[Wikimedia Brasil] Res: O esp�rito wiki e os cap�tulos da WMF - Re: Res: Chapters Meeting 2011

nevio carlos de alarc�o nevinhoalarcao em gmail.com
Ter�a Fevereiro 22 14:31:14 UTC 2011


>
> Problemas de desenho isntutucional s�o, como a atual crise econ�mica

internacional, situa��es onde internamente n�o h� culpados morais, nem

ningu�m pode ter seu car�ter julgado, pois os incentivos foram postos

ali para as pessoas agirem daquela forma. Tamb�m s�o problemas

dif�ceis, onde s� pessoas em posi��es privilegiadas e com capacita��es

espec�ficas enxergam que h� um problema. Isso n�o quer dizer, contudo,

que n�o existam responsabilidades


Ale, querendo entender e debater, pode elaborar um mais mais sobre esse
desenho institucional?

Abs

Em 22 de fevereiro de 2011 10:46, B�ria Lima <berialima em gmail.com> escreveu:

> Coment�rios:
>
> 1. Eu n�o sei porque voc�s insistem em chamar organiza��o de
> burocratiza��o. Qualquer coisa com o m�nino de organiza��o torna-se
> burocratico na vossa imagina��o.
>
> 2. A comunidade sempre participou das iniciativas dos chapters. Olhe
> qualquer evento da WMPT, ou qualquer parceria da WMDE ou WMFR (pra citar as
> maiores) e vais ver que o "chapter" sempre trabalha junto com "a
> comunidade".
>
> 3. Novos caminhos para usu�rios � coisa para ser definido no "usability".
> Apesar de v�rios chapters estarem a trabalhar para melhorar a interface para
> usu�rios e angariar mais usu�rios em pa�ses em desenvolvimento (como o
> Brasil), isso n�o pode ser exigido de todos. Mas j� que querem cita��o: WMFR
> tem "internos" em faculdades e museus, WMDE faz workshops uma vez a cada 15
> dias para ensinar as pessoas a editar, WMUK tem um programa semelhante ao da
> WMDE dentro do Museu Britanico, os membros da WMPT  d�o cursos sobre
> introdu��o ao modelo wiki, a WMIN faz concursos sobre edi��o, a WMNL ensina
> as pessoas a fazer upload de fotos no commons, etc, etc, etc. Sem contar o
> esforco de mais de 7 chapters europeus para organizar o Wiki Loves Monuments
> 2011. Se voc�s pararem de olhar pra dentro o tempo inteiro, iam ver que os
> chapters funcionam muito bem, obrigada.
>
> 4. Claro, as pessoas da WMBR n�o brigam. Nem temos aqui uma tread sobre o
> assunto. (n�o a dizer que os chapters nao brigam, mas que isso n�o � um
> problema exclusivo destes - alias, as ofensas que rolam aqui na mailing eu
> nunca vi nas mailings list dos v�rios chapters que leio)
>
> 5. Desculpa l�, mas Jimbo? Quando viste o Jimbo ser citado em qualquer
> coisa que envolva os chapters? Ou qualquer parceria que tenha um chapter l�?
> Pelo contr�rio, quando Jimbo ta metido, normalmente � em coisas da
> comunidade e/ou dos multiroes. Nenhum chapter usa o Jimbo como garoto
> propaganda.
>
>
>
> _____
> *B�ria Lima (Beh)
> (351) 925 171 484*
>
>
> No dia 22 de Fevereiro de 2011 12:28, Pietro Roveri <pietro em usp.br>escreveu:
>
>
>> Elementos preocupantes no modelo formado exclusivamente por cap�tulos e
>> WMF:
>>
>>    1. A burocratiza��o por meio dos cap�tulos;
>>    2. O descolamento dessas estruturas das comunidades dos projetos;
>>    3. O foco em parcerias negociais ao inv�s de novos caminhos para
>>    volunt�rios;
>>    4. As pessoas como causas dos problemas;
>>    5. Jimbo como figura de autoridade carism�tica que respalda essa
>>    estrutura;
>>
>> Abra�os,
>>
>> Pietro
>>
>> ------------------------------
>> *De:* Everton Zanella Alvarenga <everton137 em gmail.com>
>> *Para:* Mailing list do Cap�tulo brasileiro da Wikimedia. <
