http://blogs.estadao.com.br/link/projeto-colaborativo-de-cadastro-de-alimentos-chega-ao-brasil/

Valeu, Ariel!

Open Food Facts busca colaboradores

Por Murilo Roncolato

O site que compartilha abertamente informações sobre alimentos industrializados busca voluntários para tradução

SÃO PAULO – Iniciativa francesa de catalogar produtos alimentícios industrializados em um banco de dados colaborativo está em busca de adeptos no Brasil para a tradução da página para o português. OOpen Food Facts nasceu em um hackathon na França, onde é mais popular, e se expandiu para outros dez idiomas, como o espanhol, inglês, polonês, árabe, italiano e alemão.

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O francês Stéphane Gigandet, responsável pelos blogs culinários Manger e Recettes, tomou a frente do projeto logo incorporado pela Open Knowledge francesa. Ele mesmo abriu umgrupo no Facebook, em março, para incentivar a tradução da plataforma para o português (atualmente há 15 pessoas envolvidas).

Os voluntários interessados em participar do mutirão deve ter acesso a um documento aberto no Google Drive e enviar um e-mail para  contact at openfoodfacts.org.

A Open Food Facts conta com cerca de 6,4 mil produtos cadastrados globalmente, sendo que mais de 80% está na base francesa, 15% em espanhol, 0,8% em inglês, e 0,5% em português. A página exibe um catálogo de produtos inseridos pelos próprios usuários que, após criar uma conta, devem acrescentar produtos usando seu código de barras (opcional), foto e uma descrição básica, contendo seus ingredientes e composição.

As informações podem ser acessadas diretamente no site ou, de maneira mais prática e útil, através de um aplicativo (Android iOS) que lê o código de barras de produtos e exibe as informações presentes no catálogo. (Veja um exemplo de produto catalogado, em francês.)

Todo o conteúdo está licenciado em Creative Commons, e a base de dados está sob Open Database License.

 

Conversamos com o brasileiro que está articulando voluntários para rodar o projeto no Brasil. Confira a entrevista:

LOGIN | Ariel Kogan, membro do conselho consultivo da OKFN Brasil

O projeto ainda está no início, mas por aqui já existe página e a vocês já começaram a convocar voluntários. Quais os próximos passos?

Dar mais visibilidade ao projeto no Brasil e na América Latina. Mobilizar mais voluntários para contribuir com o banco de dados para que mais informações sobre diferentes alimentos sejam cadastradas.

Acredita que o projeto ganhará popularidade no Brasil?

A questão da alimentação é um assunto que está ganhando muito espaço na opinião pública. Por um lado, as pessoas estão percebendo que alimentação é sinônimo de saúde; por outro, está mudando a consciência em relação “ao que alimentamos quando nos alimentamos”, escolher os alimentos “é um ato político” que podemos exercer no nosso dia a dia e para isso dispor das informações é chave.

Do que mais precisam agora?

A ideia é contar com um grupo maior de voluntários interessados na causa. Pessoas que falem outros idiomas, que tenham tempo para cadastrar outros produtos, comunicadores, mobilizadores, entre outros.

O que espera ver surgir por aqui a partir do Open Food Facts?

Esperamos ajudar o brasileiro a ter cada vez mais consciência das suas escolhas. Podemos investir o nosso dinheiro na hora de comprar, investir em cadeias de produção mais justas e sustentáveis. Com esse bancos de dados poderão ser desenvolvidos aplicativos interessantes que sirvam para esse tipo de causa, ajudando ao consumidor a realizar escolhas mais responsáveis. Para isso, estamos convidando os interessados a participar da lista da Open Knowledge Foundation Brasil.

Qualquer pessoa poderá usar o banco de dados de vocês para projetos particulares (pensando na Open Database License)?

Sim, qualquer pessoa pode usar o banco de dados e o conteúdo do Open Food Facts. Todos seguem a Definição de Conhecimento Aberto da Open Knowledge Foundation. Os dados dos site Open Food Facts estão sob uma licença que permite o uso, assim como todo seu conteúdo, que está sob uma licença Creative Commons.

O sucesso no Brasil depende do quê?

Da capacidade de mobilização que a gente conseguir e do interesse e vontade das pessoas em participar.

 

*Para mais informações, acompanhe a página do Open Knowledge brasileiro e contribua na página reservada para o idioma português do Open Food Facts.


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Everton Zanella Alvarenga (also Tom)
OKFN Brasil - Rede pelo Conhecimento Livre
http://br.okfn.org