<html><head><style type="text/css"><!-- DIV {margin:0px;} --></style></head><body><div style="font-family:verdana,helvetica,sans-serif;font-size:10pt"><div style="font-family: verdana,helvetica,sans-serif;"><br> Justamente pelo fato de a educação ter vários problemas aos quais são apresentadas as mais variadas soluções (que são as mais antagônicas possíveis), não podemos querer abraçar todas as iniciativas e todas as soluções. Se o "nosso papel será mostrar um caminho" (acredito que seja o caminho da construção livre, democrática e colaborativa), acho que devemos defender, apoiar e incentivar as propostas cuja orientação coincida com a nossa. Nos casos em que não houver essa coincidência de orientação, podemos e devemos apresentar o caminho de um projeto livre e colaborativo, sem, todavia, sair abraçando aqueles projetos que permanecerem num caminho não livre e não colaborativo.<br><br> Isso
vale para a educação e para qualquer outro assunto que chegue até nós. Com exceção da construção livre e colaborativa do conhecimento, não seremos, em princípio, especialistas em nenhum assunto específico, mas teremos iniciativa e percepção para buscar caminhos livres e colaborativos nos mais variados assuntos.<br><br> Eu, por exemplo, entendo pouco de educação, mas tenho conhecimento da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_da_Ponte">Escola da Ponte</a>, em Portugal, que há décadas desenvolve maravilhosamente bem um projeto de educação livre, democrática e colaborativa. Não é o caso de uma grande convergência de princípios e objetivos? Eles entendem tudo de educação e não vejo razão para não haver uma interação maior entre um movimento como o nosso e o projeto deles. Ambos (Wikimedia Brasil e Escola da Ponte) podem se beneficiar enormemente com essa convergência e uma conseqüente interação.
Esse é apenas um exemplo. É um exemplo de concretização trabalhosa, porque o Atlântico nos separa, mas, com Internet, as distâncias ficam um pouco menores. Além disso, não precisamos ir a Portugal para encontrar projetos como o da Escola da Ponte. Ela é o exemplo mais conhecido (e talvez um dos mais bem sucedidos) na comunidade lusófona, mas espero que não seja o único.<br><br> Indo além: por que não aproveitar a coincidência de princípios, meios e objetivos que existe com a Escola da Ponte, fazer a ligação (para não dizer ponte...) entre lá e cá, e ajudar a experimentação desses caminhos em escolas brasileiras (preferencialmente públicas) que demostrem interesse?<br><br> Enfim, considerando apenas as opções de caminhar ao lado de projetos que se coadunem com o nosso, as possibilidades já são inúmeras. Acho que não precisamos e não devemos abraçar quem não compartilha o nosso caminho.
A liberdade e a colaboração podem fazer um bem enorme à educação, mas aqueles que querem fazer uma educação opressora e individualista continuarão a existir. Devemos abraçar esses? Acho que não devemos apedrejá-los, mas também acho que não devemos abraçá-los. O nosso trabalho sempre estará à disposição deles, para que aproveitem como quiserem. Estaremos abertos, receptivos e dispostos, mas sempre no caminho da construção livre, democrátiva e colaborativa.<br><br> <span style="font-weight: bold;">Joaquim Mariano da Costa Neto</span><br><br><br></div><div style="font-family: verdana,helvetica,sans-serif; font-size: 10pt;"><br><div style="font-family: verdana,helvetica,sans-serif; font-size: 10pt;"><font size="2" face="Tahoma"><hr size="1"><b><span style="font-weight: bold;">De:</span></b> Alexandre Hannud Abdo <abdo@usp.br><br><b><span style="font-weight: bold;">Para:</span></b> Mailing list
