Eu não quero ser leviana advogando no detalhe - nem contra, nem a favor.
No geral, acho que o pessoal precisa entender que não é preto no branco (ou o FdE é o máximo e a solução para todos os problemas da comunicação, da cultura e da política, ou é a causa de todos os males nesse campo) - isso aí faz parte da disputa de quem quer detonar ou exaltar. Eu estou fora.
Acho que tem uma série de coisas pra analisar aí: relações de trabalho (o que queremos?), capacidade de mobilização, modelos de transparência, relações com os parceiros.
O maior erro, a meu ver, é tentar enquadrar o Fora do Eixo na expectativa de um movimento anarquista, ou socialista, ou nova democracia, ou sei lá o quê. Os caras estão em movimento sempre e respondem mt rapidamente à conjuntura.
Agora, isso não signifca que não haja qualquer problema.
Um movimento com milhares de pessoas envolvidas - direta e
indiretamente, com a dinâmica acelerada, atuando em uma porção de áreas,
experimentando um monte, e gerando impacto - tudo isso certamente vai
criar conflitos, problemas desconfianças etc.
Pra encerrar, acho que a maioria das críticas (não todas,
claro) acompanham uma frustração tremenda de pessoas que acreditavam
que o FdE era mais do que ele mesmo se propunha a ser. As pessoas
projetam seus desejos e sonhos (e até mesmo fé) ali, porque eles parecem
à primeira vista poder realizar tudo e qualquer coisa.
Vi um relato do George Yudice neste sentido (confessando que ele teve "fé" porque queria projetar seus sonhos ali, e que o desejo prevaleceu sobre as dúvidas). Ele compartilhou tb esse texto crítico (que me critica tb por ter falado bem deles, a propósito):
outras leituras:
Um texto meu e da Olívia antigo (e na época recebi
críticas de alguns deles em relação ao nosso texto, dizendo que não
refletia aquele momento do Fora do Eixo - a que eu respondi dizendo que o
propósito não era um texto de divulgação do momento da época - mas um
txt pra quem não conhecia quase nada do FdE sobre como funcionava a
sustentabilidade da parte de produção cultural da rede. No fim, acho que
entenderam e viram que o texto não era pra detoná-los, nem pra
exautá-los). De fato, mt mudou de lá pra cá e o texto é bem limitado à
produção cultural - mas mt do que se tem circulado recentemente como
novidade já rolava naquela época tb.
http://www.auditorioibirapuera.com.br/2011/09/19/fora-do-eixo-que-eixo/
Veja, eu não acho que as críticas sejam inválidas. Eu acho que elas podem e devem ser feitas. Mas isso, a meu ver, não coloca em xeque todas as ações e mudanças propostas por eles.
Oona