Pra quem é de Fortaleza, esta indo para o mesmo destino sombrio que aqui no Paraná, temos que  lutar para manter o uso de software livre, para nós não tornar-mos escravos ou tecnocratas da micro$oft com sua ditadura do software proprietário. Abaixo o relato que recebi por email de uma lista de professores.



Olá colegas do grupo,

Não sei se vocês estão acompanhando a situação em Fortaleza, mas a
coisa lá está bem complicada. No dia 16 de abril a prefeitura publicou
em seu sítio que todos os laboratórios de informática da rede municipal
de educação seriam fechados e os professores deveriam voltar para salas
de aula (e isso bem no meio do semestre, ou seja, como ficam as vagas
que esses professores deverão ocupar nas escolas?).

E o argumento é "a necessidade de ressignificar o trabalho desenvolvido
nos laboratórios de informática e nas bibliotecas das escolas sob sua
jurisdição e suprir carências de professores afastados por licenças
médicas" (o texto completo está no sítio da Secretaria de Educação:

http://pitit.in/udH

Estava esperando a Lidu ou a Gle publicarem algo aqui, mas como elas
estão com a cabeça a mil, tomei a liberdade de fazê-lo até mesmo para
que isso ganhe o máximo de divulgação. Inclusive, também com a
autorização da Gle, republico abaixo um desabafo que ela escreveu.

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No LIE(Laborotario de Informatica Educativa)as aulas acontecem de forma
lúdica, prazerosa, num ambiente interativo. Nesses espaços os alunos
não são meros expectadores,são autores do conhecimento, percebem que
além de ser útil aprender, também pode ser prazeroso. Estamos vivendo
numa época diferente, onde há inúmeras tecnologias que são extremamente
atrativas e isso  acaba desviando a atenção dos alunos. A escola não
pode continuar a usar apenas pincel, quadro e papel, dai a importância
de um professor nesses ambientes, as aulas são planejadas, com
conteúdos e objetivos específicos, não são aulas técnicas, onde o aluno
aprende a abrir uma pasta, ou fazer uma planilha... Os professores
lotados nesse ambiente são especialistas formados pela UFC, PUC, UECE,
comprometidos acima de tudo com a Educação. Quando uma gestão toma uma
medida desastrosa como essa: retirar os professores especialistas
desses ambientes, ela mostra o nível de comprometimento com a qualidade
de ensino. Uma sala de aula superlotada, mal iluminada, pouco ventilada
não garante e nunca vai garantir um salto de qualidade na Educação, o
que me leva a concluir que a qualificação tão alardeada se resume em
preparar o filho do trabalhador pra  servir os empresários, numa
relação de FEUDO e VASSALAGEM!
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Essa foi uma perda enorme para a educação e o software livre,
especialmente se considerarmos a qualidade do trabalho que vinha sendo
executado lá. Era perfeito? Não, assim como não é perfeita nenhuma
outra atividade humana. Mas se algo está errado, compete aos
interessados corrigir os erros e não eliminar o processo. E convém
acompanhar essa situação, inclusive porque receio que esse seja somente
o primeiro passo em uma estratégia maior, que envolva, inclusive, uma
migração para o software proprietário (a exemplo do que está
acontecendo no Paraná).

Um abraço e até mais.


Fred