Imagine uma sala de aula não com 40 nem 80, mas com 120 mil alunos.
Para Harvard e MIT isso já é possível. As duas universidades mais
importantes do mundo anunciaram a criação da edX, uma plataforma on-line
em que as duas instituições vão oferecer cursos livres e gratuitos para
milhares de alunos de todo o mundo simultaneamente.
Com aporte de U$S 30 milhões de cada universidade, a edX nasce com a
missão de disseminar conhecimento qualificado pelo mundo, com cursos
disponíveis a partir de setembro. Mas não é só isso. Tem o objetivo
também de permitir que as instituições entendam melhor como os alunos
aprendem, quanto cada parte das aulas é bem compreendida e quais áreas
demandam mais explicações e informações.
crédito Sergej Khackimullin/Fotolia.com
“Nós não vamos apenas tornar o conhecimento mais acessível, também
iremos entender mais sobre o processo de aprendizagem”, disse Drew
Faust, presidente de Harvard, durante a coletiva de imprensa de anúncio
da edX. “Dois dos meus compromissos mais importantes como presidente de
Harvard têm sido aumentar o acesso à educação e fortalecer o
ensino-aprendizado. A edX vai nos permitir avançar nesses dois
propósitos de formas inimagináveis.”
Para isso, a parceria conta com toda a tecnologia que o MIT já vinha desenvolvendo com o MITx (leia mais
aqui),
plataforma semelhante lançada no fim do ano passado que reuniu mais de
120 mil inscritos no único curso que ofereceu e que serviu de piloto
para a edX. Do MITx, além do know-how, a edX herda também o presidente,
Anant Agarwal.
As funcionalidades da plataforma incluem grupos de discussão,
laboratórios on-line, aprendizado de forma colaborativa baseado nos
formatos “wiki” – como da Wikipedia, por exemplo – e avaliação da
aprendizagem na medida em que o aluno progride no curso. Os estudantes
que cumprirem os requisitos ao longo do curso receberão um certificado
de conclusão, mas que não será aceito como créditos cumpridos em nenhuma
das duas universidades.
Hockfield, presidente do MIT, diz que a
educação on-line não deveria ser encarada como inimiga da educação
tradicional e sim “como aliada inspiradora e libertadora.”
Segundo o MIT, a nova plataforma vai além das tradicionais aulas
virtuais, em que a participação do aluno era passiva. “Iremos além do
modelo padrão de educação on-line que se baseia em assistir o conteúdo
de vídeo. Vamos oferecer uma experiência interativa”, afirma a
universidade no site em que explica a plataforma.
A presidente do MIT, Susan Hockfield, disse ao MIT News que a edX
“será uma expedição compartilhada para explorar as fronteiras da
educação digital”. Ainda segundo a presidente, a plataforma será uma
grande ferramenta de pesquisa e aprendizagem. “O que descobrirmos juntos
vai nos ajudar a melhorar o que já fazemos no campus e, ao mesmo tempo,
vai aumentar as oportunidades educacionais para alunos e professores de
todo o planeta.”
Hockfield afirma que a educação on-line não deveria ser encarada como
inimiga da educação tradicional e sim “como aliada inspiradora e
libertadora.” A intenção das universidades é que novas instituições
façam parte do projeto e mais pessoas possam colaborar. Por isso, a edX
foi construída em um software livre, que vai possibilitar que outros
pesquisadores e desenvolvedores acrescentem suas sugestões.
A edX nasce pouco mais de um mês depois do
Coursera,
plataforma conjunta das universidades de Stanford, Princeton, Michigan e
Pennsylvania em uma onda internacional de fortalecimento do ensino
on-line. Neste ano, outro anúncio de peso foi a criação da Minerva,
universidade on-line que pretende estar entre as melhores do mundo (leia
mais detalhes
aqui).