Névio, você está adquirindo o estilo Argenton de não deixar o e-mail original anexado. Naughty boy... ;-)
Depois de consultar os meus arquivos e reler o meu e-mail original, posso dizer que, no Brasil, os padrões pretendidos pela Wikimedia Foundation (WMF) coincidem basicamente com o modelo de associação (pessoa jurídica). Os nossos mutirões livres, por outro lado, se caracterizam pela não formalização jurídica. Como não existe um meio termo (não há uma semi-formalização e uma pessoa mais ou menos jurídica), é difícil encontrar "a forma mais próxima equidistante".
Por mais que os mutirões livres tentem permanecer mutirões livres, a simples formalização como associação já os coloca do outro lado: pessoa jurídica registrada em cartório e na Receita Federal (e talvez em outros órgãos que me fogem da cabeça agora), com obrigação de ter um contador inscrito na Receita Federal e uma sede registrada no estatuto, declarar IRPJ e RAIS anualmente, eleger administradores e registrar em cartório essas eleições, etc., etc., etc. E quanto mais aumentam as atividades da associação, mais aumentam as obrigações (registro no CCM da Prefeitura, auditoria independente, obrigações com o INSS, etc.)
Uma forma mais "equidistante" seria registrar em cartório uma associação, inscrever-se no CNPJ da Receita Federal, e negligenciar as demais obrigações legais inerentes a uma associação (pessoa jurídica). E a associação então realizaria apenas as formalidades necessárias aos seus objetivos, na exata medida em que forem necessárias (declarar IRPJ num determinado ano, caso isso seja necessário para realizar uma parceria com uma prefeitura, por exemplo).
Por outro lado, como já foi dito nesta lista, se os mutirões livres começarem a funcionar regularmente, há uma maior probabilidade de um juiz ver uma sociedade de fato, caso haja algum litígio.
Enfim, uma forma intermediária é difícil. O modelo de pessoa jurídica é burocrático e trabalhoso (capítulos de outros países também sofrem com isso em suas respectivas legislações, que normalmente são menos burocráticas do que a brasileira) e consome trabalho e esforço que poderiam ser usados em atividades produtivas.
Eventualmente a formalização pode ser fundamental para os projetos do capítulo, como ocorre com a Wikimedia Deutschland, que tem entre seus objetivos primordiais envolver-se nos processos judiciais contra a Wikipédia (conforme relato do Thomas). Nesse caso, a formalização é a base de todo esse trabalho contencioso.
E não podemos nos esquecer da boa receptividade que o modelo de mutirão teve na Alemanha (conforme relato do Abdo e do Thomas). Com exceção da bureaucratie française, acho que os demais capítulos foram bem simpáticos ao nosso modelo. E seria muito bom averiguar novamente na Wikimania 2009 a viabilidade do nosso modelo na relação com os demais capítulos e com a WMF. Apesar de não terem aceitado a apresentação sobre os nossos mutirões livres, é muito importante aparecer em Buenos Aires e, como disse o próprio Everton, "fazer barulho" e colocar esse modelo em discussão.
Abraços,
Joaquim
________________________________ De: nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Segunda-feira, 20 de Julho de 2009 9:05:37 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Joaquim, em sua opinião qual seria a forma mais próxima equidistante entre os "padrões pretendidos" e "our own way", mutirões livres?
Joaquim, apesar do citado modelo ter suas virtudes e poder despetar o interesse de alguns, certamente não foi esse o caso. Por dedução própria, julgava ser mais correto e não imaginava que pudesse gerar esse esforço extra de pesquisa. Vamos ao que quero dizer: bom mesmo seria se você estivesse na wikimania 2009. O conhecimento, como sabemos, é de difícil transferência. Abraço.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br
Névio, você está adquirindo o estilo Argenton de não deixar o e-mail original anexado. Naughty boy... ;-)
Depois de consultar os meus arquivos e reler o meu e-mail original, posso dizer que, no Brasil, os padrões pretendidos pela Wikimedia Foundation (WMF) coincidem basicamente com o modelo de associação (pessoa jurídica). Os nossos mutirões livres, por outro lado, se caracterizam pela não formalização jurídica. Como não existe um meio termo (não há uma semi-formalização e uma pessoa mais ou menos jurídica), é difícil encontrar "a forma mais próxima equidistante".
