Sou um túmulo em vida
Repleto de recordações mortas
De pessoas e coisas que já não existem.
Sou um túmulo em vida
Repleto de medos, anseios e desejos
Que, como mortos-vivos, em existir insistem.
Sou um túmulo em vida
Em que meus vermes usam papéis carcomidos
Para se saciar da minha energia criativa
E me relembrar dos meus mortos mais queridos.
Calem-se minhas lembranças, descansem meus mortos
Silenciem as alças, fechem minha tampa
Esta que será meu contínuo e fraco céu
E que se cale dentro de mim qualquer esperança.
Ozymandias