ROUBAR o conhecimento adquirido está dentro da lei, mas não é moralmente aceitável. Essa é a discussão.

FODA-SE o que diz a lei. Minha consciência não se guia por isso.

Isso é hipocrisia. Quer dizer que você nunca ficou desempregado (como mostrado, dá cadeia)? Quer dizer que você nunca furou um sinal vermelho? Nunca beijou ninguém na rua? Nunca ficou bêbado? Nunca falou alto?

O Gandhi era um criminoso. Fazia coisas ilegais o tempo todo. O mesmo para o Mandela e o Biko.

Devemos condená-los? Criminosos! Criminosos! Pena de morte pra eles!!!!

Por outro lado, quando Israel reprime uma manifestação de mulheres com dois Apache e mísseis, isso está dentro da lei. Louvados sejam.

Que papinho de aranha.

-- Porantim




2009/4/2 Ademar Varela <ademar.varela@me.com>
Não, vc é que não está entendendo. Se existe uma lei, e vc faz algo contra esta lei, é crime, não importa o quão idiota seja a lei. O exemplo que vc deu sobre os direitos das músicas dos Beatles, é estranho. Quer dizer que o trabalho deles não tem valor? E estou falando de valores tipo grana, não valor artístico. Se alguém acha que o mundo não é movido pela grana, lamento informar que é! A propósito, outra informação importante para quem não sabia do lance da grana: gente o Super-homem não existe! O Pais das Maravilhas só existe no mundo de Alice. Se acham as leis idiotas votem em políticos menos idiotas. 

Vou mudar a frase novamente:
Não importa a desculpa, beijo público e pirataria é crime. E desrespeitar o direito de outros é "crime" de consciência.

Pelo o que estou entendendo o que está incomodando a maioria é o fato de alguém ganhar dinheiro com direitos autorais. Mas receber pelo conhecimento adquirido é um direito de todos.

Ademar Varela
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On Apr 2, 2009, at 11:03 AM, Porantim <porantim@gmail.com> wrote:

Você não tá entendendo. Não use o argumento "é crime". Tal argumento é uma piada. Veja:

- Não ter fonte de renda: prisão simples, de 15 dias a 3 meses.
- Mendigar: prisão simples, de 15 dias a 3 meses.
- Ficar bêbado em público: prisão simples, de 15  dias a 3 meses, ou multa.
- Servir bebida para um bêbado: prisão simples, de 2 meses a 1 ano, ou multa (a mesma pena pra servir bebida a uma criança)
- Ser chato em público: prisão simples, de 15 dias a 2 meses, ou multa.
- Deixar de denunciar um crime: multa
- Negar-se a se identificar a uma "autoridade" ou omitir "identidade, estado, profissão, domicílio ou residência": multa.

Lei do Getúlio Vargas...

A discussão aqui não é sobre o que é ou não legal. A discussão aqui é sobre nossa posição com relação às coisas. O que acreditamos? O que defendemos?

O "direito" que o Michael Jackson tem de ser dono das músicas dos Beatles é muuuuuito discutível, sendo legal ou não.

--Porantim


2009/4/2 Ademar Varela <ademar.varela@me.com>
Já discuti sobre este tema, se quiser debate-lo estou a disposição, mas forçar a barra fica feio. Para mim, e pelo visto para você, ver um beijo em público não é nada demais, mas para outras pessoas talvez seja, por isto elas tem o direito de reclamar e até mesmo processar quem beija em público. Você está vendo somente os seus direitos, e ignorando dos demais. Além do mais, estamos falando de pirataria e não de beijos públicos, mesmo assim volto a dizer, as leis foram feitas por pessoas que elegemos e não caíram do céu.

Mas em sua homenagem vou trocar a minha frase:

Não importa a desculpa, pirataria e beijo público é crime. :)

Pronto, não se esqueça que os costumes de um povo custam a mudar, o que hoje achamos um absurdo (como proibir beijar em público) alguns anos atrás era comum, e isto demora a mudar.

O que não podemos é perder a consciência dos direitos dos demais.


Ademar Varela
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On Apr 2, 2009, at 10:36 AM, Porantim <porantim@gmail.com> wrote:

Não importa a desculpa:

BEIJAR EM PÚBLICO É CRIME



2009/4/2 Ademar Varela <ademar.varela@me.com>
Sim percebo a diferença. Agora, o fato de você ter crescido em Alagoas e só ter tido acesso à músicas através de K7 que mandavam para você, não justifica pirataria. Não vamos confundir a precária atenção que foi (e para mim, ainda é) dispensada pelos governos às regiões Norte/Nordeste, com a isenção de responsabilidade dos direitos de outras pessoas. Sim, quando você recebia o K7 dos seus amigos, por melhor que fosse a intenção, era uma forma de pirataria, vistos que os direitos dos artistas não foram pagos.
Claro que os tempos eram outros, não existia a internet, que democratizou o uso da informação, e as gravadoras e distribuidoras, não tinham concorrencia. Agora elas perceberam que ficaram paradas no tempo e estão correndo atrás da bola. Vai demorar para termos um modelo de negócio que seja justo para todos, mas não é a prática da pirataria que vai resolver isso, pelo contrário. 

