Tom,
estou sem tempo pra me estender muito nisso (imagino que vc tb não), mas sou relativista neste ponto. Acho que há limitações claras do que essas conferências podem resultar (a pressão política deve ser permanente - se funciona como um "evento" não gera resultados).

A configuração política da conferência de comunicação foi uma bastante diferente da maioria. Foi a mais difícil de sair, a com mais influência do setor  empresarial diretamente interessado, a mais disputada e a com menos interesse e coragem do governo. Ela só saiu depois de MUITA pressão, e com muitas distorções.

De qualquer forma, mesmo ela permitiu a criação de uma agenda que continua sendo perseguida pela sociedade civil.

No caso da de cultura, o projeto de lei do plano de cultura foi bastante baseado nos resultados das conferências e é um processo mais "permanente". O SUS (que muitos podem criticar, mas é melhor do que a total ausência de serviço público, por exemplo, dos EUA) tem nas conferências um espaço importante de construção da política.

A de educação tb teve mais continuidade.

Em suma, acho que as conferências têm o principal mérito de contribuírem para a articulação e organização dos movimentos da sociedade civil e de sua pauta em um processo convergente. Mas elas EM SI não garantem nada.

Entre jogar todas as fichas no processo de conferência e jogar nenhuma ficha, eu diria que, dentro do sistema presidencialista democrático, elas são um caminho para participação na política - mas não O único caminho, tampouco o mais revolucionário.

Abraços
Oona






2013/7/15 Everton Zanella Alvarenga <everton.alvarenga@okfn.org>
Fiz o questionamento no meu facebook (e dispora :)

"Pergunta sincera: essas conferências (comunicação, educação, transparência e participação social, cultura e saúde) que ocorrem nas três esferas (municipal, estadual e federal), tem algum resultado prático? Caso acredite que sim, poderia dar exemplo de impactos concretos em políticas públicas?"

e surgiram comentários sobre pessoas que estudaram o assunto - dicas do Tiago Peixoto e Bianca Santana. Estou aguardando comentarem. Um do nome sugerido pelo Tiago é a Thamy Pogrebinschi. 

Para tentar ser criterioso nos eventos que vamos. 

Em 15 de julho de 2013 17:44, Everton Zanella Alvarenga <everton.alvarenga@okfn.org> escreveu:

Oi, Oona.

Obrigado pela explicação. Esse formato de conferência também lembra as
conferências de comunicação, educação e a de transparência e
participação social (Consocial). Participei da de comunicação com o
Abdo e a Mila, e acho que da estadual, já alguns anos. Eu divulguei
aqui também que ocorreria a de educação, pois poderia ser interessante
pautar algumas coisas, mas não houve resposta.

Eu realmente gostaria de saber se essas conferências acabam tendo
algum *resultado prático*. Para mim ficou difícil acompanhar o que
ocorreu na de comunicação, nem sei se serviu para alguma coisa.

Na Consocial, surgiram algumas propostas bacanas. Mas na hora de ser
incorporada para o plano de ação da Open Government Partnership, não
acho que foi dada a devida atenção às demandas da sociedade civil.

As de cultura não conheço. Tem que ver se na atual estrutura de poder
atual vale o tempo investido, que não é pouco. No Brasil (no mundo?),
prevalece muito o círculo de amizades e redes de influência. Então
talvez seja mais eficiente ir direto em quem pode mudar algo.

Tom



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Everton Zanella Alvarenga (also Tom)
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