Por mais que os mutirões livres tentem permanecer mutirões livres, a simples formalização como associação já os coloca do outro lado: pessoa jurídica registrada em cartório e na Receita Federal (e talvez em outros órgãos que me fogem da cabeça agora), com obrigação de ter um contador inscrito na Receita Federal e uma sede registrada no estatuto, declarar IRPJ e RAIS anualmente, eleger administradores e registrar em cartório essas eleições, etc., etc., etc. E quanto mais aumentam as atividades da associação, mais aumentam as obrigações (registro no CCM da Prefeitura, auditoria independente, obrigações com o INSS, etc.)
Uma forma mais "equidistante" seria registrar em cartório uma associação, inscrever-se no CNPJ da Receita Federal, e negligenciar as demais obrigações legais inerentes a uma associação (pessoa jurídica). E a associação então realizaria apenas as formalidades necessárias aos seus objetivos, na exata medida em que forem necessárias (declarar IRPJ num determinado ano, caso isso seja necessário para realizar uma parceria com uma prefeitura, por exemplo).
Por outro lado, como já foi dito nesta lista, se os mutirões livres começarem a funcionar regularmente, há uma maior probabilidade de um juiz ver uma sociedade de fato, caso haja algum litígio.
Enfim, uma forma intermediária é difícil. O modelo de pessoa jurídica é burocrático e trabalhoso (capítulos de outros países também sofrem com isso em suas respectivas legislações, que normalmente são menos burocráticas do que a brasileira) e consome trabalho e esforço que poderiam ser usados em atividades produtivas.
Eventualmente a formalização pode ser fundamental para os projetos do capítulo, como ocorre com a Wikimedia Deutschland, que tem entre seus objetivos primordiais envolver-se nos processos judiciais contra a Wikipédia (conforme relato do Thomashttp://meta.wikimedia.org/wiki/Wikimedia_Brasil/Encontros/2009.05.06_IRC#Organiza.C3.A7.C3.A3o_futura). Nesse caso, a formalização é a base de todo esse trabalho contencioso.
E não podemos nos esquecer da boa receptividade que o modelo de mutirão teve na Alemanha (conforme relato do Abdo e do Thomashttp://meta.wikimedia.org/wiki/Wikimedia_Brasil/Encontros/2009.05.06_IRC). Com exceção da bureaucratie française, acho que os demais capítulos foram bem simpáticos ao nosso modelo. E seria muito bom averiguar novamente na Wikimania 2009 a viabilidade do nosso modelo na relação com os demais capítulos e com a WMF. Apesar de não terem aceitado a apresentação sobre os nossos mutirões livres, é muito importante aparecer em Buenos Aires e, como disse o próprio Everton, "fazer barulho" e colocar esse modelo em discussão.
Abraços,
Joaquim
*De:* nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com *Para:* Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. < wikimediabr-l@lists.wikimedia.org> *Enviadas:* Segunda-feira, 20 de Julho de 2009 9:05:37 *Assunto:* Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Joaquim, em sua opinião qual seria a forma mais próxima equidistante entre os "padrões pretendidos" e "our own way", mutirões livres? -- {+}Nevinho
Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10http://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.maisbuscados.yahoo.com/- Celebridadeshttp://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.maisbuscados.yahoo.com/celebridades/- Músicahttp://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.maisbuscados.yahoo.com/m%C3%BAsica/- Esporteshttp://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.maisbuscados.yahoo.com/esportes/
WikimediaBR-l mailing list WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l
Aproveitando o asunto gostaria de tirar uma dúvida quanto ao financiamento de futuras atividades, se não vamos ter uma entidade formal como vamos gerenciar as doações? Afinal, por mais que procuremos evitar fazer investimentos financeiros nos mutirões, alguma hora vamos precisar de dinheiro, não tanto quanto os outros capítulos mas vamos precisar. Precisaremos promover eventos, organizar encontros, divulgar o movimento e nos mutirões poderemos precisar de alguma ajuda que possa não ser provida apenas pelos voluntários.