Quanto ao exemplo que você deu, sobre o casal de apaixonados que querem trocar mp3 pelo MSN(argh! Micro$oft, hehehe), sim, infelizmente é ilegal, este é um dos pontos que gostaria fosse tratado diferente. O outro é sobre a mídia, se você compra um CD, não pode tirar uma cópia para ouvir no carro, ou coloca-lo em formato mp3. Eu quero comprar o direito de ouvir a música quando bem entender e como quiser, hoje isto está tosco.

Não importa a desculpa, pirataria é crime.

Ademar Varela
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On Apr 2, 2009, at 10:12 AM, Porantim <porantim@gmail.com> wrote:

Então, Ozy, na verdade, "a base do capitalismo" é o acúmulo de capital. Como a única atividade que gera capital (capital novo) é o trabalho e como o trabalho artesanal agrega apenas o trabalho pessoal, a "base do capitalismo", na verdade, é a atividade industrial.

Não confunda dinheiro com capital. São coisas diferentes.

No caso dos livros (e eu vivo isso diariamente), as distribuidoras, ou melhor, A distribuidora (leia-se Dinap) tem praticamente o monopólio da distribuição por conta da força da Abril. Usam de coerção, ameaça, pra manter esse monopólio. Ficam com 50% ou 60% do preço de capa do livro. O que sobra é que paga todo o resto. Pior: não permitem que você venda o livro por um preço menor no seu site, por exemplo.

Cuidado ao polarizar esta discussão só no conceito de "pirataria". A lei é muito mais do que isso.

Outra coisa: cresci em Alagoas. Lá não tinha loja de disco que não fosse popular. Praticamente tudo que eu escutava vinha de São Paulo em fitas K7 que as pessoas gravavam a partir dos seus LPs. Isso nunca arranhou em nada o lucro das gravadoras, muito pelo contrário. A lei do Azeredo diz que o cara que manda um MP3 "romanticuzinho" pra namorada pelo MSN tá cometendo um crime. Percebe a  diferença?

-- Porantim


2009/4/2 Rodrigo Pissardini <rodrigopissardini@gmail.com>

Sim Porantim. As gravadoras e editoras podem e devem ganhar dinheiro oras. Em um mundo pré-internet, elas eram as responsáveis por servir como canal de distribuição, e esta é a base do capitalismo. Ora, qual é o alcance de um indivíduo ? Uma organização então servia como meio de extender este poder de atuação, e isto custa dinheiro.

Hoje fala-se muito do gerador de conteúdo ganhar dinheiro por si mesmo, mas isto se relaciona principalmente à área de música e computação. Música, porque o artista ganha no show, computação porque o analista ganha na consultoria e suporte. Mas como ficam a área de vídeo, da literatura, dos quadrinhos, de jogos (não a parte de hardware, mas de software) e afins ? Estes não possuem um meio de "se manter financeiramente", e sendo liberado o poder de "cópia", são mercados que serão extintos, porque os custos de criação e desenvolvimento serão maiores do que o retorno obtido.

2009/4/2 Porantim <porantim@gmail.com>
O autor é uma coisa, mas quem ganha dinheiro com a arte não são os artistas. Nunca são.

Quem ganha dinheiro com música são as gravadoras. Quem ganha dinheiro com livro são as distribuidoras (nem o autor, nem a editora, nem a gráfica, nem a livraria). Seu argumento é lógico, mas parte de pressupostos que não são deste mundo.

-- Porantim


2009/4/2 Ademar Varela <ademar.varela@me.com>

Mas se você está liberando os SEUS direitos autorais, é uma ação somente sua, você não pode querer que todos os autores pensem igual a você. Sou simpatizante da sua idéia, acho que seria o ideal mesmo, mas os direitos dos demais devem ser respeitados e não subjulgados pelas nossas vontades. Se os demais autores querem receber pelo conhecimento (ou a arte) deles, eles tem esse direito, por mais mesquinho que isto possa parecer. 


