Exato, Ozy!!!!

Nós concordamos, você só não percebeu ainda.

Sou contra essa lei porque ela me colocaria na cadeia (por gravar k7) e colocaria você (por traduzir mangá). Percebe?

-- Porantim


2009/4/2 Rodrigo Pissardini <rodrigopissardini@gmail.com>

Porantim, quando falo a questão de base do "capitalismo" é que o "acúmulo de dinheiro" é gerado graças ao poder de atuação e influência de organizações que podem acessar um número maior de pessoas do que uma pessoa comum. Não faço confusão entre capital e dinheiro, apenas ressalto que as empresas precisam se manter de alguma forma para garantir seu poder de influência. Se ela tolhe ou não a liberdade do artista, não nos cabe julgar, pq é semelhante à um time de futebol:

Quando o jogador ainda é garoto, ele não se importa muito com a questão do time de futebol. Ele quer jogar em um time grande, e faz o possível para tentar entrar em um time do tipo. Se ele faz sucesso, lá na frente pode ocorrer de ele brigar com o time (ou empresário) para querer ter mais liberdade. Mas parece que ele se esquece que é graças ao time (ou empresário) que ele chegou a ter condições de "peitar" para ter liberdade. Da mesma forma, geradores de conteúdo forram gravadoras, editoras e afins, em busca de uma "chance" para no futuro, quando fizerem sucesso, quererem liberdade. Se não fazem sucesso, nem cogitam isto.

Dois pontos do seu email:

Primeiro- defender um ponto de vista não é polarizar a discussão. Ser contra algo, não significa que você seja exatamente o oposto.

Segundo- quando você fala de K7, você entra em um ponto muito interessante : que estas gravações não eram em escala industrial, mas eram para "consumo próprio". Da mesma forma, eram de fora de Alagoas, porque não tinham distribuição em Alagoas. Isto funciona da mesma forma que na época em que eu possuia um fan-subber de animes: a gente traduzia e distribuia "à preço de custo" animes que não tinham no Brasil justamente para criar mercado. Mas quando tal era lançado e tinha um representante oficial no Brasil (que era o que queriamos incentivar) não tinha mais motivos para distribuirmos os animes.

2009/4/2 Pietro Roveri <pietro@usp.br>

Estou preocupado, acho que precisamos retormar a discussão da carta de princípios.
Abraços,

Pietro


De: Porantim <porantim@gmail.com>

Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia. <wikimediabr-l@lists.wikimedia.org>
Enviadas: Quinta-feira, 2 de Abril de 2009 10:12:43
Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] Res: Res: Res: Res: Res: APCM e Lei Azeredo

Então, Ozy, na verdade, "a base do capitalismo" é o acúmulo de capital. Como a única atividade que gera capital (capital novo) é o trabalho e como o trabalho artesanal agrega apenas o trabalho pessoal, a "base do capitalismo", na verdade, é a atividade industrial.

Não confunda dinheiro com capital. São coisas diferentes.

No caso dos livros (e eu vivo isso diariamente), as distribuidoras, ou melhor, A distribuidora (leia-se Dinap) tem praticamente o monopólio da distribuição por conta da força da Abril. Usam de coerção, ameaça, pra manter esse monopólio. Ficam com 50% ou 60% do preço de capa do livro. O que sobra é que paga todo o resto. Pior: não permitem que você venda o livro por um preço menor no seu site, por exemplo.

Cuidado ao polarizar esta discussão só no conceito de "pirataria". A lei é muito mais do que isso.

Outra coisa: cresci em Alagoas. Lá não tinha loja de disco que não fosse popular. Praticamente tudo que eu escutava vinha de São Paulo em fitas K7 que as pessoas gravavam a partir dos seus LPs. Isso nunca arranhou em nada o lucro das gravadoras, muito pelo contrário. A lei do Azeredo diz que o cara que manda um MP3 "romanticuzinho" pra namorada pelo MSN tá cometendo um crime. Percebe a  diferença?

-- Porantim


2009/4/2 Rodrigo Pissardini <rodrigopissardini@gmail.com>

Sim Porantim. As gravadoras e editoras podem e devem ganhar dinheiro oras. Em um mundo pré-internet, elas eram as responsáveis por servir como canal de distribuição, e esta é a base do capitalismo. Ora, qual é o alcance de um indivíduo ? Uma organização então servia como meio de extender este poder de atuação, e isto custa dinheiro.

Hoje fala-se muito do gerador de conteúdo ganhar dinheiro por si mesmo, mas isto se relaciona principalmente à área de música e computação. Música, porque o artista ganha no show, computação porque o analista ganha na consultoria e suporte. Mas como ficam a área de vídeo, da literatura, dos quadrinhos, de jogos (não a parte de hardware, mas de software) e afins ? Estes não possuem um meio de "se manter financeiramente", e sendo liberado o poder de "cópia", são mercados que serão extintos, porque os custos de criação e desenvolvimento serão maiores do que o retorno obtido.

2009/4/2 Porantim <porantim@gmail.com>
O autor é uma coisa, mas quem ganha dinheiro com a arte não são os artistas. Nunca são.

Quem ganha dinheiro com música são as gravadoras. Quem ganha dinheiro com livro são as distribuidoras (nem o autor, nem a editora, nem a gráfica, nem a livraria). Seu argumento é lógico, mas parte de pressupostos que não são deste mundo.

