Sim percebo a diferença. Agora, o fato de você
ter crescido em Alagoas e
só ter tido acesso à músicas através de K7 que mandavam para você, não
justifica pirataria. Não vamos confundir a precária atenção que foi (e para
mim, ainda é) dispensada pelos governos às regiões Norte/Nordeste, com a
isenção de responsabilidade dos direitos de outras pessoas. Sim, quando você
recebia o K7 dos seus amigos, por melhor que fosse a intenção, era uma forma
de pirataria, vistos que os direitos dos artistas não foram pagos.
Claro que os tempos eram outros, não existia a internet, que democratizou
o uso da informação, e as gravadoras e distribuidoras, não tinham
concorrencia. Agora elas perceberam que ficaram paradas no tempo e estão
correndo atrás da bola. Vai demorar para termos um modelo de negócio que
seja justo para todos, mas não é a prática da pirataria que vai resolver
isso, pelo contrário.
Quanto ao exemplo que você deu, sobre o casal de apaixonados que querem
trocar mp3 pelo MSN(argh! Micro$oft, hehehe), sim, infelizmente é ilegal,
este é um dos pontos que gostaria fosse tratado diferente. O outro é sobre a
mídia, se você compra um CD, não pode tirar uma cópia para ouvir no carro,
ou coloca-lo em formato mp3. Eu quero comprar o direito de ouvir a música
quando bem entender e como quiser, hoje isto está tosco.
Não importa a desculpa, pirataria é crime.
Ademar VarelaiPhone Developer - mindbike
019-9366.2247
<ademar.varela(a)me.com> <ademar.varela@me.com>ademar.varela@me.com
On Apr 2, 2009, at 10:12 AM, Porantim <
<porantim@gmail.com><porantim@gmail.com>
porantim(a)gmail.com> wrote:
Então, Ozy, na verdade, "a base do capitalismo" é o acúmulo de capital.
Como a única atividade que gera capital (capital novo) é o trabalho e como o
trabalho artesanal agrega apenas o trabalho pessoal, a "base do
capitalismo", na verdade, é a atividade industrial.
Não confunda dinheiro com capital. São coisas diferentes.
No caso dos livros (e eu vivo isso diariamente), as distribuidoras, ou
melhor, A distribuidora (leia-se Dinap) tem praticamente o monopólio da
distribuição por conta da força da Abril. Usam de coerção, ameaça, pra
manter esse monopólio. Ficam com 50% ou 60% do preço de capa do livro. O que
sobra é que paga todo o resto. Pior: não permitem que você venda o livro por
um preço menor no seu site, por exemplo.
Cuidado ao polarizar esta discussão só no conceito de "pirataria". A lei
é muito mais do que isso.
Outra coisa: cresci em Alagoas. Lá não tinha loja de disco que não fosse
popular. Praticamente tudo que eu escutava vinha de São Paulo em fitas K7
que as pessoas gravavam a partir dos seus LPs. Isso nunca arranhou em nada o
lucro das gravadoras, muito pelo contrário. A lei do Azeredo diz que o cara
que manda um MP3 "romanticuzinho" pra namorada pelo MSN tá cometendo um
crime. Percebe a diferença?
-- Porantim
2009/4/2 Rodrigo Pissardini <
<rodrigopissardini@gmail.com><rodrigopissardini@gmail.com><rodrigopissardini@gmail.com>
rodrigopissardini(a)gmail.com>
Sim Porantim. As gravadoras e editoras podem e
devem ganhar dinheiro
oras. Em um mundo pré-internet, elas eram as responsáveis por servir como
canal de distribuição, e esta é a base do capitalismo. Ora, qual é o alcance
de um indivíduo ? Uma organização então servia como meio de extender este
poder de atuação, e isto custa dinheiro.
Hoje fala-se muito do gerador de conteúdo ganhar dinheiro por si mesmo,
mas isto se relaciona principalmente à área de música e computação. Música,
porque o artista ganha no show, computação porque o analista ganha na
consultoria e suporte. Mas como ficam a área de vídeo, da literatura, dos
quadrinhos, de jogos (não a parte de hardware, mas de software) e afins ?
