Há também alguns fatores adicionais a se considerar:
- Boa parte dos conteúdos dados em sala de aula na maior parte das
universidades (incluindo a USP) é extremamente defasada e não está (em
muitos casos) nem em um formato adequado (p.ex. alguns professores ainda
mantém transparências para dar aula). Além da conversão em um formato
apropriado ser trabalhosa, muitos destes professores não gostariam de abrir
ao grande público o que ensinam pois é conflitante com o que é realidade ou
estado da arte. Ou mesmo, em muitas situações, é cópia descarada de textos
de outros autores. Se a academia obrigasse a que disponibilizassem
conteúdos livres, eles teriam que criar conteúdos novos e adequados para o
público externo.
- A maioria dos professores públicos dão consultoria externa. Já ouvi
professor da pública dizendo que não explica melhor porque aí tiraríamos o
emprego dele e se quiséssemos mais, pagássemos a consultoria. Você acha que
um professor destes aceitaria disponibilizar conteúdos de forma livre ?
Em 19 de setembro de 2012 14:35, Rodrigo P. <wikiozymandias(a)gmail.com>escreveucreveu:
Sobre a ideia do YouTube não é má. P.ex. o projeto
Udacity (
http://www.udacity.com/) realiza isto, mesmo não existindo um CC
explícito ali. Sobre a questão de utilizar dinheiro público, acredito que
esteja falando de forma retórica, pois sabemos que não funciona assim no
Brasil. No máximo vão falar que o "interesse público" já é realizado pelo
fato de estarem disponibilizando as aulas de graça para "usar" e não
"para
copiar".
A questão é mostrar aos professores que podem manter seus sites, blogs,
livros e afins, mas apenas abrindo a licença de uso destes conteúdos. Nisto
posso ajudar o mutirão e o Everton também pode ajudar nisto. Mas acho que
teríamos uma abertura melhor dentro das universidades privadas do que nas
públicas: nas públicas, boa parte dos professores são concursados e estão
mais interessados no domínio da sua pesquisa do que em abrir conhecimento
ao grande público. Para as universidades particulares, no entanto, é
interessante para a imagem delas estarem associadas a conhecimento livre,
movimentos modernos, etcetc.
Também falta, em língua portuguesa, bons materiais e conteúdos (como
artigos científicos) que popularizem os conceitos defendidos aqui. Este é
um outro caminho.
Em 19 de setembro de 2012 14:22, Rodrigo Tetsuo Argenton <
rodrigo.argenton(a)gmail.com> escreveu:
humm, se é isso, por que não usaram o youtube ao invés de gastar dinheiro
público no desenvolvimento de uma plataforma? ai
ai... alias no youtube já
há mecanismos para licenciar sobre cc-by, o que não ocorre ali..
e esse seria um dos passos que eu propus para o projeto em Universidades
da WMF, que era de trabalho de abertura de conteúdo já existente... eu
agora não tenho forças para tocar essa abertura, já estou no limite da
minha capacidade, entretanto, de novo volta o assunto, então acho que
poderíamos criar um mutirão e documentar isso até alguém chamar para encher
a laje, não?
2012/9/19 Rodrigo P. <wikiozymandias(a)gmail.com>
O problema neste caso acaba não sendo da plataforma mas dos professores.
A questão principal é de conscientizar os
professores a disponibilizarem
seus conteúdos de forma livre, mas alguns deles adoram colocar direitos
reservados nos conteúdos para transformar posteriormente em livros, artigos
e afins. Não é a toa que boa parte das pesquisas acabam perdidas nas
prateleiras das bibliotecas. Fora o fato que boa parte das pesquisas são
"escondidas" para garantir registros de patentes, etcetc. O resumo é: é
pública apenas pelo "sustento público" e "garantia de não pagamento por
parte dos alunos" ;) De qualquer forma, um caminho é a conversão destes
conteúdos para conteúdos livres: textos possuem direitos reservados, mas
idéias não. Outro é criar uma campanha para apresentar o modelo de
conhecimento livre aos professores universitários, mostrando que eles não
perdem com isto.
Em 19 de setembro de 2012 13:20, Rodrigo Tetsuo Argenton <
rodrigo.argenton(a)gmail.com> escreveu:
Galera, a USP lançou uma "plataforma"
de disponibilização de video
aulas,
http://www.eaulas.usp.br/portal/home, mas para variar :
"Em particular, o usuário não deve disponibilizar materiais que de
qualquer forma violem ou abusem de direito de terceiros ou que violem a
propriedade intelectual de terceiros.
O usuário não deverá copiar ou redistribuir conteúdos do serviço
e-Aulas USP, a menos que possua prévia autorização do titular dos
correspondentes direitos, ou que essa utilização lhe seja concedida por
meio dos critérios definidos pela própria licença do conteúdo."
Será que conseguímos a liberação do conteúdo?? Escola pública gerando
material sob copyright? Pata que pariu... (humm isso seria estranho, acho
que só mamífero pari)
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Rodrigo Tetsuo Argenton
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