do Capítulo brasileiro da Wikimedia. <wikimediabr-l@lists.wikimedia.org><br><b><span style="font-weight: bold;">Enviadas:</span></b> Terça-feira, 9 de Dezembro de 2008 1:39:42<br><b><span style="font-weight: bold;">Assunto:</span></b> Re: [Wikimedia Brasil] Educação<br></font><br>Ni!<br><br> Sobre educação:<br><br> Acho que o Mutirão deve abraçar todas as iniciativas de ensino,<br>públicas ou privadas, laicas ou não.<br><br> Nosso objetivo deve ser mostrar como todas as formas de aprendizado se<br>encontram e beneficiam-se mutuamente no uso de recursos educacionais<br>livres e na construção colaborativa do conhecimento.<br><br> Educação é um tema muito mais amplo e profundo do que a parte que nos<br>toca.<br><br> Ela permeia desde questões econômicas básicas como igualdade de<br>oportunidades até questões complexas de psicopedagogia organizacional<br>como o papel da hierarquia na sala de aula.<br><br> Nós não vamos resolver
"o problema da educação", até porque não existe<br>um problema só, nem uma só solução.<br><br> Nosso papel será mostrar um caminho, um princípio que pode ser aplicado<br>em qualquer contexto e que, por sua natureza, aproximará a todos para<br>que cada um se beneficie do que o outro tem a oferecer.<br><br><br> Ao mesmo tempo, a educação pública - gratuita, laica e de qualidade -<br>fundamenta qualquer solução política para a educação, porque garante um<br>direto humano e também porque ela detemina o patamar para as demais<br>componentes privadas.<br><br> Assim, acho importante que os princípios esclareçam que o ensino<br>público será contemplado com prioridade, mas que todos os espaços de<br>ensino são bem vindos.<br><br><br>Abs,<br><br>ale<br>~~<br><br><br>On Mon, 2008-12-08 at 17:55 -0800, Joaquim Mariano da Costa Neto wrote:<br>> <br>> Eu sempre gostei da idéia de aceitar dinheiro de alguém
contra<br>> quem nós trabalhamos. Pessoalmente, acho que reforça e valoriza o<br>> nosso trabalho saber que alguém tentou comprar nossa simpatia e não<br>> foi bem sucedido. Não seria interessante se, por exemplo, o Greenpeace<br>> recebesse dinheiro da Standard Oil e, mesmo assim, ocupasse as suas<br>> refinarias? Obviamente a Standard Oil suspenderia os cheques no dia<br>> seguinte. De qualquer forma, acho que isso reforçaria a isenção do<br>> Greenpeace.<br>> <br>> O problema disso é a mulher de César. Realmente é difícil se fazer<br>> acreditar honestamente, quando quem paga as suas contas é justamente<br>> quem você diz combater.<br>> <br>> Assim, quanto a essa restrição de doação, sou indiferente. Eu sei<br>> o que faço e sei que um cheque da Microsoft, por exemplo, não vai<br>> mudar o que faço. Como já disse, eu pessoalmente até gostaria de<br>>
receber um cheque da Microsoft e mostrar para ela que eu continuo<br>> defendendo o software livre exatamente como eu defendia.<br>> <br>> Se acharem cabível, o ponto de reforço pode ser aprofundado:<br>> <br>> - As doações que aceitarmos não serão dedutíveis de qualquer tributo e<br>> não implicarão qualquer privilégio, ônus, obrigação, dependência ou<br>> vinculação com o doador. Não receberemos doação de doador que<br>> discorde, contrarie ou viole os nossos princípios estabelecidos ou as<br>> ações e atividades que empreendemos.<br>> <br>> Quanto à democratização do conhecimento, é muito simples: não se<br>> alcança a democratização do conhecimento sem que a educação seja<br>> democratizada. Sem educação plena, nenhuma Wikipédia consegue<br>> democratizar o conhecimento. E para democratizar a educação, ela<br>> precisa ser boa, ampla
(vertical e horizontalmente), gratuita,<br>> excitante (porque pensar e aprender deveriam ser atividades<br>> extremamente prazerosas), etc., etc., etc. Pontos sobre financiamento<br>> estão rodando. E sobre conhecimento e educação? Vamos?<br>> <br>> Joaquim Mariano da Costa Neto<br>> <br>> <br>> <br>> <br>> <br>> ______________________________________________________________________<br>> De: Porantim <<a ymailto="mailto:porantim@gmail.com" href="mailto:porantim@gmail.com">porantim@gmail.com</a>><br>> Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia.<br>> <<a ymailto="mailto:wikimediabr-l@lists.wikimedia.org" href="mailto:wikimediabr-l@lists.wikimedia.org">wikimediabr-l@lists.wikimedia.org</a>><br>> Enviadas: Segunda-feira, 8 de Dezembro de 2008 22:29:42<br>> Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] [Organização]<br>> <br>> Joaquim, gostei da sua
