Tom,
estou sem tempo pra me estender muito nisso (imagino que vc tb não), mas sou relativista neste ponto. Acho que há limitações claras do que essas conferências podem resultar (a pressão política deve ser permanente - se funciona como um "evento" não gera resultados).
A configuração política da conferência de comunicação foi uma bastante diferente da maioria. Foi a mais difícil de sair, a com mais influência do setor empresarial diretamente interessado, a mais disputada e a com menos interesse e coragem do governo. Ela só saiu depois de MUITA pressão, e com muitas distorções.
De qualquer forma, mesmo ela permitiu a criação de uma agenda que continua sendo perseguida pela sociedade civil.
No caso da de cultura, o projeto de lei do plano de cultura foi bastante baseado nos resultados das conferências e é um processo mais "permanente". O SUS (que muitos podem criticar, mas é melhor do que a total ausência de serviço público, por exemplo, dos EUA) tem nas conferências um espaço importante de construção da política.
A de educação tb teve mais continuidade.
Em suma, acho que as conferências têm o principal mérito de contribuírem para a articulação e organização dos movimentos da sociedade civil e de sua pauta em um processo convergente. Mas elas EM SI não garantem nada.
Entre jogar todas as fichas no processo de conferência e jogar nenhuma ficha, eu diria que, dentro do sistema presidencialista democrático, elas são um caminho para participação na política - mas não O único caminho, tampouco o mais revolucionário.
Abraços
Oona