Hehehe... Podíamos continuar a discutir aqui - no entanto, tu sabes muito
mais do assunto do que eu! - e nunca acabarmos! Mas tenho a dizer-te (se
calhar, já viste) que há outro usuário que mudou novamente a introdução e
colocou um sumário agradável, mas eu lhe escrevi para ele colocar uma
opinião na discussão. Se calhar, amanhã inda vou lá... Abraço e boa noite.
Rui Silva
No dia 14 de Outubro de 2010 18:20, Manuel de Sousa <manuel.sousa(a)exponor.pt
escreveu:
Obrigado pelas tuas simpáticas palavras, Rui.
Na verdade, há pessoas que acreditam tão veementemente nas suas "verdades"
(sejam elas políticas, religiosas, futebolísticas ou outras) que se julgam
dispensadas de as demonstrar factualmente, i.e. com fontes fiáveis. Acredito
que o Lourenço julgue estar 100% correcto, sendo eu o intolerante! Já mo
disse isso através de mensagem privada via Facebook e eu... convidei-o p/
tomar um café da próxima vez que se deslocar ao Porto! Eu contesto as
ideias, não as pessoas.
Quanto a escrever ou não escrever alguma coisa na página de discussão: eu
acho que escrever ajuda sempre. O Lourenço desconhece esta troca de
mensagens entre nós e acho que era bom que percebesse que o que eu digo não
é uma opinião pessoal minha, mas sim a aplicação (e até bastante "meiga" e
paciente) das regras vigentes na Wikipédia. Por isso, se puderes, escreve
qualquer coisa, mesmo que seja só para dizeres que concordas.
Sobre a definição de República: na verdade não se diz "...eleitos pelo
Povo...", mas sim que "é uma forma de governo na qual um representante é
escolhido pelos seus concidadãos para ser chefe de Estado durante um período
limitado de tempo". Podia-se dizer que " é escolhido pelos seus concidadãos
ou seus representantes", porque no Estado Novo, primeiro houve eleições
presidenciais (apesar de manipuladas) e, depois do caso Humberto Delgado, o
PR passou a ser eleito pela Assembleia Nacional. Mas na Assembleia estariam,
podemos admitir, os representantes do povo. Tal como nos parlamentos das
repúblicas do Leste Europeu, de Cuba, da China, etc. Isto tudo para dizer
que república não é sinónimo de democracia mas há, mesmo que apenas
teoricamente, um princípio de igualdade no acesso ao cargo público mais
elevado na nação que, numa monarquia, está reservado ao filho do monarca. Há
excepções, como tu referiste alguns reinos africanos tradicionais e,
acrescentarei eu, o Vaticano, um estado sacerdotal monárquico.
Quanto à possível raiz grega da república, isso tem a ver com a má tradução
da palavra grega "politeía". Cícero, entre outros escritores latinos,
traduziu "politeía" para "res publica" que, por sua vez, passou a
"república" pelos estudiosos do Renascimento. Esta não é uma tradução muito
precisa e "politeía" é hoje geralmente traduzida por "forma de
governo" ou
"regime". No entanto, o nosso cariz conservador faz com que se mantenha a
tradução original do título do grande trabalho de ciência política de
Platão, "A República" -- "Politeía" no original.
Este e outros assuntos do género pretendia eu ver abordados na secção
"Origem do termo" do artigo. Isto, é evidente, se pudermos descolar do
parágrafo introdutório...
Um abraço e, uma vez mais, obrigado pelo incentivo.
Manuel de Sousa