Estes não possuem um meio de "se manter financeiramente", e sendo liberado o
poder de "cópia", são mercados que serão extintos, porque os custos de
criação e desenvolvimento serão maiores do que o retorno obtido.
2009/4/2 Porantim < <porantim(a)gmail.com>
<porantim@gmail.com><porantim@gmail.com>
porantim(a)gmail.com>
> O autor é uma coisa, mas quem ganha dinheiro com a arte não são os
> artistas. Nunca são.
>
> Quem ganha dinheiro com música são as gravadoras. Quem ganha dinheiro
> com livro são as distribuidoras (nem o autor, nem a editora, nem a gráfica,
> nem a livraria). Seu argumento é lógico, mas parte de pressupostos que não
> são deste mundo.
>
> -- Porantim
>
>
> 2009/4/2 Ademar Varela < <ademar.varela(a)me.com>
<ademar.varela@me.com><ademar.varela@me.com>
> ademar.varela(a)me.com>
>
> Mas se você está liberando os SEUS direitos autorais, é uma ação
>> somente sua, você não pode querer que todos os autores pensem igual a você.
>> Sou simpatizante da sua idéia, acho que seria o ideal mesmo, mas os direitos
>> dos demais devem ser respeitados e não subjulgados pelas nossas vontades. Se
>> os demais autores querem receber pelo conhecimento (ou a arte) deles, eles
>> tem esse direito, por mais mesquinho que isto possa parecer.
>>
>> Ademar Varela iPhone Developer - mindbike
>> 019-9366.2247
>> <ademar.varela(a)me.com> <ademar.varela(a)me.com>
<ademar.varela(a)me.com>
>> ademar.varela(a)me.com
>>
>>
>> On Apr 2, 2009, at 8:10 AM, Rodrigo Pissardini
<<rodrigopissardini@gmail.com><rodrigopissardini@gmail.com><rodrigopissardini@gmail.com>
>> rodrigopissardini(a)gmail.com> wrote:
>>
>> Acredito que depois destas opiniões um tanto divergentes, deva ser
>> seguida a regra de "cada um apoie o que quiser, mas a organização em si
>> mantenha-se neutra". Explico o porquê disto: como alguns já sabem desta
>> lista sou defensor do "Pacto Social", isto é, as regras são
estabelecidas
>> entre as partes, ou pelo detentor do direito, e quem não quiser, vá para um
>> lugar onde o pacto não atue. Esta lei não irá contra o que é disponibilizado
>> em GFDL, CC ou qualquer licença livre: aqueles que trabalham com elas podem
>> continuar trabalhando. A lei vai contra o uso comercial de conteúdos cujos
>> autores optaram por manter em direito reservado, e que é um direito deles
>> também. Oras, eu posso ter projetos que libero ao público, outros não, e não
>> sou obrigado a fazer sempre um ou sempre outro. Agora se a lei está bem
>> escrita ou não é outra coisa.
>>
>> Eu sou partidário de que não deveria existir direitos autorais de
>> espécie alguma, e sim que todos pudessem compartilhar à vontade. Então
>> pessoalmente sou contra esta lei, assim como sou contra religião e qualquer
>> forma de governo. No entanto, dentro do "Pacto Social" que vivemos, se
as
>> regras do jogo permitem a alguém usufruir financeiramente da sua criação, a
>> lei deve coibir qualquer tentativa de fraudar este direito. Ir contra esta
>> lei é justamente permitir um pequeno grupo de colaborar e trocar conteúdo
>> para "consumo próprio", e um grande grupo de fraudar e LUCRAR sobre o
>> trabalho alheio sem trabalho algum.
>>
>> Atenciosamente
>>
>> Rodrigo
>>
>> 2009/4/2 Porantim < <porantim(a)gmail.com>
<porantim@gmail.com><porantim@gmail.com><porantim@gmail.com>
>> porantim(a)gmail.com>
>>
>>> *"Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela é
>>> contra lei"*
>>>
>>> Hmmm... Em verdade, beijar em público é contra a lei no Município de
>>> São Paulo...
>>>
>>> Não há nada de errado em apoiar algo que hoje é ilegal ou se
>>> posicionar contra uma lei. São esses posicionamentos que levantam as
>>> discussões e que fazem as leis mudarem.