formulação, mas acho que falta ainda alguma<br>> coisa.<br>> <br>> Além de declararmos que não vamos nos meter nessa fossa que são as<br>> ONGs no Brasil, temos que dizer que nos posicionamos contra o que<br>> fazem.<br>> <br>> Será que aceitamos dinheiro de qualquer um? O Greenpeace, por exemplo,<br>> tem suas contas pagas pela Standard Oil (dona da Exxon Mobil e uma das<br>> maiores poluidoras do mundo), através da Fundação Rockefeller [1].<br>> Como pode se dizer sério se quem paga suas contas é quem vc diz<br>> combater? Óbvio que o Greenpeace nunca se levantou contra a Exxon ou a<br>> SO...<br>> <br>> Na mesma linha, se defendemos a democratização do conhecimento,<br>> precisamos defender a democratização da educação, sua gratuidade,<br>> qualidade e dignidade.<br>> <br>> -- Porantim<br>> <br>> <br>> [1]<br>> <a
href="http://www.rbf.org/grantsdatabase/grantsdatabase_show.htm?doc_id=616987" target="_blank">http://www.rbf.org/grantsdatabase/grantsdatabase_show.htm?doc_id=616987</a><br>> <a href="http://www.undueinfluence.com/greenpeace.htm" target="_blank">http://www.undueinfluence.com/greenpeace.htm</a><br>> <br>> <br>> <br>> 2008/12/8 Joaquim Mariano da Costa Neto <<a ymailto="mailto:joaquimmariano@yahoo.com.br" href="mailto:joaquimmariano@yahoo.com.br">joaquimmariano@yahoo.com.br</a>><br>> <br>> Concordo com todos os pontos colocados pelo Porantim na<br>> mensagem abaixo e na justificativa.<br>> <br>> Se entendi corretamente, a idéia é não aceitar dinheiro<br>> público (inclusive aquele dinheiro que é deduzido de
impostos,<br>> que, na verdade, é dinheiro público cujo destino é resolvido<br>> pelo particular) e não aceitar dinheiro mediante contrapartida<br>> (prestação de serviço, por exemplo). Nesse sentido, doação<br>> privada não dedutível é algo permitido. Assim, talvez fosse<br>> interessante reforçar que a doação não nos obriga em nada.<br>> Então, uma idéia para um ponto de reforço:<br>> <br>> - As doações que aceitarmos não serão dedutíveis de qualquer<br>> tributo e não implicarão qualquer privilégio, ônus, obrigação,<br>> dependência ou vinculação com o doador.<br>> <br>>
<br>> Joaquim Mariano da Costa Neto<br>> <br>> <br>> <br>> <br>> <br>> ______________________________________________________________<br>> De: Porantim <<a ymailto="mailto:porantim@gmail.com" href="mailto:porantim@gmail.com">porantim@gmail.com</a>><br>> Para: Mailing list do Capítulo brasileiro da Wikimedia.<br>> <<a ymailto="mailto:wikimediabr-l@lists.wikimedia.org" href="mailto:wikimediabr-l@lists.wikimedia.org">wikimediabr-l@lists.wikimedia.org</a>><br>> <br>> Enviadas: Segunda-feira, 8 de Dezembro de 2008
20:09:36<br>> <br>> Assunto: Re: [Wikimedia Brasil] Res: [Organização]<br>> <br>> <br>> <br>> Alguns dos pontos que creio que não podemos abrir mão são<br>> (falando em<br>> financiamento):<br>> <br>> - Acreditamos que o dinheiro público deve ser usado no serviço<br>> público, na escola pública, na saúde pública, no transporte<br>> público.<br>> <br>> - Não aceitamos financiamento público nem direta nem<br>> indiretamente.<br>> Não aceitamos
benefícios fiscais em troca de doações.<br>> <br>> - Não prestamos serfiços públicos, seja em forma de Oscip, PPP<br>> ou<br>> qualquer outra.<br>> <br>> - Cremos na educação pública, gratuita, laica e de qualidade,<br>> para<br>> todos, em todos os níveis.<br>> <br>> - Não prestamos nenhum tipo de serviço em troca de paga direta<br>> ou<br>> indiretamente. Nosso trabalho é voluntário e gratuito.<br>> <br>> A justificativa e formulação já foram enviadas à lista em<br>>