Ademar Varela
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On Apr 2, 2009, at 8:10 AM, Rodrigo Pissardini <rodrigopissardini@gmail.com> wrote:

Acredito que depois destas opiniões um tanto divergentes, deva ser seguida a regra de "cada um apoie o que quiser, mas a organização em si mantenha-se neutra". Explico o porquê disto: como alguns já sabem desta lista sou defensor do "Pacto Social", isto é, as regras são estabelecidas entre as partes, ou pelo detentor do direito, e quem não quiser, vá para um lugar onde o pacto não atue. Esta lei não irá contra o que é disponibilizado em GFDL, CC ou qualquer licença livre: aqueles que trabalham com elas podem continuar trabalhando. A lei vai contra o uso comercial de conteúdos cujos autores optaram por manter em direito reservado, e que é um direito deles também. Oras, eu posso ter projetos que libero ao público, outros não, e não sou obrigado a fazer sempre um ou sempre outro. Agora se a lei está bem escrita ou não é outra coisa.

Eu sou partidário de que não deveria existir direitos autorais de espécie alguma, e sim que todos pudessem compartilhar à vontade. Então pessoalmente sou contra esta lei, assim como sou contra religião e qualquer forma de governo. No entanto, dentro do "Pacto Social" que vivemos, se as regras do jogo permitem a alguém usufruir financeiramente da sua criação, a lei deve coibir qualquer tentativa de fraudar este direito. Ir contra esta lei é justamente permitir um pequeno grupo de colaborar e trocar conteúdo para "consumo próprio", e um grande grupo de fraudar e LUCRAR sobre o trabalho alheio sem trabalho algum.

Atenciosamente

Rodrigo

2009/4/2 Porantim <porantim@gmail.com>
"Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela é contra lei"

Hmmm... Em verdade, beijar em público é contra a lei no Município de São Paulo...

Não há nada de errado em apoiar algo que hoje é ilegal ou se posicionar contra uma lei. São esses posicionamentos que levantam as discussões e que fazem as leis mudarem.

Especificamente sobre esse assunto, o Eduardo Azeredo é um bandido, mafioso, canalha. Segundo consta, foi quem "inventou" o mensalão ("cedeu" a presidência do PSDB ao Jereissati por conta da "imagem pública" que isso trazia).

Ele propõe esse tipo de lei por lobby dos bancos (o Bradesco é um de seus maiores financiadores). Um dos objetivos é obrigar as pessoas a se identificarem (com e-CPF ou o que for) toda vez que acessarem a net, o que diminuiria absurdamente o risco que os bancos têm com as transações online.

É sabido que ele é candidato ao governo de MG, por isso precisa "apoiar" seus patrocinadores (pra ter grana pra fazer campanha).

-- Porantim





2009/4/2 Gustavo Barrientos Duran <ggustavo.1984@gmail.com>

Achei meio estranho esse "90% construída de forma errada".  Mesmo  pq
acho mta presunção sair dizendo isso (-e olha q  a lei de imprensa, que
rege parte de minha profissão, é de 1968 ).
Qto as nos posicionarmos, como grupo, vejo os mesmos problemas apontados
pelo Pissardini.
Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela é contra
lei (e apoiar que m apóia ela também é difícil). Por mais injusta que
ela seja, não dá para infringir. Imagina se as pessoas infringissem a
lei sempre que pensassem nesse sentido. Tem q tentar mudar isso sim.

De certa forma concordo com Ademar de que essas empresas deveriam se
adaptar. Mas tenho quase certeza q não vão fazer isso, pois é difícil
largar o osso - ainda mais o de uma das indústrias mais lucrativas q se
tem...
Mas... bem minha opinião sobre isso não está totalmente formada..
abs

Gustavo D'Andrea escreveu:
> Pessoal,
>
> Rodigo, você escreveu: "A Lei, como 90% das leis nacionais foi
> construída de forma errada, o que deveria se fazer é incentivar a
> produção livre.".
>
> A verdade é que não tem lei nenhuma. Não existe "lei Azeredo". Existe
> "projeto de lei Azeredo". Ela pode até estar sendo construída de forma
> errada. Mas ainda não foi terminada. Há diversas formas de a população
> participar das discussões e tentar entender e fazer com que a lei seja
> mais justa para todos.
>
> Da minha parte, estou oferecendo um caminho concreto: o
> desenvolvimento de um verbete na Forensepédia. Pelo menos duas coisas
> boas esse verbete tem: a possibilidade de explicar realmente a lei, já
> que se trata de um verbete enciclopédico, e permitir a discussão, na
> aba de discussão (já que se trata de uma wiki). Na medida em que as
> pessoas colaborarem nas discussões em torno de um projeto de lei,
> através da Forensepédia, mais tomará força o princípio constitucional
> do poder que emana do povo.
>
> http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibernéticos
> <http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos>
>
> Abraços!
>
> Gustavo D'Andrea
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