>> wikimediabr-l em lists.wikimedia.org>
>> *Enviadas:* Ter�a-feira, 22 de Fevereiro de 2011 9:16:10
>> *Assunto:* Re: [Wikimedia Brasil] O esp�rito wiki e os cap�tulos da WMF -
>> Re: Res: Chapters Meeting 2011
>>
>> O documento do Ale vai virar uma p�gina wiki: the born of a new
>> Wikimedia group model  - Unchapter, beyond hierarchies, for an
>> inclusive, flat and open participation. :)
>>
>> Poder� ser lan�ado no dia do chapters meeting! Rs
>>
>> Em 22/02/11, Rodrigo<rodrigopissardini em gmail.com> escreveu:
>> > O email do Ale deveria virar um documento na wiki rs. Mesmo com vis�es
>> > diferentes, foi a melhor abordagem que vi at� agora sobre o tema( dos
>> dois
>> > lados).
>> >
>> > Rodrigo
>> >
>> >
>> > Em 22/02/2011, �s 05:37, B�ria Lima <berialima em gmail.com> escreveu:
>> >
>> >> eu n�o recomendaria Everton. At� porque n�o � a nomeclatura usada na
>> WFM.
>> >>
>> >> Ale, depois respondo a tua carta que vai precisar de meia hora do tempo
>> >> (coisa que nao tenho agora)
>> >> _____
>> >> B�ria Lima (Beh)
>> >> (351) 925 171 484
>> >>
>> >>
>> >> No dia 22 de Fevereiro de 2011 08:34, Everton Zanella Alvarenga
>> >> <everton137 em gmail.com> escreveu:
>> >> Como � gostoso quando a discuss�o fica no plano das id�ias, n�o?
>> >> Espero que ela continue assim, sem ataques pessoais e inflames
>> >> emocionais. Ser� mais produtivo para todos.
>> >>
>> >> O email do Ale me estimulou a por o mapinha do unchapter no Commons.
>> >> Devo/posso? Rs
>> >>
>> >> J� pensaram daqui uns anos o mapinha todo vermelho, como um v�rus
>> >> iniciado por aqui? : D
>> >>
>> >> Abra�os!
>> >>
>> >> Tom
>> >>
>> >> Em 22/02/11, Alexandre Hannud Abdo<abdo em member.fsf.org> escreveu:
>> >> > Ni!
>> >> >
>> >> > 2011/2/20 B�ria Lima <berialima em gmail.com>:
>> >> >>> Esse posicionamento (tanto do "ChapCom" quanto das outras WM*) �
>> muito
>> >> >>> contradit�rio com o esp�rito livre do mundo wiki.
>> >> >>
>> >> >> Pelo contrario. Livre nunca significou anarquia, e o que � um
>> chapter
>> >> >> foi
>> >> >> definido anos atras pela WMF e aceito por todos. Se a comunidade do
>> >> >> Brasil
>> >> >> n�o aceita o modelo, � direito dela, mas n�o pode reclamar quando os
>> >> >> direitos de um chapter lhe s�o negados, afinal a regra estava l� o
>> >> >> tempo
>> >> >> todo. Podem querer mudar as regras, mas at� l� elas existem para ser
>> >> >> cumpridas.
>> >> >
>> >> > Diego - e demais, o problema � de desenho institucional.
>> >> >
>> >> > A forma como a WMF criou os cap�tulos, concedendo monop�lios
>> regionais
>> >> > a corpora��es sem fins lucrativos, foi equivocada.
>> >> >
>> >> > Isso que a B�ria repete, e que substanciou com a palavra de seus
>> >> > membros, � o conto da sacralidade do modelo que o chapcom vende por
>> >> > a�. Descartando-nos com refuta��es descontextualizadas de alvos
>> >> > f�ceis, mas secund�rios, enquanto esquivam-se das quest�es
>> principais,
>> >> > como discutir as cr�ticas feitas e permitir a participa��o de
>> >> > alternativas nos processos - com qualquer nome que seja.
>> >> >
>> >> > Mas essa sacralidade nem a WMF compra, visto o apoio que temos
>> >> > recebido para desenvolver modelos alternativos de a��o.
>> >> >
>> >> > De fato, a WMF encarregara ao Chapcom que nos ajudasse a desenvolver
>> >> > nossa ideia e negociasse como incorporar-nos ao sistema atual. Eles,
>> >> > da forma mais rude poss�vel, recusaram essa tarefa, retornando � WMF
>> a
>> >> > responsabilidade. Foi essa, inclusive, uma das raz�es que levou a
