Pessoal, como antes eu não estava inscrita na lista de e-mail da Wikimedia Brasil, não estava recebendo as respostas. O Névio me encaminhou 3 respostas ao primeiro e-mail enviado à lista (dos voluntários Oona Castro, Jo e Raylton). Agradeço as dicas e reflexões, vou estudar melhor as questões e retorno a vocês. Envio, portanto agora, novamente o texto do e-mai anterior, já com a inscrição realizada.  

Olá para todos.

O estudo que venho desenvolvendo no doutorado refere-se ao fortalecimento da língua e da cultura Kokama no Brasil. As pessoas deste povo moram, em sua maioria, nas regiões do Alto e Médio Solimões no Estado do Amazonas, distribuídas por comunidades e cidades de forma descontínua. São cerca de 270 comunidades. A língua não é mais falada fluentemente no dia-a-dia, mas existem alguns idosos que a guardaram na lembrança e quando um pesquisador Kokama vai visitar algum deles com o intuito de aprender a língua e realizar registro por meio de gravações e filmagens, os idosos relembram a língua. Os Kokama buscam aprender e reaprender a língua e valorizar a sua cultura, desde a década de 1980.

A hipótese que levanto em minha tese, em andamento, mas já qualificada, é: "As redes podem auxiliar no processo de fortalecimento linguístico e cultural?". Daí venho desenvolvendo reflexões junto com os Kokama e propondo algumas ações que estejam de acordo com os interesses deles. Na tese falo de uma "Rede Kokama" que ao meu ver iniciou-se nos anos de 1980 quando algumas lideranças visitavam comunidades Kokama para falar da importância de se valorizar tudo o que se refere a "ser Kokama". O esboço que criei para a Rede Kokama é composto pelas seguintes sub-redes: Redes de pessoas, Rede de conhecimentos, Rede de comunidades e Rede de tecnologias (aqui estão incluídas 23 tecnologias, tanto as NTCIs, como as tecnologias sociais e tecnologias locais, música, artesanato, etc). A wiki é uma das tecnologias a ser testada. Abri há pouco tempo uma Wikia (página colaborativa), ainda tenho que convidá-los para colaborar. O vínculo que une os Kokama em rede é a busca pela autonomia. Como estou no último semestre, gostaria de deixar um protótipo de banco de dados colaborativo de fácil manutenção e indicar algumas opções de formas de compartilhamento. 
Alguns impasses: a internet na região do Amazonas é muito lenta. Nem todas as comunidades possuem internet. Onde ficará o servidor. Como organizar o banco de dados de forma segura. Cada comunidade deve ter cópias físicas do que é compartilhado. Como isso ficará armazenado, por intranet?. 

Vamos conversando...é muito bom poder discutir aqui estas questões com vocês. Considerando que no Brasil há cerca de 200 línguas indígenas, há muito trabalho a ser feito.
Abraços
Chandra