional por construção, a ideia de colocar o Estado
como ator único ou central apenas a torna - e torna a sociedade - mais
vulnerável à censura e à concentração de privilégios, e não a torna em
nada mais segura para os usuários ou mais eficaz para a investigação de
delitos. Não importa o quão democrático seja o Estado, isso é uma
consequência da interação do Estado (coercivo, nacional e concentrador)
com a estrutura técnica da Internet (protocolar, internacional e
distribuída).
Abraço e valeu por expôr seus questionamentos bacanas!
l
e
_______________________________________________
okfn-br mailing list
okfn-br(a)lists.okfn.org
http://lists.okfn.org/mailman/listinfo/okfn-br
Unsubscribe:
http://lists.okfn.org/mailman/options/okfn-br
--
Everton Zanella Alvarenga (also Tom)
Open Knowledge Foundation Brasil