Nos arquivos da lista encontrei pouco sobre o assunto, a discussão mais recente que achei foi em janeiro: http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/000983.html a qual não chegou a nenhuma conclusão.
Eu gostei da idéia do Gustavo http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/001011.html que sugere que os fundos sejam geridos por outras empresas, como universidades ou administradoras.
2009/7/21 nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com
Joaquim, apesar do citado modelo ter suas virtudes e poder despetar o interesse de alguns, certamente não foi esse o caso. Por dedução própria, julgava ser mais correto e não imaginava que pudesse gerar esse esforço extra de pesquisa. Vamos ao que quero dizer: bom mesmo seria se você estivesse na wikimania 2009. O conhecimento, como sabemos, é de difícil transferência. Abraço.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br
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Depois de consultar os meus arquivos e reler o meu e-mail original, posso dizer que, no Brasil, os padrões pretendidos pela Wikimedia Foundation (WMF) coincidem basicamente com o modelo de associação (pessoa jurídica). Os nossos mutirões livres, por outro lado, se caracterizam pela não formalização jurídica. Como não existe um meio termo (não há uma semi-formalização e uma pessoa mais ou menos jurídica), é difícil encontrar "a forma mais próxima equidistante".
Por mais que os mutirões livres tentem permanecer mutirões livres, a simples formalização como associação já os coloca do outro lado: pessoa jurídica registrada em cartório e na Receita Federal (e talvez em outros órgãos que me fogem da cabeça agora), com obrigação de ter um contador inscrito na Receita Federal e uma sede registrada no estatuto, declarar IRPJ e RAIS anualmente, eleger administradores e registrar em cartório essas eleições, etc., etc., etc. E quanto mais aumentam as atividades da associação, mais aumentam as obrigações (registro no CCM da Prefeitura, auditoria independente, obrigações com o INSS, etc.)
Uma forma mais "equidistante" seria registrar em cartório uma associação, inscrever-se no CNPJ da Receita Federal, e negligenciar as demais obrigações legais inerentes a uma associação (pessoa jurídica). E a associação então realizaria apenas as formalidades necessárias aos seus objetivos, na exata medida em que forem necessárias (declarar IRPJ num determinado ano, caso isso seja necessário para realizar uma parceria com uma prefeitura, por exemplo).
Por outro lado, como já foi dito nesta lista, se os mutirões livres começarem a funcionar regularmente, há uma maior probabilidade de um juiz ver uma sociedade de fato, caso haja algum litígio.
Enfim, uma forma intermediária é difícil. O modelo de pessoa jurídica é burocrático e trabalhoso (capítulos de outros países também sofrem com isso em suas respectivas legislações, que normalmente são menos burocráticas do que a brasileira) e consome trabalho e esforço que poderiam ser usados em atividades produtivas.
Eventualmente a formalização pode ser fundamental para os projetos do capítulo, como ocorre com a Wikimedia Deutschland, que tem entre seus objetivos primordiais envolver-se nos processos judiciais contra a Wikipédia (conforme relato do Thomashttp://meta.wikimedia.org/wiki/Wikimedia_Brasil/Encontros/2009.05.06_IRC#Organiza.C3.A7.C3.A3o_futura). Nesse caso, a formalização é a base de todo esse trabalho contencioso.
E não podemos nos esquecer da boa receptividade que o modelo de mutirão teve na Alemanha (conforme relato do Abdo e do Thomashttp://meta.wikimedia.org/wiki/Wikimedia_Brasil/Encontros/2009.05.06_IRC). Com exceção da bureaucratie française, acho que os demais capítulos foram bem simpáticos ao nosso modelo. E seria muito bom averiguar novamente na Wikimania 2009 a viabilidade do nosso modelo na relação com os demais capítulos e com a WMF. Apesar de não terem aceitado a apresentação sobre os nossos mutirões livres, é muito importante aparecer em Buenos Aires e, como disse o próprio Everton, "fazer barulho" e colocar esse modelo em discussão.