28/11.<br>> <br>> -- Porantim<br>> <br>> <br>> <br>> 2008/12/8 Thomas de Souza Buckup<br>> <<a ymailto="mailto:thomasdesouzabuckup@gmail.com" href="mailto:thomasdesouzabuckup@gmail.com">thomasdesouzabuckup@gmail.com</a>>:<br>> > Obrigado Porantim. Sim, ajudaria bastante se você pudesse<br>> responder às<br>> > perguntas resumidas na minha última mensagem, assim<br>> conseguiremos avançar<br>> > com a discussão, sabendo também a sua opinião sobre o<br>> assunto de forma ainda<br>> > mais
sistematizada.<br>> ><br>> > Com relação à [Organização] e [Financiamento], acredito<br>> profundamente no que<br>> > está escrito nos dois primeiros parágrafos (copiados abaixo)<br>> da<br>> > primeira proposta para a Carta de Princípios:<br>> ><br>> > "A Wikimedia Brasil é um espaço aberto para debate, desenho<br>> de propostas,<br>> > articulação de ações e troca de experiências entre<br>> voluntários interessados<br>> > em realizar de maneira descentralizada e auto-organizada<br>> iniciativas que<br>>
> promovam produções colaborativas de conhecimentos livres a<br>> serviço do<br>> > desenvolvimento harmonioso da humanidade. [Organização]<br>> ><br>> > A Wikimedia Brasil articula com independência e autonomia<br>> iniciativas que<br>> > podem contar com a colaboração de organizações públicas,<br>> privadas e da<br>> > sociedade civil, mas, sem representá-las, ou por elas ser<br>> representada, em<br>> > qualquer esfera." [Financiamento]<br>> ><br>> > Acredito que o texto acima destaca os elementos fundamentais<br>>
("abertura",<br>> > "descentralização", "auto-organização", "independência" e<br>> "autonomia") para<br>> > que voluntários sintam-se sempre engajados e se tornem<br>> empoderados para<br>> > atuar, independentemente de formatos jurídicos ou condições<br>> de financiamento<br>> > específicos, que podem se alterar ao longo do tempo de<br>> existência desta<br>> > comunidade.<br>> ><br>> > Num primeiro momento, que pode durar poucos anos ou algumas<br>> décadas,<br>> > considero como adequado o modelo
de um movimento que conta<br>> exclusivamente<br>> > com a dedicação e articulação voluntária de sua comunidade.<br>> Mas não tenho a<br>> > pretensão de saber ou determinar qual o formato jurídico ou<br>> a relação com<br>> > potenciais financiadores que deverá existir em 2050. Vejo<br>> apenas o<br>> > compromisso de assegurarmos hoje que "abertura",<br>> "descentralização",<br>> > "auto-organização", "independência" e "autonomia" façam<br>> parte do modelo<br>> > escolhido pela comunidade hoje e em 2050, pois disso "não<br>>
podemos abrir<br>> > mão", respondendo ao comentário da Béria.<br>> ><br>> > Você é certamente muito bem-vindo a modificar ou detalhar<br>> cada um dos pontos<br>> > com o seu ponto-de-vista, caso discorde ou concorde com a<br>> minha opinião.<br>> ><br>> > Abraços,<br>> > Thomas<br>> ><br>> ><br>> ><br>> ><br>> > _______________________________________________<br>> > WikimediaBR-l mailing list<br>> > <a
ymailto="mailto:WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org" href="mailto:WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org">WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org</a><br>> > <a href="https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l" target="_blank">https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l</a><br>> ><br>> ><br>> <br>> _______________________________________________<br>> WikimediaBR-l mailing list<br>> <a ymailto="mailto:WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org" href="mailto:WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org">WikimediaBR-l@lists.wikimedia.org</a><br>> <a href="https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l" target="_blank">https://lists.wikimedia.org/mailman/listinfo/wikimediabr-l</a><br>>
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