>> >> > funda��o a contratar a Carol, para introduzir oficialmente a
>> >> > discuss�o.
>> >> >
>> >> > Por que o chapcom fez isso? Por que eles rejeitam t�o violentamente
>> >> > qualquer rela��o conosco, com base num boicote legalista? Bem, vale
>> >> > aqui conhecer um pouco a realidade, que pude testemunhar em dois
>> >> > chapters' meetings e duas Wikimanias, interagindo com mais de uma
>> >> > d�zia de representantes de cap�tulos e conversando pessoalmente com
>> >> > membros da mesa diretora e funcion�rios da WMF, tendo inclusive
>> estado
>> >> > em S�o Francisco visitando a sede.
>> >> >
>> >> > E essa realidade � que o chapters' meeting � uma coisa embara�osa,
>> >> > para n�o dizer uma vergonha. A maioria dos chapters s�o coordenados
>> >> > por gente sem nenhuma experi�ncia em mobiliza��o popular ou
>> >> > institucional, de pouca vis�o empresarial, e compet�ncia estritamente
>> >> > burocr�tica - quase sempre adquirida de �ltima hora para formatar um
>> >> > estatuto. N�o vou entrar no m�rito do que eles realizam, mas n�o h�
>> >> > d�vida que todas as vezes que nos apresentamos l� est�vamos bem acima
>> >> > da m�dia e da mediana.
>> >> >
>> >> > At� a�, tamb�m h� cap�tulos bacanas e bem geridos, ainda que deixem a
>> >> > desjar em alguns aspectos; poderia-se dizer exemplos a serem
>> seguidos.
>> >> > Poderia-se criticar apenas a sede de multiplicar as estruturas sem
>> >> > garantir sua qualidade. Mas essa n�o � toda a realidade.
>> >> >
>> >> > E tomo ent�o os olhos do Rodrigo, que falou uma coisa acertada: siga
>> o
>> >> > dinheiro.
>> >> >
>> >> > Quase a metade do tempo dos chapters' meetings s�o gastos discutindo
>> >> > como abocanhar para os cap�tulos mais direito sobre a marca e mais
>> >> > proemin�ncia na campanha de angaria��o de fundos.
>> >> >
>> >> > A metade maior do tempo se divide entre quest�es burocr�ticas,
>> >> > financeiras, cria��o de mais cap�tulos e no que sobrar relatam-se
>> >> > algumas experi�ncias de outreach e parcerias institucionais que
>> seriam
>> >> > muito melhor aproveitadas se melhor documentadas e divulgadas nas
>> >> > wikis ao inv�s de apresentadas en-petit-comit�.
>> >> >
>> >> > A falta de um padr�o de transpar�ncia, lembrada pelo Tom, � tamanha
>> >> > que eles nem se p�e a quest�o.
>> >> >
>> >> > Por isso eu acho pouco relevante nesse momento que n�o estejamos ali,
>> >> > ao mesmo tempo em que n�o sermos bem-vindos � um sinal importante
>> para
>> >> > a WMF.
>> >> >
>> >> > Porque nossa ideia � que podemos mobilizar mais gente e fazer coisas
>> >> > mais sustent�veis sem precisar transferir a gest�o de marcas e
>> recuros
>> >> > - isto �, poder sobre a parcela exclu�vel do valor do trabalho de
>> toda
>> >> > a comunidade - a priori e para pequenos grupos aut�rquicos. E porque
>> >> > n�o nos dobramos na quest�o da transpar�ncia.
>> >> >
>> >> > Por isso o chapcom � t�o avesso ao modelo transparente, participativo
>> >> > e distribu�do proposto pela WMBR, pois temem que nos tornemos um
>> v�rus
>> >> > que possa contestar a situa��o do lado de l�. Para completar, alguns
>> >> > de seus membros tem dentro daquele modelo um projeto de poder
>> >> > individual j� p�blico de t�o escancarado.
>> >> >
>> >> > Bem, agora que j� devo ter deixado a M�nica<del><del>B�ria espumando
>> >> > (de blincadeila!), permitam-me relembrar a import�ncia de um termo na
>> >> > primeira frase deste e-mail: desenho institucional.
>> >> >
>> >> > Problemas de desenho isntutucional s�o, como a atual crise econ�mica