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*De:* nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com *Para:* Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. < wikimediabr-l@lists.wikimedia.org> *Enviadas:* Segunda-feira, 20 de Julho de 2009 9:05:37 *Assunto:* Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Joaquim, em sua opinião qual seria a forma mais próxima equidistante entre os "padrões pretendidos" e "our own way", mutirões livres? -- {+}Nevinho
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Não gosto da idéia de uma universidade. "Empresa especializada em administrar esse tipo de coisa"? Talvez, não sei. Quando ele fala " alguma pessoa jurídica já existente", pensei imediatamente no Instituto Copérnico, que já detém contrato com a Locaweb para hospedagem do domínio wikimedia.org.br. Pode ser um caminho, pois conta com a confiança do Thomas. Proponho que discutamos essa possibilidade, após conhecer "por dentro" o Copérnico, começando pelo estatuto. Sobre o financiamento, outro dia li uma idéia super legal que podemos implementar desde logo para os mutirões. Confeccionar cartões de apresentação com a nossa logo (http://sextapoetica.com.br/wiki/index.php?title=Arquivo:250px-Wikibrasil.png), que seria adquirido por nós mesmos.
Achei bastante interessante o relato do Abdo e do Thomas sobre financiamento de capítulos. No encontro de capítulos (Alemanha 2009), ficou mais claro que a busca por dinheiro freqüentemente desvia o foco do trabalho dos capítulos. A captação de recursos financeiros seria apenas uma etapa eventualmente necessária após certo desenvolvimento do capítulo e de suas atividades. Como o próprio Thomas colocou, vendo o funcionamento de vários capítulos, existe a "impressão de que o carro está na frente dos bois". Não é à toa que a flexibilidade dos nossos mutirões livres foi aplaudida durante a apresentação no encontro de capítulos.
Sendo necessário receber dinheiro, uma das melhores opções é receber dinheiro por intermédio de instituição já existente. É o caso do Creative Commons Brasil, que não está formalmente instituído no Brasil, mas que, mesmo assim, desenvolve atividades no Brasil e, quando necessário, administra recursos financeiros por intermédio da FGV-RJ. Assim, aproveita-se uma excelente estrutura (financeira, contábil, etc.) já existente e economizam-se recursos (humanos e financeiros) que seriam necessários para manter uma estrutura própria equivalente.
________________________________ De: Danilo Macedo do Carmo dan.mac22@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Terça-feira, 21 de Julho de 2009 20:37:32 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Aproveitando o asunto gostaria de tirar uma dúvida quanto ao financiamento de futuras atividades, se não vamos ter uma entidade formal como vamos gerenciar as doações? Afinal, por mais que procuremos evitar fazer investimentos financeiros nos mutirões, alguma hora vamos precisar de dinheiro, não tanto quanto os outros capítulos mas vamos precisar. Precisaremos promover eventos, organizar encontros, divulgar o movimento e nos mutirões poderemos precisar de alguma ajuda que possa não ser provida apenas pelos voluntários.
Nos arquivos da lista encontrei pouco sobre o assunto, a discussão mais recente que achei foi em janeiro: http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/000983.html a qual não chegou a nenhuma conclusão.
Eu gostei da idéia do Gustavo http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/001011.html que sugere que os fundos sejam geridos por outras empresas, como universidades ou administradoras.
2009/7/21 nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com
Joaquim, apesar do citado modelo ter suas virtudes e poder despetar o interesse de alguns, certamente não foi esse o caso. Por dedução própria, julgava ser mais correto e não imaginava que pudesse gerar esse esforço extra de pesquisa.
Vamos ao que quero dizer: bom mesmo seria se você estivesse na wikimania 2009. O conhecimento, como sabemos, é de difícil transferência. Abraço.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br
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Por mais que os mutirões livres tentem permanecer mutirões livres, a simples formalização como associação já os coloca do outro lado: pessoa jurídica registrada em cartório e na Receita Federal (e talvez em outros órgãos que me fogem da cabeça agora), com obrigação de ter um contador inscrito na Receita Federal e uma sede registrada no estatuto, declarar IRPJ e RAIS anualmente, eleger administradores e registrar em cartório essas eleições, etc., etc., etc. E quanto mais aumentam as atividades da associação, mais aumentam as obrigações (registro no CCM da Prefeitura, auditoria independente, obrigações com o INSS, etc.)
