Destaco o seguinte trecho sobre emprego e
empreendedorismo
“Uma questão essencial
está na ideia de emprego. Quem disse que nascemos para procurar emprego?
A escola? Os professores? Os livros? Sua religião? Seus pais? Alguém
colocou isso na cabeça das pessoas. O sistema educacional repete: ‘você
tem que trabalhar duro’. Seres humanos não nasceram pra isso. O ser
humano é cheio de poder criativo, mas o sistema o reduz a mero
trabalhador, capaz de fazer trabalhos repetitivos. Isso é vergonhoso,
está errado. As pessoas precisam crescer sabendo que é uma opção se
tornar empregado, mas que existe a possibilidade de ser empreendedor,
seguir o próprio caminho. É arriscado, incerto, há frustrações, mas é
bem mais estimulante. Arrumar emprego é o que é seguro, garantido. Mas
sua vida será limitada ao que decidirem por você.
Na nossa rede de colaboradores temos diversos empreendedores. E devemos estimular que outros surjam, principalmente os professores universitários que estão executando projetos através da Open Knowledge Brasil, o que já reflete um pouco a estrutura arcaica e de pouco estímulo ao empreendimento até mesmo entre as melhores e mais ricas universidades.
A mudança cultural para percebermos a importância de admitirmos falhas, principalmente quando assumimos risco levará tempo. Mas deve começar em algum local. E se tivermos confiança no nosso trabalho, que comece por nós.
Lembro de quando trabalhei para uma organização americana, havia um receio muito grande em expor os erros. Na época descobri essa organização 'Admiting Failure' <https://www.admittingfailure.org/>, com a visão:
"We have a conundrum. It is really hard to talk about failure. Admitting Failure is here to help. This is a community and a resource, created to establish new levels of transparency, collaboration and innovation within civil society.
Fear, embarrassment, and intolerance of failure drives our learning underground. No more. Failure is strength. The most effective and innovative organizations are those that are willing to speak openly about their failures. Because the only truly "bad" failure is one that's repeated."
Nessa linha, gostaria também de recomendar o artigo 'How to make mistakes', do Daniel Dennett, que destaco algo importante que aprendemos com as ciências duras (infelizmente não nos colégios, às vezes nem mesmo em escolas de ensino superior):
"The main difference between science and stage magic is that in science
you make your mistakes in public. You show them off, so that everybody
can learn from them--not just yourself. This way, you get the benefit of
everybody else's experience, and not just your own idiosyncratic path
through the space of mistakes. This, by the way, is what makes us so
much smarter than every other species. It is not so much that our brains
are bigger or more powerful, but that we share the benefits that our
individual brains have won by their individual histories of trial and
error.
The secret is knowing when and how to make mistakes, so
that nobody gets hurt and everybody can learn from the experience. It is
amazing to me how many really smart people don't understand this. I
know distinguished researchers who will go to preposterous lengths to
avoid having to acknowledge that they were wrong about something--even
something quite trivial. What they have never noticed, apparently, is
that the earth does not swallow people up when they say, "Oops, you're
right. I guess I made a mistake." You will find that people love
pointing out your mistakes. If they are generous-spirited, they will
appreciate you more for giving them the opportunity to help, and
acknowledging it when they succeed, and if they are mean-spirited they
will enjoy showing you up. Either way, you--and we all--win."
Dada a importância do assunto e toda falha no processo educacional (não só nas escolas) sobre a importância dos erros, comecei faz certo tempo a traduzir esse artigo <https://pad.okfn.org/p/erros> (contribuições bem-vindas!).
Por fim, para
algo mais visionário em relação a essas mudanças que estamos passando na sociedade da informação,
gostaria de finalizar essa proposta para reflexão e discussão com o
artigo do Bertrand Russell '
O elogio ao ócio', de 1932, que li ainda no começo de minha graduação.
Será que levaremos um século para nos livrarmos de alguns resquícios culturais e hábitos da época da revolução industrial?
Tom