Pela parte que me toca, e não sendo eu perito na
história política
cabo-verdiana, posso dizer que o texto parece-me muito bom e descreve bem os
eventos históricos e a natureza dos dois períodos políticos
pós-independência de Cabo Verde. Apenas acrescentei links para os símbolos
que foram renovados, para permitir uma ilustração das alterações levadas a
cabo.
Parabéns, Manuel, como sempre fizeste um excelente trabalho! :)
Waldir
2010/12/6 Manuel de Sousa <manuel.sousa(a)exponor.pt>
Caras e caros,
Ainda bem que a Associação Wikimedia Portugal parece estar a recuperar o
ânimo com vista à comemoração do 10.º aniversário, mas eu trago aqui uma
outra questão.
Como estarão lembrados, na sequência da falta de entendimento com o
usuário Lourenço Almada (o tal «Monarca convicto», nas palavras do João)
para a elaboração conjunta do artigo
"República<http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica>",
decidi não desistir e avançar sozinho. Num longo trabalho de formiguinha, lá
fui escrevendo o artigo, seguindo o plano que eu próprio tinha proposto
inicialmente na página de discussão. Para a parte da origem da palavra
"república", da(s) histórias(s) da(s) república(s), do presidencialismo vs
parlamentarismo e afins, eu pude basear-me ou, pelo menos, buscar alguma
orientação, nas Wikipédias noutras línguas. No entanto, há uma secção
completamente nova que não existe noutras línguas, a secção "Regimes
republicanos nos países
lusófonos<http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica#Regimes_republican…s>".
A ideia seria fazer um breve historial das vicissitudes das repúblicas dos
países de língua portuguesa, o que me pareceu fazer todo o sentido numa
Wikipédia lusófona.
Isto ainda não está concluído, porque faltam os textos sobre a
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Mas contacto-os porque
gostaria que me dessem a vossa opinião e sugestões de melhoria sobre o que
já foi feito. Gostava, especialmente, que o João Sousa opinasse sobre o
texto de Angola; a Béria, sobre o Brasil; o Waldir, sobre Cabo Verde; o Rui
Silva, sobre Moçambique; e todos, sobre Portugal.
Obrigado a todos e um abraço,
Manuel de Sousa
*From:* Manuel de Sousa
*Sent:* sexta-feira, 15 de Outubro de 2010 10:05
*To:* 'wikimediapt(a)lists.wikimedia.org'
*Subject:* RE: [wikimedia-pt] Questões "republicanas"
Dois comentários ao e-mail abaixo:
1. É curioso, mas todos os monárquicos que conheço são (ou alegam ser)
descendentes de famílias aristocráticas. Isso deixa-me a sensação de que
defendem a monarquia, não tanto porque esse seria o regime que melhor
serviria o bem comum, mas muito mais porque essa seria quiçá a única forma
de ganharem um prestígio e uma importância social que dificilmente conseguem
alcançar numa sociedade que tente a privilegiar o mérito, mais do que o
berço. Mas, posso estar a ser injusto neste meu julgamento...
2. [...]
Um abraço a todos,
Manuel de Sousa
*From:* wikimediapt-bounces(a)lists.wikimedia.org [mailto:
wikimediapt-bounces(a)lists.wikimedia.org] *On Behalf Of *João Cruz
*Sent:* quinta-feira, 14 de Outubro de 2010 20:22
*To:* wikimediapt(a)lists.wikimedia.pt
*Subject:* Re: [wikimedia-pt] Questões "republicanas"
Conheço pessoalmente este editor embora ele não saiba quem eu sou na
Wikipédia.
Monarca convicto e representante do Solar ou Casa de Lanhezes acha-se
também representante dos Condes de Almada ou da família Almada.
O verbete da Casa de Lanhezes foi acompanhado por mim e pelo Darwin
revertendo várias situações de claro POV do editor.
Preferia que esta lista fosse utilizada para debater os graves problemas
que a AWP (o último encontro é prova disso.. ) enfrenta e/ou da própria
Wikipédia em geral.
Cumprimentos,
João
No dia 14 de Outubro de 2010 20:11, Rui Silva <ruizinhomoz(a)gmail.com>
escreveu:
Hehehe... Podíamos continuar a discutir aqui - no entanto, tu sabes muito
mais do assunto do que eu! - e nunca acabarmos! Mas tenho a dizer-te (se
calhar, já viste) que há outro usuário que mudou novamente a introdução e
colocou um sumário agradável, mas eu lhe escrevi para ele colocar uma
opinião na discussão. Se calhar, amanhã inda vou lá... Abraço e boa noite.
Rui Silva
No dia 14 de Outubro de 2010 18:20, Manuel de Sousa <
manuel.sousa(a)exponor.pt> escreveu:
Obrigado pelas tuas simpáticas palavras, Rui.
Na verdade, há pessoas que acreditam tão veementemente nas suas "verdades"
(sejam elas políticas, religiosas, futebolísticas ou outras) que se julgam
dispensadas de as demonstrar factualmente, i.e. com fontes fiáveis. Acredito
que o Lourenço julgue estar 100% correcto, sendo eu o intolerante! Já mo
disse isso através de mensagem privada via Facebook e eu... convidei-o p/
tomar um café da próxima vez que se deslocar ao Porto! Eu contesto as
ideias, não as pessoas.
Quanto a escrever ou não escrever alguma coisa na página de discussão: eu
acho que escrever ajuda sempre. O Lourenço desconhece esta troca de
mensagens entre nós e acho que era bom que percebesse que o que eu digo não
é uma opinião pessoal minha, mas sim a aplicação (e até bastante "meiga" e
paciente) das regras vigentes na Wikipédia. Por isso, se puderes, escreve
qualquer coisa, mesmo que seja só para dizeres que concordas.
Sobre a definição de República: na verdade não se diz "...eleitos pelo
Povo...", mas sim que "é uma forma de governo na qual um representante é
escolhido pelos seus concidadãos para ser chefe de Estado durante um período
limitado de tempo". Podia-se dizer que " é escolhido pelos seus concidadãos
ou seus representantes", porque no Estado Novo, primeiro houve eleições
presidenciais (apesar de manipuladas) e, depois do caso Humberto Delgado, o
PR passou a ser eleito pela Assembleia Nacional. Mas na Assembleia estariam,
podemos admitir, os representantes do povo. Tal como nos parlamentos das
repúblicas do Leste Europeu, de Cuba, da China, etc. Isto tudo para dizer
que república não é sinónimo de democracia mas há, mesmo que apenas
teoricamente, um princípio de igualdade no acesso ao cargo público mais
elevado na nação que, numa monarquia, está reservado ao filho do monarca. Há
excepções, como tu referiste alguns reinos africanos tradicionais e,
acrescentarei eu, o Vaticano, um estado sacerdotal monárquico.
Quanto à possível raiz grega da república, isso tem a ver com a má
tradução da palavra grega "politeía". Cícero, entre outros escritores
latinos, traduziu "politeía" para "res publica" que, por sua vez,
passou a
"república" pelos estudiosos do Renascimento. Esta não é uma tradução muito
precisa e "politeía" é hoje geralmente traduzida por "forma de
governo" ou
"regime". No entanto, o nosso cariz conservador faz com que se mantenha a
tradução original do título do grande trabalho de ciência política de
Platão, "A República" -- "Politeía" no original.
Este e outros assuntos do género pretendia eu ver abordados na secção
"Origem do termo" do artigo. Isto, é evidente, se pudermos descolar do
parágrafo introdutório...
Um abraço e, uma vez mais, obrigado pelo incentivo.
Manuel de Sousa
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