>> >> > internacional, situa��es onde internamente n�o h� culpados morais,
>> nem
>> >> > ningu�m pode ter seu car�ter julgado, pois os incentivos foram postos
>> >> > ali para as pessoas agirem daquela forma. Tamb�m s�o problemas
>> >> > dif�ceis, onde s� pessoas em posi��es privilegiadas e com
>> capacita��es
>> >> > espec�ficas enxergam que h� um problema. Isso n�o quer dizer,
>> contudo,
>> >> > que n�o existam responsabilidades.
>> >> >
>> >> > A WMBR entrou em sua posi��o privilegiada quando surgiram
>> >> > diverg�ncias, j� mencionadas pelos Rodrigos, ligadas ao nosso
>> contexto
>> >> > geo-pol�tico-econ�mico-cultural, e enxergamos uma sa�da do modelo
>> pois
>> >> > t�nhamos em nosso meio v�rias pessoas com conhecimento e experi�ncia
>> >> > em corpora��es com e sem fins lucrativos, movimentos sociais,
>> >> > pol�ticos, leis e economia, capazes de analisar a situa��o de maneira
>> >> > a fazer valer um lema das wikis: seja audaz.
>> >> >
>> >> > Assim que, esse escape, como tal, n�o foi totalmente consciente ou
>> >> > proposital, mas tamb�m fruto de acidentes programados. Apenas hoje
>> >> > podemos olhar para tr�s e entender os acontecimentos nesse contexto
>> >> > mais amplo.
>> >> >
>> >> > Enfim, na minha tentativamente humilde opini�o, � esta a situa��o em
>> >> > que nos encontramos, ou ao menos a que consigo comunicar.
>> >> >
>> >> >
>> >> > Tenho enorme admira��o e respeito por muitos membros de cap�tulos, do
>> >> > chapcom e at� por algumas das institui��es, mas isso n�o significa
>> que
>> >> > eles estejam num bom caminho. Soldados honestos e nobres patriotas
>> >> > lutaram tamb�m em guerras opressivas.
>> >> >
>> >> > Gerenciar o valor exclu�vel de um projeto comunit�rio de forma justa
>>>> >> > algo terrivelmente complexo e requer avan�os e retrocessos. A WMF tem
>> >> > uma estrutura participativa, transparente e minimalista para lidar
>> com
>> >> > isso, e ainda est� longe da perfei��o. A preocupa��o do Lugusto e da
>> >> > B�ria com a participa��o de n�o-wikimedistas nos princ�pios da WMBR
>> >> > refletia isso.
>> >> >
>> >> > A realidade que testemunhei, com minhas limita��es e imperfei��es,
>> >> > adicionalmente sugere que a participa��o de wikimedistas por si n�o
>> >> > garante o que se desejava no m�dio prazo: preservar os valores das
>> >> > wikis. Eles encontram-se institucionalmente corrompidos pelo modelo.
>> >> >
>> >> > Como a influ�ncia n�o � expl�cita, mas sist�mica, os incentivos se
>> >> > alinham a formar uma bolha de cap�tulos. V�rios monop�lios regionais
>> >> > sem nenhum padr�o de comparabilidade, transpar�ncia, participa��o e,
>> >> > em pa�ses continentais ou desiguais, sem garantias de distribui��o.
>> >> >
>> >> > Seus efeitos s�o mais contundentes em regi�es sens�veis a essas
>> >> > quest�es, da� que os estadunidenses notaram primeiro a necessidade de
>> >> > organizarem-se regionalmente e da� que a bolha estourou primeiro
>> aqui,
>> >> > num pa�s continental e imensamente desigual, com um grave d�ficit de
>> >> > participa��o e transpar�ncia por ter emergido de duas ditaduras no
>> >> > primeiro s�culo de sua rep�blica.
>> >> >
>> >> > Para encerrar, sobre nossa responsabilidade nessa situa��o, de n�s
>> ela
>> >> > apenas requer que sigamos dando um bom exemplo, buscando solu��es
>> >> > criativas - como foi a pr�pria wikip�dia - e n�o nos percamos os
>> >> > valores que nos definem.
>> >> >
>> >> > Um abra�o,
>> >> >
>> >> > ale
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