Ni!
Ae pessoal, finalmente voltei ao Brasil!
Legal que estamos agitando algumas coisas por aqui.
Pra quem não leu minha mensagem anterior, eu estive viajando desde a Wikimania, e ao final do mês passado passei em São Francisco nos escritórios da Wikimedia Foundation.
Conversei bastante com o pessoal ali, especialmente com os funcionários mais ligados ao movimento global, o Barry Newstead e o Kul Wadhwa.
Foi engraçado conversar com o Barry, porque no início eu estava com a impressão superficial de que estávamos pouco ativos este ano - com o Thomas e o Argenton se mudando, o Tom e o Raul absorvidos no emprego, eu fora do país. Mas, à medida que fui contando, a memória foi cavando o buraco e puxa, da turma que foi à Campus Party ao curso que organizei no CCSP às numerosas apresentações do Nevio em Brasília ao trabalho que o Raul começou com o cursinho em Guarulhos e os contatos que o Tom foi atrás dos museus, outras wikis que ajudamos e idéias que discutimos mas não deram tão certo, fizemos um bocado.
E há novas coisas que vejo estão rolando agora! Mas, não foi apenas pra contar o que já sabemos que conversei com ele.
As notícias mais relevantes são:
1) A foundation já entendeu muito bem que o modelo de capítulos é problemático em nações continentais e desiguais e está trabalhando ativamente para incluir e apoiar movimentos informais.
(Era engraçado por que à medida que eu desenvolvia os argumentos de sempre o Barry ia pondo a mão na cabeça e relacionando cada coisa que eu dizia com as dificuldades que vem se enfrentando na Índia, atual foco de trabalho deles. Dava quase vontade de soltar um "se tivessem nos ouvido antes...")
2) A primeira ação principal no sentido de nos apoiar foi abrir as dotações para atividades já para qualquer um, não apenas através de capítulos ou capítulos em formação. Isso passou despercebido numa pequena nota na página de organização:
http://meta.wikimedia.org/wiki/WMF_grants
(o processo das WMF Grants ainda ocorre somente em inglês, então se alguém se interessar mas não dominar a língua pode pedir ajuda pela lista; contudo, há uma boa notícia sobre isso num outro item deste email)
Isso é muito importante: basicamente, se alguém quer fazer uma atividade mas não encontra meios por falta de recursos, a fundação está mais do que interessada em apoiar financeiramente, num acordo individual entre você e a fundação - detalhes sendo resolvidos caso a caso.
Lembrando que nada se deve subtrair da nossa ética onde ações precedem os recursos materiais. Mas desde o início entendeu-se que há situações criativas onde uma pequena ajuda pode permitir tornar certas atividades muito mais interessantes, além de poder viabilizar colaborações com instituições em áreas menos abastadas ou distantes.
3) Reconhecendo que é bem pangaré a fundação depender de uns malucos que falam inglês e tem tempo de ficar patinando pelo planeta para dar novidades, a fundação está em vias de contratar alguém fluente em português e com experiência com comunidades para ser o ponto de contato com o Brasil.
Pelo que entendi, essa pessoa ficará lá na fundação justamente para poder interagir pessoalmente com os funcionários, fazendo mesmo a ponte que nem todos nós podemos.
Dessa forma, falar inglês ou poder atravessar o equador não será mais condição para ter acesso à fundação, o que eu vejo como algo fundamental para o funcionamento do movimento.
4) Curiosamente, o número de funcionários que falam português já vem crescendo! Há duas meninas trabalhando no fundraising com quem eu bati o maior papo - ok, elas ainda tem muito o que aprender, mas são esforçadas. hehe
A Megan aprendeu espanhol na escola e começou um curso de português este ano; e a Kelly aprendeu português quando veio morar com um namorado em porto alegre sem saber uma palavra! ;D
Bem, como diz o pernalonga... é isso aí pessoal.
Abs,
ale )ˇ(