Uma forma mais "equidistante" seria registrar em cartório uma associação, inscrever-se no CNPJ da Receita Federal, e negligenciar as demais obrigações legais inerentes a uma associação (pessoa jurídica). E a associação então realizaria apenas as formalidades necessárias aos seus objetivos, na exata medida em que forem necessárias (declarar IRPJ num determinado ano, caso isso seja necessário para realizar uma parceria com uma prefeitura, por exemplo).
Por outro lado, como já foi dito nesta lista, se os mutirões livres começarem a funcionar regularmente, há uma maior probabilidade de um juiz ver uma sociedade de fato, caso haja algum litígio.
Enfim, uma forma intermediária é difícil. O modelo de pessoa jurídica é burocrático e trabalhoso (capítulos de outros países também sofrem com isso em suas respectivas legislações, que normalmente são menos burocráticas do que a brasileira) e consome trabalho e esforço que poderiam ser usados em atividades produtivas.
Eventualmente a formalização pode ser fundamental para os projetos do capítulo, como ocorre com a Wikimedia Deutschland, que tem entre seus objetivos primordiais envolver-se nos processos judiciais contra a Wikipédia (conforme relato do Thomas). Nesse caso, a formalização é a base de todo esse trabalho contencioso.
E não podemos nos esquecer da boa receptividade que o modelo de mutirão teve na Alemanha (conforme relato do Abdo e do Thomas). Com exceção da bureaucratie française, acho que os demais capítulos foram bem simpáticos ao nosso modelo. E seria muito bom averiguar novamente na Wikimania 2009 a viabilidade do nosso modelo na relação com os demais capítulos e com a WMF. Apesar de não terem aceitado a apresentação sobre os nossos mutirões livres, é muito importante aparecer em Buenos Aires e, como disse o próprio Everton, "fazer barulho" e colocar esse modelo em discussão.
Abraços,
Joaquim
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Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Segunda-feira, 20 de Julho de 2009 9:05:37 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Joaquim, em sua opinião qual seria a forma mais próxima equidistante entre os "padrões
pretendidos" e "our own way", mutirões livres?
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Interessante. Na prática, como seria? Na prática mesmo, estou sentindo-me angustiado (só raramente me deixo ser levado assim) ao constatar que o mutirão do movimento literário colaborativo Sexta poética que iniciamos (eu e alguns daqui) não tem atraído a colaboração dos voluntários. É verdade, e sou agradecido por isso, que alguns até criaram uma conta e editaram a página pessoal. Agradecido aos que, penso, foram movidos pela gentileza. E sei que com 10% do que o Jimmy investiu na WMF eu faríamos estremecer o planalto central do país.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br:
o Achei bastante interessante o relato do Abdo e do Thomas sobre financiamento de capítulos. No encontro de capítulos (Alemanha 2009), ficou mais claro que a busca por dinheiro freqüentemente desvia o foco do trabalho dos capítulos. A captação de recursos financeiros seria apenas uma etapa eventualmente necessária após certo desenvolvimento do capítulo e de suas atividades. Como o próprio Thomas colocou, vendo o funcionamento de vários capítulos, existe a "impressão de que o carro está na frente dos bois". Não é à toa que a flexibilidade dos nossos mutirões livres foi aplaudida durante a apresentação no encontro de capítulos.
Sendo necessário receber dinheiro, uma das melhores opções é receber dinheiro por intermédio de instituição já existente. É o caso do Creative Commons Brasil, que não está formalmente instituído no Brasil, mas que, mesmo assim, desenvolve atividades no Brasil e, quando necessário, administra recursos financeiros por intermédio da FGV-RJ. Assim, aproveita-se uma excelente estrutura (financeira, contábil, etc.) já existente e economizam-se recursos (humanos e financeiros) que seriam necessários para manter uma estrutura própria equivalente.