-- Porantim


2009/4/2 Ademar Varela <ademar.varela@me.com>

Mas se você está liberando os SEUS direitos autorais, é uma ação somente sua, você não pode querer que todos os autores pensem igual a você. Sou simpatizante da sua idéia, acho que seria o ideal mesmo, mas os direitos dos demais devem ser respeitados e não subjulgados pelas nossas vontades. Se os demais autores querem receber pelo conhecimento (ou a arte) deles, eles tem esse direito, por mais mesquinho que isto possa parecer. 


Ademar Varela
iPhone Developer - mindbike
019-9366.2247


On Apr 2, 2009, at 8:10 AM, Rodrigo Pissardini <rodrigopissardini@gmail.com> wrote:

Acredito que depois destas opiniões um tanto divergentes, deva ser seguida a regra de "cada um apoie o que quiser, mas a organização em si mantenha-se neutra". Explico o porquê disto: como alguns já sabem desta lista sou defensor do "Pacto Social", isto é, as regras são estabelecidas entre as partes, ou pelo detentor do direito, e quem não quiser, vá para um lugar onde o pacto não atue. Esta lei não irá contra o que é disponibilizado em GFDL, CC ou qualquer licença livre: aqueles que trabalham com elas podem continuar trabalhando. A lei vai contra o uso comercial de conteúdos cujos autores optaram por manter em direito reservado, e que é um direito deles também. Oras, eu posso ter projetos que libero ao público, outros não, e não sou obrigado a fazer sempre um ou sempre outro. Agora se a lei está bem escrita ou não é outra coisa.

Eu sou partidário de que não deveria existir direitos autorais de espécie alguma, e sim que todos pudessem compartilhar à vontade. Então pessoalmente sou contra esta lei, assim como sou contra religião e qualquer forma de governo. No entanto, dentro do "Pacto Social" que vivemos, se as regras do jogo permitem a alguém usufruir financeiramente da sua criação, a lei deve coibir qualquer tentativa de fraudar este direito. Ir contra esta lei é justamente permitir um pequeno grupo de colaborar e trocar conteúdo para "consumo próprio", e um grande grupo de fraudar e LUCRAR sobre o trabalho alheio sem trabalho algum.

Atenciosamente

Rodrigo

2009/4/2 Porantim <porantim@gmail.com>
"Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela é contra lei"

Hmmm... Em verdade, beijar em público é contra a lei no Município de São Paulo...

Não há nada de errado em apoiar algo que hoje é ilegal ou se posicionar contra uma lei. São esses posicionamentos que levantam as discussões e que fazem as leis mudarem.

Especificamente sobre esse assunto, o Eduardo Azeredo é um bandido, mafioso, canalha. Segundo consta, foi quem "inventou" o mensalão ("cedeu" a presidência do PSDB ao Jereissati por conta da "imagem pública" que isso trazia).

Ele propõe esse tipo de lei por lobby dos bancos (o Bradesco é um de seus maiores financiadores). Um dos objetivos é obrigar as pessoas a se identificarem (com e-CPF ou o que for) toda vez que acessarem a net, o que diminuiria absurdamente o risco que os bancos têm com as transações online.

É sabido que ele é candidato ao governo de MG, por isso precisa "apoiar" seus patrocinadores (pra ter grana pra fazer campanha).

-- Porantim





2009/4/2 Gustavo Barrientos Duran <ggustavo.1984@gmail.com>

Achei meio estranho esse "90% construída de forma errada".  Mesmo  pq
acho mta presunção sair dizendo isso (-e olha q  a lei de imprensa, que
rege parte de minha profissão, é de 1968 ).
Qto as nos posicionarmos, como grupo, vejo os mesmos problemas apontados
pelo Pissardini.
Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela é contra
lei (e apoiar que m apóia ela também é difícil). Por mais injusta que
ela seja, não dá para infringir. Imagina se as pessoas infringissem a
lei sempre que pensassem nesse sentido. Tem q tentar mudar isso sim.

De certa forma concordo com Ademar de que essas empresas deveriam se
adaptar. Mas tenho quase certeza q não vão fazer isso, pois é difícil
largar o osso - ainda mais o de uma das indústrias mais lucrativas q se
tem...
Mas... bem minha opinião sobre isso não está totalmente formada..
abs

Gustavo D'Andrea escreveu:
> Pessoal,
>
> Rodigo, você escreveu: "A Lei, como 90% das leis nacionais foi
> construída de forma errada, o que deveria se fazer é incentivar a
> produção livre.".
>
> A verdade é que não tem lei nenhuma. Não existe "lei Azeredo". Existe
> "projeto de lei Azeredo". Ela pode até estar sendo construída de forma
> errada. Mas ainda não foi terminada. Há diversas formas de a população
> participar das discussões e tentar entender e fazer com que a lei seja
> mais justa para todos.
>
> Da minha parte, estou oferecendo um caminho concreto: o
> desenvolvimento de um verbete na Forensepédia. Pelo menos duas coisas
> boas esse verbete tem: a possibilidade de explicar realmente a lei, já
> que se trata de um verbete enciclopédico, e permitir a discussão, na
> aba de discussão (já que se trata de uma wiki). Na medida em que as
> pessoas colaborarem nas discussões em torno de um projeto de lei,
> através da Forensepédia, mais tomará força o princípio constitucional
> do poder que emana do povo.
>
> http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibernéticos
> <http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos>
>
> Abraços!
>
> Gustavo D'Andrea
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