>>>
>>> Especificamente sobre esse assunto, o Eduardo Azeredo é um bandido,
>>> mafioso, canalha. Segundo consta, foi quem "inventou" o mensalão
("cedeu" a
>>> presidência do PSDB ao Jereissati por conta da "imagem pública" que
isso
>>> trazia).
>>>
>>> Ele propõe esse tipo de lei por lobby dos bancos (o Bradesco é um de
>>> seus maiores financiadores). Um dos objetivos é obrigar as pessoas a se
>>> identificarem (com e-CPF ou o que for) toda vez que acessarem a net, o que
>>> diminuiria absurdamente o risco que os bancos têm com as transações online.
>>>
>>> É sabido que ele é candidato ao governo de MG, por isso precisa
>>> "apoiar" seus patrocinadores (pra ter grana pra fazer campanha).
>>>
>>> -- Porantim
>>>
>>>
>>>
>>>
>>>
>>> 2009/4/2 Gustavo Barrientos Duran <
<ggustavo.1984@gmail.com><ggustavo.1984@gmail.com><ggustavo.1984@gmail.com><ggustavo.1984@gmail.com>
>>> ggustavo.1984(a)gmail.com>
>>>
>>> Achei meio estranho esse "90% construída de forma errada". Mesmo
pq
>>>> acho mta presunção sair dizendo isso (-e olha q a lei de imprensa,
>>>> que
>>>> rege parte de minha profissão, é de 1968 ).
>>>> Qto as nos posicionarmos, como grupo, vejo os mesmos problemas
>>>> apontados
>>>> pelo Pissardini.
>>>> Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela é
>>>> contra
>>>> lei (e apoiar que m apóia ela também é difícil). Por mais injusta
>>>> que
>>>> ela seja, não dá para infringir. Imagina se as pessoas infringissem
>>>> a
>>>> lei sempre que pensassem nesse sentido. Tem q tentar mudar isso sim.
>>>>
>>>> De certa forma concordo com Ademar de que essas empresas deveriam se
>>>> adaptar. Mas tenho quase certeza q não vão fazer isso, pois é
>>>> difícil
>>>> largar o osso - ainda mais o de uma das indústrias mais lucrativas q
>>>> se
>>>> tem...
>>>> Mas... bem minha opinião sobre isso não está totalmente formada..
>>>> abs
>>>>
>>>> Gustavo D'Andrea escreveu:
>>>> > Pessoal,
>>>> >
>>>> > Rodigo, você escreveu: "A Lei, como 90% das leis nacionais foi
>>>> > construída de forma errada, o que deveria se fazer é incentivar a
>>>> > produção livre.".
>>>> >
>>>> > A verdade é que não tem lei nenhuma. Não existe "lei
Azeredo".
>>>> Existe
>>>> > "projeto de lei Azeredo". Ela pode até estar sendo
construída de
>>>> forma
>>>> > errada. Mas ainda não foi terminada. Há diversas formas de a
>>>> população
>>>> > participar das discussões e tentar entender e fazer com que a lei
>>>> seja
>>>> > mais justa para todos.
>>>> >
>>>> > Da minha parte, estou oferecendo um caminho concreto: o
>>>> > desenvolvimento de um verbete na Forensepédia. Pelo menos duas
>>>> coisas
>>>> > boas esse verbete tem: a possibilidade de explicar realmente a
>>>> lei, já
>>>> > que se trata de um verbete enciclopédico, e permitir a discussão,
>>>> na
>>>> > aba de discussão (já que se trata de uma wiki). Na medida em que
>>>> as
>>>> > pessoas colaborarem nas discussões em torno de um projeto de lei,
>>>> > através da Forensepédia, mais tomará força o princípio
>>>> constitucional
>>>> > do poder que emana do povo.
>>>> >
>>>> >
<http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos><http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern><http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern><http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern>
>>>>
http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibernéticos
>>>> > <
<http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos><http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos><http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos><http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos>
>>>>
http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos>
>>>> >
>>>> > Abraços!
>>>> >
>>>> > Gustavo D'Andrea
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