De: Danilo Macedo do Carmo dan.mac22@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Terça-feira, 21 de Julho de 2009 20:37:32 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Aproveitando o asunto gostaria de tirar uma dúvida quanto ao financiamento de futuras atividades, se não vamos ter uma entidade formal como vamos gerenciar as doações? Afinal, por mais que procuremos evitar fazer investimentos financeiros nos mutirões, alguma hora vamos precisar de dinheiro, não tanto quanto os outros capítulos mas vamos precisar. Precisaremos promover eventos, organizar encontros, divulgar o movimento e nos mutirões poderemos precisar de alguma ajuda que possa não ser provida apenas pelos voluntários.
Nos arquivos da lista encontrei pouco sobre o assunto, a discussão mais recente que achei foi em janeiro: http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/000983.html a qual não chegou a nenhuma conclusão.
Eu gostei da idéia do Gustavo http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/001011.html que sugere que os fundos sejam geridos por outras empresas, como universidades ou administradoras.
2009/7/21 nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com
Joaquim, apesar do citado modelo ter suas virtudes e poder despetar o interesse de alguns, certamente não foi esse o caso. Por dedução própria, julgava ser mais correto e não imaginava que pudesse gerar esse esforço extra de pesquisa. Vamos ao que quero dizer: bom mesmo seria se você estivesse na wikimania 2009. O conhecimento, como sabemos, é de difícil transferência. Abraço.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br
Névio, você está adquirindo o estilo Argenton de não deixar o e-mail original anexado. Naughty boy... ;-)
Depois de consultar os meus arquivos e reler o meu e-mail original, posso dizer que, no Brasil, os padrões pretendidos pela Wikimedia Foundation (WMF) coincidem basicamente com o modelo de associação (pessoa jurídica). Os nossos mutirões livres, por outro lado, se caracterizam pela não formalização jurídica. Como não existe um meio termo (não há uma semi-formalização e uma pessoa mais ou menos jurídica), é difícil encontrar "a forma mais próxima equidistante".
Por mais que os mutirões livres tentem permanecer mutirões livres, a simples formalização como associação já os coloca do outro lado: pessoa jurídica registrada em cartório e na Receita Federal (e talvez em outros órgãos que me fogem da cabeça agora), com obrigação de ter um contador inscrito na Receita Federal e uma sede registrada no estatuto, declarar IRPJ e RAIS anualmente, eleger administradores e registrar em cartório essas eleições, etc., etc., etc. E quanto mais aumentam as atividades da associação, mais aumentam as obrigações (registro no CCM da Prefeitura, auditoria independente, obrigações com o INSS, etc.)
Uma forma mais "equidistante" seria registrar em cartório uma associação, inscrever-se no CNPJ da Receita Federal, e negligenciar as demais obrigações legais inerentes a uma associação (pessoa jurídica). E a associação então realizaria apenas as formalidades necessárias aos seus objetivos, na exata medida em que forem necessárias (declarar IRPJ num determinado ano, caso isso seja necessário para realizar uma parceria com uma prefeitura, por exemplo).
Por outro lado, como já foi dito nesta lista, se os mutirões livres começarem a funcionar regularmente, há uma maior probabilidade de um juiz ver uma sociedade de fato, caso haja algum litígio.
Enfim, uma forma intermediária é difícil. O modelo de pessoa jurídica é burocrático e trabalhoso (capítulos de outros países também sofrem com isso em suas respectivas legislações, que normalmente são menos burocráticas do que a brasileira) e consome trabalho e esforço que poderiam ser usados em atividades produtivas.
Eventualmente a formalização pode ser fundamental para os projetos do capítulo, como ocorre com a Wikimedia Deutschland, que tem entre seus objetivos primordiais envolver-se nos processos judiciais contra a Wikipédia (conforme relato do Thomas). Nesse caso, a formalização é a base de todo esse trabalho contencioso.
