Acho que a pergunta merece uma reflexão de vários de nós aqui, mas vou colocar algumas ideias:

O canal pra atingir esse público de forma concentrada (divulgar uma oficina pra "seniores" é plenamente possível, mas sempre aparece aquela história de risco de aparecerem 3, 4, 5) sempre foi um desafio. Até me lembro de comentar isso na entrevista, porque não dá pra pegar a base de dados do INSS e sair divulgando "edite a wikipédia" ;-)

Recentemente, me ocorreu procurar associações profissionais que tenham contato com sua base de profissionais recém aposentados, como por exemplo o Conselho regional de medicina, inclusive aproveitando o gancho do polêmico estudo divulgado de que 9 a cada 10 verbetes sobre medicina seriam incorretos.

Outra possível abordagem é tentar aprender com o editathon das minas, que foi principalmente organizado e divulgado pelos grupos de referência não da Wikimedia, mas das mulheres. Identificar, então, grupos já organizados (e creio que raros) de seniores atuando com projetos de internet ou que tenham alguma familiaridade. Mas como neste caso partiu delas, só de partir de nós procurá-los já tornaria esse um caminho diferente.

Acho que a própria Wikipédia já conta com vários editores em faixas mais avançadas de idade e seria importante ouvir deles opiniões também. Uma das coisas que me desanimaram um pouco ao longo do tempo foi imaginar alguns conflitos/obstáculos grandes nesse tipo de iniciativa. Não sei também o quanto é preconceito da minha parte, mas exponho aqui até pra que seja rebatido. Na experiência que tive em diálogo com algumas pessoas isoladas (poderia nomear, mas acho desnecessário), parece-me que duas características são comuns: ou pouca familiaridade com internet (ou grande desconfiança em relação a conteúdo construído colaborativamente) ou, entre os mais familirizados, uma grande tendência a imaginar que seu conhecimento acumulado ao longo de muitos anos não pode ser questionado por "moleques" que passam o dia na internet (um imaginário de que todos os outros além dele próprio são imaturos ou sem estudo). Quando coloco isso, não quero dizer que isso impeça um trabalho desses. Acho até que saber que há pares em situação semelhante ajuda a superar o estigma. Mas acho que podem ser levados em consideração se e quando resolvermos nos dedicar a projetos semelhantes.

Do ponto de vista de impacto e "eficiência", acho que projetos nessa linha podem tanto adquirir um caráter mais social como realmente engajar pessoas com muito conhecimento que passam a ter mais tempo disponível em suas vidas e atividades como edição dos projetos Wikimedia podem representar uma grande fonte de satisfação (mas paralelamente ao aumento da expectativa de vida, também acompanhamos cada vez mais a necessidade de se continuar trabalhando mesmo depois da aposentadoria. Então a premissa do tempo livre torna-se bem relativa a meu ver).

Oona


2014-06-09 18:42 GMT-03:00 Everton Zanella Alvarenga <tom@okfn.org.br>:
Essa ideia surgiu entre vários candidatos (acho que a Oona também deu essa ideia) para o catalisador.

Como implementar?


2014-06-09 17:18 GMT-03:00 João <jolorib@gmail.com>:
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