E não podemos nos esquecer da boa receptividade que o modelo de mutirão teve na Alemanha (conforme relato do Abdo e do Thomas). Com exceção da bureaucratie française, acho que os demais capítulos foram bem simpáticos ao nosso modelo. E seria muito bom averiguar novamente na Wikimania 2009 a viabilidade do nosso modelo na relação com os demais capítulos e com a WMF. Apesar de não terem aceitado a apresentação sobre os nossos mutirões livres, é muito importante aparecer em Buenos Aires e, como disse o próprio Everton, "fazer barulho" e colocar esse modelo em discussão.
Abraços,
Joaquim
De: nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Segunda-feira, 20 de Julho de 2009 9:05:37 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Joaquim, em sua opinião qual seria a forma mais próxima equidistante entre os "padrões pretendidos" e "our own way", mutirões livres? -- {+}Nevinho
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Eu faríamos é uma construção curiosa, não?
O fato é que a alternativa do creative commons é uma possibilidade a ser estudada. Joaquim, você sabe algo sobre a relação FGV-RJ e o Creative Commons Brasil? Algum instrumento foi conjuntamente assinado, para estabelecer as relações de administração de recursos financeiros, quando necessário?
Por outro lado, alguém conhece o instituto copérnico, que emprestou o cgc para que o domínio .org.br pudesse ser viabilizado? Mencionei a necessidade de conhecermos seu estatuto, mas o Thomas, que poderia, nada falou.
Desculpem-me se parece que estou apressando o rio. Sei que ele corre sozinho. Mas me incomoda um pouco essa wikipostura de não debater assuntos exaustivamente e deixar "esfriar", apesar das inegáveis virtudes.
Please, give it any answer.
2009/7/21 nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com:
Interessante. Na prática, como seria? Na prática mesmo, estou sentindo-me angustiado (só raramente me deixo ser levado assim) ao constatar que o mutirão do movimento literário colaborativo Sexta poética que iniciamos (eu e alguns daqui) não tem atraído a colaboração dos voluntários. É verdade, e sou agradecido por isso, que alguns até criaram uma conta e editaram a página pessoal. Agradecido aos que, penso, foram movidos pela gentileza. E sei que com 10% do que o Jimmy investiu na WMF eu faríamos estremecer o planalto central do país.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br:
o Achei bastante interessante o relato do Abdo e do Thomas sobre financiamento de capítulos. No encontro de capítulos (Alemanha 2009), ficou mais claro que a busca por dinheiro freqüentemente desvia o foco do trabalho dos capítulos. A captação de recursos financeiros seria apenas uma etapa eventualmente necessária após certo desenvolvimento do capítulo e de suas atividades. Como o próprio Thomas colocou, vendo o funcionamento de vários capítulos, existe a "impressão de que o carro está na frente dos bois". Não é à toa que a flexibilidade dos nossos mutirões livres foi aplaudida durante a apresentação no encontro de capítulos.
Sendo necessário receber dinheiro, uma das melhores opções é receber dinheiro por intermédio de instituição já existente. É o caso do Creative Commons Brasil, que não está formalmente instituído no Brasil, mas que, mesmo assim, desenvolve atividades no Brasil e, quando necessário, administra recursos financeiros por intermédio da FGV-RJ. Assim, aproveita-se uma excelente estrutura (financeira, contábil, etc.) já existente e economizam-se recursos (humanos e financeiros) que seriam necessários para manter uma estrutura própria equivalente.
De: Danilo Macedo do Carmo dan.mac22@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Terça-feira, 21 de Julho de 2009 20:37:32 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Aproveitando o asunto gostaria de tirar uma dúvida quanto ao financiamento de futuras atividades, se não vamos ter uma entidade formal como vamos gerenciar as doações? Afinal, por mais que procuremos evitar fazer investimentos financeiros nos mutirões, alguma hora vamos precisar de dinheiro, não tanto quanto os outros capítulos mas vamos precisar. Precisaremos promover eventos, organizar encontros, divulgar o movimento e nos mutirões poderemos precisar de alguma ajuda que possa não ser provida apenas pelos voluntários.
Nos arquivos da lista encontrei pouco sobre o assunto, a discussão mais recente que achei foi em janeiro: http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/000983.html a qual não chegou a nenhuma conclusão.
Eu gostei da idéia do Gustavo http://lists.wikimedia.org/pipermail/wikimediabr-l/2009-January/001011.html que sugere que os fundos sejam geridos por outras empresas, como universidades ou administradoras.
2009/7/21 nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com
Joaquim, apesar do citado modelo ter suas virtudes e poder despetar o interesse de alguns, certamente não foi esse o caso. Por dedução própria, julgava ser mais correto e não imaginava que pudesse gerar esse esforço extra de pesquisa. Vamos ao que quero dizer: bom mesmo seria se você estivesse na wikimania 2009. O conhecimento, como sabemos, é de difícil transferência. Abraço.
2009/7/21 Joaquim Mariano da Costa Neto joaquimmariano@yahoo.com.br
Névio, você está adquirindo o estilo Argenton de não deixar o e-mail original anexado. Naughty boy... ;-)
Depois de consultar os meus arquivos e reler o meu e-mail original, posso dizer que, no Brasil, os padrões pretendidos pela Wikimedia Foundation (WMF) coincidem basicamente com o modelo de associação (pessoa jurídica). Os nossos mutirões livres, por outro lado, se caracterizam pela não formalização jurídica. Como não existe um meio termo (não há uma semi-formalização e uma pessoa mais ou menos jurídica), é difícil encontrar "a forma mais próxima equidistante".
Por mais que os mutirões livres tentem permanecer mutirões livres, a simples formalização como associação já os coloca do outro lado: pessoa jurídica registrada em cartório e na Receita Federal (e talvez em outros órgãos que me fogem da cabeça agora), com obrigação de ter um contador inscrito na Receita Federal e uma sede registrada no estatuto, declarar IRPJ e RAIS anualmente, eleger administradores e registrar em cartório essas eleições, etc., etc., etc. E quanto mais aumentam as atividades da associação, mais aumentam as obrigações (registro no CCM da Prefeitura, auditoria independente, obrigações com o INSS, etc.)
Uma forma mais "equidistante" seria registrar em cartório uma associação, inscrever-se no CNPJ da Receita Federal, e negligenciar as demais obrigações legais inerentes a uma associação (pessoa jurídica). E a associação então realizaria apenas as formalidades necessárias aos seus objetivos, na exata medida em que forem necessárias (declarar IRPJ num determinado ano, caso isso seja necessário para realizar uma parceria com uma prefeitura, por exemplo).
Por outro lado, como já foi dito nesta lista, se os mutirões livres começarem a funcionar regularmente, há uma maior probabilidade de um juiz ver uma sociedade de fato, caso haja algum litígio.
Enfim, uma forma intermediária é difícil. O modelo de pessoa jurídica é burocrático e trabalhoso (capítulos de outros países também sofrem com isso em suas respectivas legislações, que normalmente são menos burocráticas do que a brasileira) e consome trabalho e esforço que poderiam ser usados em atividades produtivas.
Eventualmente a formalização pode ser fundamental para os projetos do capítulo, como ocorre com a Wikimedia Deutschland, que tem entre seus objetivos primordiais envolver-se nos processos judiciais contra a Wikipédia (conforme relato do Thomas). Nesse caso, a formalização é a base de todo esse trabalho contencioso.
E não podemos nos esquecer da boa receptividade que o modelo de mutirão teve na Alemanha (conforme relato do Abdo e do Thomas). Com exceção da bureaucratie française, acho que os demais capítulos foram bem simpáticos ao nosso modelo. E seria muito bom averiguar novamente na Wikimania 2009 a viabilidade do nosso modelo na relação com os demais capítulos e com a WMF. Apesar de não terem aceitado a apresentação sobre os nossos mutirões livres, é muito importante aparecer em Buenos Aires e, como disse o próprio Everton, "fazer barulho" e colocar esse modelo em discussão.
Abraços,
Joaquim
De: nevio carlos de alarcão nevinhoalarcao@gmail.com Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. wikimediabr-l@lists.wikimedia.org Enviadas: Segunda-feira, 20 de Julho de 2009 9:05:37 Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] dúvidas...
Joaquim, em sua opinião qual seria a forma mais próxima equidistante entre os "padrões pretendidos" e "our own way", mutirões livres? -- {+}Nevinho
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